O actor norte-americano Tony Curtis, que protagonizou a comédia "Quanto mais quente melhor" (1959), morreu aos 85 anos, informou a publicação Entertainment Tonight.
A publicação cita a filha de Tony Curtis, a actriz Jamie Lee Curtis, embora se desconheça a causa de morte do actor.
Tony Curtis protagonizou várias comédias em Hollywood nas décadas de 1950 e 1960, em particular "Quanto mais quente melhor", de Billy Wilder, ao lado de Jack Lemmon e Marilyn Monroe.
A comédia estreou-se um ano depois de Tony Curtis ter sido nomeado para o Óscar de melhor ator pelo filme "Os audaciosos" (1958), de Stanley Kramer, um drama co-protagonizado por Sidney Poitier.
Tony Curtis era o nome artístico de Bernard Schwartz, que nasceu a 03 de Junho de 1925 no Bronx, um bairro de Nova Iorque, filho de imigrantes judeus da Hungria.
O actor só mudaria o seu nome quando assinou contrato com os estúdios da Universal e a partir de então entrou em mais de uma centena de produções, como "Spartacus" (1960), "Sweet smell of success" (1957) e "The outsider" (1961), embora tivesse também ficado conhecido pelos romances tórridos com várias actrizes de Hollywood. [dn.pt]
Estreiam, hoje, os filmes: "O filme do desassossego" de João Botelho com Alexandra Lencastre, Catarina Wallenstein, Margarida Vila-Nova, Rita Blanco; "Comer, orar e amar" de Ryan Murphy com Julia Roberts, Javier Bardem, James Franco, Billy Crudup, Richard Jenkins, Viola Davis; "Embargo" de António Ferreira com Filipe Costa, Cláudia Carvalho, José Raposo, Pedro Diogo, Fernando Taborda,Miguel Lança, Eloy Monteiro.
"O filme do desassossego"
Sinopse:
A acção decorre em três dias e três noites, num quarto de uma casa na Rua dos Douradores, em Lisboa. Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros, é um homem solitário e atormentado que vai anotando os seus pensamentos e angústias num livro, que intitula de "Livro do desassossego"...
Realizado por João Botelho, uma adaptação cinematográfica da mais autobiográfica obra de Fernando Pessoa, teve o apoio do Ministério da Cultura/Ica, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian e Rádio e Televisão de Portugal.
"Comer, orar e amar"
Sinopse:
Aos 30 anos, Liz Gilbert (Julia Roberts) tem tudo o que poderia desejar: uma relação estável, independência monetária e uma carreira de sucesso. Mas, um dia, sem que nada o previsse, tudo se desmorona numa arrasadora crise conjugal que culmina num divórcio que a arrasta para uma profunda depressão. Decidida a não se deixar levar pela tristeza, Liz resolve fazer uma pausa de um ano e ingressar numa grande viagem. E é assim que, viajando até Itália, ela conhece o prazer da comida; na Índia compreende o poder da meditação e, finalmente, na Indonésia encontra o balanço perfeito e redescobre o amor. E serão esses 12 meses, cheios de novas tonalidades, culturas e pessoas, que irão transformar a sua vida para sempre.
O filme, realizado por Ryan Murphy (das séries Nip/Tuck e Glee), é baseado no livro de Elizabeth Gilbert sobre a sua experiência pessoal que, para além de se ter tornado um êxito de vendas, se transformou numa espécie de roteiro de viagens para milhões de pessoas em todo o mundo. [cinecartaz.publico.pt]
"Embargo"
Sinopse:
Nuno trabalha numa roulotte mas desde sempre teve um espírito criativo. Um dia, descobre algo realmente revolucionário: um digitalizador de pés que transformará, para sempre, toda a indústria do calçado. Mas, quando tudo parece estar a jogar a seu favor, o inesperado acontece: fica fechado no seu próprio carro e, para seu total desespero, parece que nada, nem ninguém consegue resolver o problema.
Com realização de António Ferreira é adaptação de um conto de José Saramago, integrado no livro "Objecto Quase", publicado em 1978. [cinecartaz.publico.pt]
O filme de João Pedro Rodrigues, “Morrer Como um Homem”, foi escolhido como o candidato português à nomeação para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, na próxima edição dos prémios da Academia de Hollywood.
“Morrer Como um Homem”, terceira longa-metragem do realizador, teve antestreia mundial no Festival de Cinema de Cannes do ano passado, e chegou às salas comerciais nacionais em Outubro. A partir do percurso do travesti Ruth Bryden, o filme retrata a vida da personagem Tonia, um travesti veterano dos espectáculos de “drag queen” de Lisboa, que vê as suas convicções pessoais serem questionadas num relacionamento amoroso.
A escolha do filme de João Pedro Rodrigues, de entre as 12 produções que foram estreadas em Portugal entre 1 de Outubro de 2009 e o dia 30 do mês corrente, foi feita por um júri presidido por José Pedro Ribeiro, director do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) – instituição que divulgou a decisão no seu “site” –, e completado por Ana Costa, em representação da Associação de Produtores de Cinema, Margarida Gil, pela Associação Portuguesa de Realizadores, José Carlos de Oliveira, pela Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisual, Patrícia Vasconcelos, directora de “casting”, e Luís Miguel Oliveira, pela Cinemateca Portuguesa/Museu do Cinema.
A escolha, que teria de ser feita até ao dia 1 de Outubro, foi já comunicada à Academy of Motion Picture Arts and Sciences, em Hollywood. A academia revelará os nomeados de todas as categorias no dia 25 de Janeiro de 2009, e os vencedores serão conhecidos a 27 de Fevereiro, na cerimónia da 83ª edição dos Óscares, em Los Angeles.
“Morrer Como um Homem” foi já distinguido, este ano, como o melhor filme do Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires, na Argentina, e do Festival Gay e Lésbico Mezipatra, da República Checa. O seu realizador vai ser homenageado com uma retrospectiva nos Estados Unidos, na Brooklyn Academy of Music, entre 6 e 8 de Outubro. João Pedro Rodrigues será o convidado do programa “The Next Director”, e apresentará os seus filmes em encontros com o público. [publico.pt]
Até ao fim do mundo
Era pedra e sobre essa pedra
Ergueu-se o templo do amor atroz.
Ele de fogo, ela a cordeira
Toda cordura chamando o algoz.
Sangram as tubas: Inês é morta!
Em meigo mito transmuta-a o pranto
Do ermo amante que erra sozinho
No seu deserto de diamante.
Nem ar sangrento buscam seus olhos
Do corpo amado desfeitas pérolas;
E como fera coro os ossos
Da formosura que ao alto o espera
E em desatino da paixão lusa,
Perdida a alma que em Inês tinha,
O fim do mundo ficou esperando
Aos pés da morta, sua rainha.
Queixa das almas jovens censuradas
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte.
Natália de Oliveira Correia
O romance "Ilusão (ou o que quiserem)", de Luísa Costa Gomes, é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, pela inovação e ágil registo estilístico, como assinalou em acta o júri.
A obra editada em Novembro do ano passado marcou o regresso da escritora ao romance, dez anos depois de “Educação para a tristeza”. Ao galardão, com o valor pecuniário de 50 mil euros, concorreram meia centenas de obras, todas editadas em 2009, tendo a escolha de “Ilusão (ou o que quiserem)” sido unânime, disse à Lusa fonte da organização.
O júri considerou a obra “manifestamente inovadora, quer pela sua excelente construção, quer pelo seu ágil registo estilístico de constante ironia, quer pela análise penetrante de alguns comportamentos tipo da actual sociedade portuguesa, muito em especial no tocante a métodos pedagógicos aplicados nas escolas e à animação cultural na província, bem como à densidade da narrativa”.
Quando do seu lançamento em Novembro passado, a escritora afirmou à Lusa: “Este meu novo romance é a ilusão do realismo, em que a expressão ‘ou o que quiserem’ é uma alusão a uma peça de William Shakespeare”. A escritora de 56 anos referia-se à peça “As you like it” (“Como quiserem”), que é “uma reflexão sobre o género comédia que é difícil de homogeneizar”, explicou. A autora acrescentou que “há no romance várias referências” ao dramaturgo inglês.
Constituíram o júri o escritor Vasco Graça Moura, Guilherme d’Oliveira Martins em representação do Centro Nacional de Cultura, José Manuel Mendes pela Associação Portuguesa de Escritores, Maria Carlos Loureiro pela direção geral do Livro e das Bibliotecas, Manuel Frias Martins pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, licenciou-se em Filosofia e foi professora do ensino secundário, actividade que abandonou para se dedicar à escrita e à realização de Oficinas da Escrita em diversas escolas.[publico.pt]
O filme “Neds”, do escocês Peter Mullan, foi o vencedor da Concha de Ouro do Festival de San Sebastián. O protagonista do filme, o jovem Connor McCarron, foi igualmente distinguido com a Concha de Prata pelo melhor desempenho masculino. O chileno Raúl Ruiz recebeu o prémio de melhor realizador pelo seu filme “Mistérios de Lisboa”, uma co-produção Clap Filmes e RTP produzida por Paulo Branco.
O Prémio Especial do Júri desta 58ª edição foi para a película “Elisa K”, ao passo que o prémio de melhor actriz foi para Nora Navas, pelo seu papel em “Pa negre”, do director maiorquino Agustí Villaronga.
“Home for Christmas”, do norueguês Bent Hamer, foi distinguido com o prémio para o Melhor Guião e a espanhola “Aita” como a película com melhor fotografia (Jimmy Gimferrer).
Os prémios Horizontes Latinos e Juventude foram para o filme “Abel”, realizado pelo popular actor mexicano Diego Luna.
O júri do festival foi presidido pelo cineasta sérvio Goran Paskaljevic e era integrado pelos realizadores Claudia Llosa, Pablo Trapero, Lucy Walker e Raya Martin, para além da directora de maquilhagem Jo Allen e o actor José Coronado. [publico.pt]
“Mistérios de Lisboa” com estreia comercial em Outubro
Com mais de quatro horas de duração, “Mistérios de Lisboa” é um fresco da sociedade portuguesa de finais do século XIX, uma saga familiar camiliana, que estreará nos cinemas portugueses em Outubro.
Depois da estreia comercial nos cinemas em Outubro, o projecto chegará também à RTP, com a exibição de uma série de seis episódios, em Janeiro de 2011. No entanto, a série televisiva será exibida em antestreia na íntegra em Novembro no Estoril Film Festival.
“Mistérios de Lisboa” foi rodado em Portugal, com actores portugueses e estrangeiros, e teve um orçamento de 2,5 milhões de euros.
Do elenco fazem parte, entre outros, Maria João Bastos, Adriano Luz, Ricardo Pereira, Melvil Poupaud, São José Correia, Albano Jerónimo, Clotilde Hesme, Carloto Cotta e Afonso Pimentel. [publico.pt]
Estreiam, hoje, os filmes "Wall Street: O Dinheiro Não Dorme" de Oliver Stone com Michael Douglas, Shia LaBeouf, Charlie Sheen, Josh Brolin, Susan Sarandon, Frank Langella, Vanessa Ferlito; "Assalto ao Santa Maria" de Francisco Manso com Carlos Paulo, Leonor Seixas, Pedro Cunha; "Lola" de Brillante Mendoza com Anita Linda, Rustica Carpio, Tanya Gomez.
"Wall Street: O Dinheiro Não Dorme"
Sinopse:
2001. Após quase oito anos de prisão, Gordon Gekko, o corrector da Bolsa de Nova Iorque condenado por fraude, lavagem de dinheiro e extorsão (no filme "Wall Street), é finalmente posto em liberdade. Agora, sem possuir absolutamente nada e sem ninguém que o espere, ele é um homem transformado e apenas quer recuperar a relação com a filha, Winnie (Carey Mulligan), mas os anos passam e ela mantém as distâncias. 2008. Jake Moore (Shia LaBeouf) é um jovem brilhante e muito ambicioso que faz milhões de dólares na Keller Zabel Investments (KZI), uma empresa altamente rentável liderada por Louis Zabel (Frank Langella), seu grande amigo e mentor. Jake vai casar com a filha de Gordon que, exactamente por isso, tem alguns traumas por superar. Quando uma onda de rumores faz cair as acções da KZI, ameaçando levá-la à bancarrota, Zabel, pressionado por Bretton James (Josh Brolin), é compelido a vender a totalidade da empresa por um valor insignificante. Profundamente abatido pelos acontecimentos e com uma só ideia em mente, Jake decide procurar Gordon com quem faz uma aliança: quer informações que permitam destruir quem acabou com a reputação do seu mentor e em troca propõe-se a ajudá-lo na reaproximação com a filha...
Mais de vinte anos depois do sucesso do primeiro filme "Wall Street" centrado na frenética vida na bolsa de valores de Nova Iorque, Oliver Stone realiza uma "sequela", passada nos dias de hoje, onde Michael Douglas retorna com o icónico Gordon Gekko, que marcou várias gerações em todo o mundo. [cinecartaz.publico.pt]
"Assalto ao Santa Maria"
Sinopse:
Zé (Pedro Cunha) é um português emigrado na Venezuela a atravessar um momento difícil. Quando conhece o capitão Henrique Galvão (Carlos Paulo), um idealista de vontade férrea que se opõe ao regime salazarista, e o seu grupo de amigos exilados, fica absolutamente fascinado com as suas ideias de liberdade. E é assim que Zé se envolve na maior acção de protesto contra o regime: o assalto e ocupação do paquete Santa Maria. Ao mesmo tempo que tentam passar uma ideia de liberdade e mostrar a sua objecção contra as ditaduras da Península Ibérica, têm de gerir as tensões internas entre os passageiros, assim como a comunicação social e a polícia americana. Mas Zé tem ainda mais um desafio pela frente: naqueles 11 dias de total idealismo, ele vai viver um grande amor com Ilda (Leonor Seixas), uma passageira portuguesa que, tal como ele, tem muito a perder...
Baseado em factos verídicos ocorridos em Janeiro de 1961, o filme é realizado por Francisco Manso ("O Testamento do Senhor Napumoceno", "A Ilha dos Escravos", "O Último Condenado à Morte") segundo argumento de Vicente Alves do Ó e João Nunes.[cinecartaz.publico.pt]
"Lola"
Sinopse:
Lola, em filipino, significa avó. O neto de Lola Sepa foi assassinado pelo neto de Lola Puring, ambas são muito pobres e é esta tragédia que ligará o seu destino: uma tentará encontrar forma de pagar o funeral do falecido, a outra, uma maneira de pagar a fiança do assassino. Na primeira audiência de tribunal, o amor e a força das duas vão confrontar-se pois estão ambas dispostas a tudo pelos netos, mesmo que um seja a vítima e o outro o homicida.
Realizado por Brillante Mendoza ("Massagista", "Serbis", "Kinatay"), retrata a cultura filipina focando os problemas sociais, a pobreza, a luta diária pela sobrevivência, mas também evidenciando um profundo respeito pelos idosos. Prémio do júri no Festival de Veneza em 2009. [cinecartaz.publico.pt]
Até ao fim do mundo
Era pedra e sobre essa pedra
Ergueu-se o templo do amor atroz.
Ele de fogo, ela a cordeira
Toda cordura chamando o algoz.
Sangram as tubas: Inês é morta!
Em meigo mito transmuta-a o pranto
Do ermo amante que erra sozinho
No seu deserto de diamante.
Nem ar sangrento buscam seus olhos
Do corpo amado desfeitas pérolas;
E como fera coro os ossos
Da formosura que ao alto o espera
E em desatino da paixão lusa,
Perdida a alma que em Inês tinha,
O fim do mundo ficou esperando
Aos pés da morta, sua rainha.
Natália de Oliveira Correia
O Prémio Máxima de Literatura foi atribuído a Leonor Xavier pelo livro de memórias "Casas Contadas" (editado pela Asa em 2009), que passa pelas 13 casas onde a jornalista viveu. O júri, constituído por António Carvalho, Maria Helena Mira Mateus, valter hugo mãe e a directora da revista, Laura Luzes Torres, tomou a decisão por unanimidade.
O Prémio Máxima Literatura é o único prémio literário exclusivamente atribuído a mulheres em Portugal e tem como valor pecuniário 4 mil euros.
Leonor Xavier nasceu em Lisboa numa tradicional família da Lapa e foi para o Brasil em 1975 com os três filhos e o marido que, tendo sido saneado no pós-25 de Abril do cargo de professor da Faculdade de Direito de Lisboa, foi convidado a dar aulas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Viveu depois no Rio de Janeiro, tem dupla nacionalidade e regressou a Portugal em 1987. Formou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras, foi jornalista do "Diário de Notícias" no Rio de Janeiro, e mais tarde, em Portugal, redactora da revista "Máxima".
Leonor Xavier é também autora de "A vida não se perdeu”, biografia de Raul Solnado, de quem foi companheira durante mais de uma década; escreveu ainda a biografia de “Maria Barroso, um olhar sobre a vida” e ainda a biografia política de Rui Patrício, “A Vida Conta-se Inteira”.
A autora escreveu ainda os romances “Ponte-Aérea” (1983), “O Ano da Travessia” (1994) e “Botafogo” (2004). Em 2009, o prémio foi atribuído a “Myra” de Maria Velho da Costa.
"The King's speech" foi o grande vencedor da edição deste ano do Festival Internacional de Cinema de Toronto. O filme britânico realizado por Tom Hooper conquistou o galardão de melhor filme, escolhido pelo público presente no festival.
O filme, muito elogiado pela crítica e com estreia mundial marcada para Novembro, conta a história do rei Jorge VI de Inglaterra. Depois de o seu irmão abdicar do poder, o monarca - protagonizado por Colin Firth -, viu-se obrigado a assumir o trono. Contudo, Jorge VI, pai da rainha Isabel II, vivia atormentado com a sua gaguez nervosa e quando chega ao poder contrata um terapeuta da fala (Geoffrey Rush) para o ajudar a ultrapassar esse problema.
Esta distinção colocou o filme em lugar de destaque na corrida aos Óscares da Academia para o próximo ano. Em edições anteriores, "Beleza Americana", "Colisão" e "Quem Quer Ser Bilionário" venceram a competição em Toronto, tendo posteriormente recebido o Óscar de Melhor Filme na maior comemoração do cinema mundial.
“First Grader”, de Justin Chadwick, foi a outra obra finalista. O filme, baseado em factos verídicos, conta a história de um analfabeto de 84 anos que tenta entrar na escola primária no Quénia, aproveitando a educação gratuita estatal.
Na categoria de documentário, o público escolheu “Force of Nature: The David Suzuki Movie”, sobre o ambientalista canadiano David Suzuki. Já o júri da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) premiou os filmes "Beautiful Boy" (EUA) e "L'Amour Fou" (França).
Nos dez dias de festival foram exibidos 339 filmes oriundos de 59 países. Entre eles, 112 foram estreias mundiais. A 35ª edição ficou também marcada pela inauguração da nova sede do festival, TIFF Bell Lightbox, um edifício no centro de Toronto que conta com cinco salas de cinema, museu e sala de exposições, dirigindo-se a todos os amantes do cinema. [publico.pt]
Título: O boneco
Ilustrador: Michel Alzéal
Editora: Kalandraka
A passagem inexorável do tempo condenou ao esquecimento muitos brinquedos de pano, cartão ou madeira, concebidos há anos atrás por mãos artesãs. As crianças de hoje em dia sucumbem perante as luzes, os sons e movimentos de artifícios fabricados à base de sofisticados sistemas tecnológicos. Mas nenhum deles com o encanto e a bondade de companheiros de brincadeiras como o boneco desta comovente história…
Este álbum sem palavras convida a reflectir sobre as relações intergeracionais: avós, filhos e netos cresceram em ‘mundos’ diferentes e sob circunstâncias de mudança. Os jogos de outrora, mais participativos, afectuosos e humildes, converteram-se em elementos que fomentam o individualismo, a competitividade e a violência. Quando a sua precária saúde leva o ancião desta narrativa a afastar-se da família, ele quer legar ao seu neto a recordação mais terna da sua infância. Mas a marioneta que desde criança o acompanhara e que ao longo de toda uma vida fora testemunha de excepção dos seus momentos mais felizes, agora -e nas mãos do seu neto- está relegada num canto esquecido.
Shirin Ebadi, Prémio Nobel da Paz em 2003, iraniana, advogada e activista dos Direitos Humanos, e Kurt Westergaard, cartoonista dinamarquês que criou o controverso cartoon do profeta muçulmano Maomé, são duas presenças confirmadas no X Simpósio, organizado pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, sobre o tema “Identidade, Liberdade e Violência”, a realizar a 2 de Outubro, pelas 15h00, no auditório da Biblioteca Municipal.
O X Simpósio reúne, à semelhança das edições anteriores, personalidades com experiências de vida diversas, o que determina que este encontro constitua um momento único de reflexão e discussão sobre um tema candente.
Shirin Ebadi, primeira mulher iraniana nomeada juíza e presidente de um tribunal legislativo, foi, por imperativo dos clérigos conservadores, impedida de exercer estes cargos, o que a motivou para a militância da defesa dos Direitos Humanos, reconhecida pela atribuição do Nobel da Paz.
A primeira cidadã iraniana e a primeira mulher muçulmana a receber um Nobel é, actualmente, professora da Universidade de Teerão e está envolvida numa campanha a favor do estatuto legal das mulheres e crianças, no Irão.
Kurt Westergaard, caricaturista profissional durante mais de 20 anos, alcançou a notoriedade ao criar um desenho do profeta muçulmano Maomé, com uma bomba no turbante, o que determinou uma violenta e expressiva reacção de muçulmanos no mundo inteiro. Sujeito a uma tentativa de assassinato, na sua casa em Aarhus, em 2010, Westergaard vive sob fortes medidas de segurança.
Dez edições do Simpósio
Desde 2000, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira organiza este Simpósio, coordenado por Renzo Barsotti. No ano passado, Roberto Saviano, jornalista, condenado à morte pela máfia napolitana, autor do livro Gomorra, foi um dos conferencistas do IX Simpósio, dedicado às “Máfias e mercado global”. Depois de Salman Rushdie, que esteve em Santa Maria da Feira em 2006, Saviano foi o segundo escritor perseguido a marcar presença neste encontro.
Refira-se que já participaram no Simpósio inúmeras personalidades de relevo, como Eduardo Lourenço, Francesco Alberoni, António Di Pietro, Vasco Graça Moura, José Saramago, Oliviero Toscani, Gianni Vattimo, Giuliana Sgrena, Bernard Henri-Lévy, Paul Rusesabagina e Fernando Savater, entre outros.
A realização deste Simpósio contextualiza-se na actividade cultural da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, considerada um equipamento cultural de referência a nível nacional e internacional, não só por ser a primeira biblioteca pública do País a obter certificação de qualidade, em 2006, mas também pelos relevantes serviços que tem prestado à comunidade e pelos projectos culturais que tem desenvolvido, onde pontuam nomes como Fernanda Fragateiro, Spencer Tunick, Luca Allinari, Manoel Oliveira, Walter Salles, Raul Solnado, António Chainho e tantos outros.
Data: 2 de Outubro de 2010
Hora: 15h00
Local: Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
Inscrições: até 30 de Setembro [gratuitas e limitadas]
Contactos: tel. 256 377 030 | fax. 256 377 031 | e-mail biblioteca@cm-feira.pt
Estreiam, hoje, os filmes: "Todos os outros" de Maren Ade com Birgit Minichmayr e Lars Eidinger, "Marginais" de Hugo Diogo com Patrícia André, José Fidalgo; "O Último Voo do Flamingo" de João Ribeiro com Carlo D'Ursi, Cláudia Semedo, Eliote Alex e Alberto Magassela.
"Todos os outros"
Sinopse:
Gitti (Birgit Minichmayr) e Chris (Lars Eidinger) parecem feitos um para o outro. Mas a sua relação, aparentemente sólida, vai ser posta à prova durante os dias passados na casa de família de Chris, na Sardenha, pois será aí que, entre pequenas mentiras, alguns equívocos e a intromissão de todos, os dois começam a vacilar. Da premiada realizadora Maren Ade ("Ebene 9" e "The Forest for the Trees"), um filme sobre a vida em comum de duas pessoas e os seus desejos antagónicos.
Vencedor do Urso de Prata - Grande Prémio do Júri e Melhor Actriz (Birgit Minichmayr).[cinecartaz.publico.pt]
"Marginais"
Sinopse:
Um filme sobre vidas cruzadas nos subúrbios de Lisboa em busca de remição: Constantino (Almeno Gonçalves) é pai de Maria (Patrícia André) com quem tem uma relação dúbia e atribulada. Ela, por sua vez, tem a seu cargo Ana, a filha de 11 anos, que tenta educar da melhor maneira que lhe é possível, ao mesmo tempo que vive uma paixão difícil com Carlos (José Fidalgo). Já este vive em perpétuo conflito com o irmão Lucas (Fernando Martins): o primeiro é equilibrado e com objectivos muito definidos, o outro desregrado e sempre metido em sarilhos. [cinecartaz.publico.pt]
"O Último Voo do Flamingo"
Sinopse:
Tizangara, uma pequena vila imaginária no interior de Moçambique, meses depois da assinatura do Acordo Geral de Paz, que terminou com a Guerra Civil no país. Após a morte inexplicável de cinco soldados das Nações Unidas, o tenente-coronel italiano Massimo Risi (Carlo D'Ursi) é destacado para investigar o que aconteceu naquele pequeno lugar isolado onde as únicas provas são pedaços de corpos dispersos e pénis decepados.
Baseado na obra homónima do escritor moçambicano Mia Couto, realizado por João Ribeiro e co-produzido por Espanha, Brasil, Moçambique, Itália e França, é uma crónica dos anos conturbados do pós-guerra, documentando a adaptação do país a uma nova realidade social e política. [cinecartaz.publico.pt]
Francisco Ribeiro, fundador dos Madredeus, morreu, vítima de cancro. Nos Madredeus até 1997, o violoncelista editou o seu primeiro a solo, “Desiderata – a Junção do Bem”, em Dezembro de 2009.
Em 1997, Francisco Ribeiro abandonou os Madredeus para completar a sua formação musical em Inglaterra. Longe do olhar público, o violoncelista regressou a Portugal em 2006 e, em Dezembro de 2009, ressurgiu em primeiro plano com a edição de “A Junção do Bem”, o primeiro álbum do seu projecto Desiderata. “O caminho que percorri [nos últimos anos] é o do autoconhecimento. Foi isso que tive de fazer quando me retirei do país. Quase um retiro espiritual que a música [de 'A Junção do Bem'] reflecte”, afirmou então em entrevista ao ÍPSILON. Francisco Ribeiro morreu depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no fígado.
Um dos membros fundadores dos Madredeus, participou como instrumentista e compositor nos álbuns “Os Dias da Madredeus”, “Existir”, “O Espírito da Paz” e “Ainda” e viveu o período de maior fulgor do grupo, quando este se afirmou não só como nome fulcral da música portuguesa, mas também como destaque nos palcos internacionais. Foi o seu período de “rock'n'roll e muita euforia”, recordava em Dezembro do ano passado. Abandonaria os autores de “O pastor” para reiniciar e concluir em Bath, Inglaterra, os estudos académicos de música que a intensa actividade do grupo interrompera.
Já de regresso a Portugal, gravou “Desiderata: A Junção do Bem” com a Orquestra Nacional do Porto, dirigida pelo maestro britânico Mark Stephenson. O álbum, em que colaboraram as cantoras Filipa Pais, Natália Casanova e Tanya Tagaq, o fadista José Perdigão e o guitarrista José Peixoto (também um ex-Madredeus), era visto pelo seu autor como uma digressão interior com um ponto em comum a todas as músicas, “o amor”, “a linguagem universal.”
“Desiderata” teve como mote o poema com o mesmo título do americano Max Ehrmann. Os seus primeiros versos surgiam, de resto, destacados no CD: “Vai placidamente no meio do barulho e da confusão, lembrando-te de quanta paz existe no silêncio.”[publico.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
O Encontro
Como se um raio mordesse
meu corpo pêro rosado
e o namorado viesse
ou em vez do namorado
um novilho atravessasse
meus flancos de seda branca
e o trajecto me deixasse
uma açucena na anca
como se eu apenas fosse
o efeito de um feitiço
um astro me desse um couce
e eu não sofresse com isso
como se eu já existisse
antes do sol e da lua
e se a morte me despisse
eu não me sentisse nua
como se deus cá em baixo
fosse um cigano moreno
como se deus fosse macho
e as minhas coxas de feno
como se alguém dos espaços
me desse o nome de flor
ou me deixasse nos braços
este cordeiro de amor.
Natália de Oliveira Correia
O projecto do arquitecto João Luis Carrilho da Graça para o núcleo arqueológico do Castelo de São Jorge, em Lisboa, foi distinguido com Piranesi Prix de Rome 2010. O júri italiano considerou que a intervenção demonstra "uma grande clareza na qualidade da solução adoptada, tanto na relação física entre arquitectura e arqueologia, bem como na relação entre intervenção volumétrica e paisagem", explica o texto de divulgação do prémio.
O trabalho de Carrilho da Graça (de que é co-autor o arquitecto paisagista João Gomes da Silva) foi seleccionado entre um grupo de 18 obras nomeadas, do qual constavam projectos de Rafael Moneo, Gigon & Guyer, Vasquez Consuegra, Paredes & Pedrosa. O núcleo arqueológico reúne vestígios de três épocas muito diferentes: o período islâmico, do qual existem duas casas, a Idade do Ferro (do século VII a.C ao século III a.C.) e ainda as ruínas do Palácio dos condes de Santiago (século XV a XVIII), que ruiu com o terramoto de 1755. Na zona das casas islâmicas a opção do arquitecto foi criar uma estrutura de casa, com dimensão aproximada à que teriam as originais, mas com um sistema que não toca nas ruínas, não interferindo portanto com o material arqueológico.
O Piranesi Prix de Rome, adianta ainda o comunicado, foi criado em 2003 “como reconhecimento à alta formação clássica e em continuidade com a experiência académica francesa do Grand Prix de Rome (criado inicialmente para pintores e escultores, em França, no século XVII) – e este ano, pela primeira vez, foi dedicado a projectos de arquitectura construídos. Um dos objectivos é distinguir trabalhos de valorização do património arqueológico através de um projecto contemporâneo. O prémio não tem valor monetário. [publico.pt]
Chegou em boa altura o Grande Prémio de Romance e Novela Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas para Rui Cardoso Martins, pela sua segunda obra "Deixem Passar o Homem Invisível", editado pela Dom Quixote. "Andava muito desanimado com o Benfica!", brinca o escritor, que é também cronista do PÚBLICO, quando o confrontamos com o galardão, que distingue obras publicadas durante 2009.
Mais a sério, revela que ficou “obviamente contente”, até porque a lista dos anteriores vencedores é credível, destacando José Cardoso Pires e António Lobo Antunes. O último foi um dos quatro escritores que bisaram – os outros três foram Virgílio Ferreira, Agustina Bessa-Luís e Maria Gabriela Llansol. O prémio, no montante de 15 mil euros, é atribuído desde 1982.
Desta feita, o júri, constituído por José Correia Tavares, Eugénio Lisboa, Luís Mourão, Luísa Mellid-Franco, Pedro Mexia e Serafina Martins deliberou por maioria. Eugénio Lisboa votou em “O Chão dos Pardais” de Dulce Maria Cardoso. O vencedor foi escolhido entre 85 obras de ficção publicadas por 33 editoras.
O escritor, jornalista e argumentista nasceu em Portalegre, em 1967, vivendo em Lisboa desde a universidade. Foi repórter e hoje é cronista no PÚBLICO. É também co-fundador das Produções Fictícias. Para o cinema escreveu o guião de “Zona J” e, em parceria, o da longa-metragem “Duas Mulheres”. O seu primeiro livro, “E Se Eu Gostasse Muito de Morrer”, de 2006, já vai na 4ª edição, tendo sido publicado em países como Espanha e Hungria.
O livro premiado conta a viagem de um advogado, cego desde criança, e de um menino escuteiro, através de uma Lisboa subterrânea, para onde foram impelidos depois de uma enxurrada enquanto à superfície se tenta encontrar forma de os resgatar. O prémio, segundo ele, surge em boa altura, “depois de ter passado meses complicados, com muitas responsabilidades familiares”, aludindo à morte, em 2009, da mulher - a jornalista, crítica literária e editora Tereza Coelho.
Depois da “tragédia pessoal”, surgiu “alguma confusão e também desânimo.” Agora diz-se outra vez pronto para a escrita. “Com a ajuda dos amigos adquiri força. É preciso muita para escrever. Não levo isto de forma fácil. É-me difícil. É uma responsabilidade grande, de forma que quando começo já tenho que ter energia para o começar. E agora espero ter. Já que o Benfica não acerta.”
Foi exactamente ontem que decidiu que iria voltar à escrita. Espera-o o terceiro livro. “Assim, com o prémio, parece que faz mais sentido”, diz. E volta a brincar com o seu clube. No ano passado o Benfica foi campeão. Agora já conta três derrotas em quatro jogos para o campeonato. “As pessoas do Benfica relaxaram com a vitória. A vitória é um dos grandes problemas dos vencedores. Espero não cair nessa armadilha”, brinca.
Mas não é só o Benfica. O prémio chega em boa altura, por outra razão. Nas férias tinha perdido os contactos do telemóvel. “Agora as pessoas telefonam-me, ou enviam mensagens, para me felicitarem, e fico outra vez com os números dos meus amigos.” [publico.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
"Somewhere", de Sofia Coppola, é o vencedor do Leão de Ouro da 67ª Mostra de Veneza, atribuído pelo júri presidido por Quentin Tarantino.
O júri presidido por Quentin Tarantino escolheu como melhor de entre os 24 filmes da competição esta miniatura minimalista sobre um actor em crise a quem o sucesso já não diz nada, escolha que o realizador de “Pulp Fiction” disse ter sido “unânime” entre os sete jurados.
O cineasta americano Monte Hellman, presente a concurso com “Road to Nowhere”, recebeu um Leão de Ouro Especial pelo conjunto da sua obra. “Essential Killing”, do polaco Jerzy Skolimowski, ganhou o Prémio Especial do Júri e valeu a Vincent Gallo a Taça Volpi para Melhor Interpretação Masculina, e “Balada Triste de Trompeta” deu ao cineasta espanhol Alex de la Iglesia os prémios de Melhor Realização e Melhor Argumento.
A actriz franco-grega Ariane Lebed foi Melhor Actriz pelo filme grego de Athina Rachel Tsangari, “Attenberg”, e Mila Kunis recebeu o prémio Marcello Mastroianni para um jovem actor ou actriz por “Black Swan”, de Darren Aronofsky. O prémio de Melhor Contribuição Artística coube a Mikhail Krichman pela fotografia do filme do russo Alexei Fedorchenko, “Silent Souls”.
O palmarés foi uma enorme surpresa para os observadores, visto que nenhum dos filmes premiados estava entre os preferidos da crítica presente na Mostra.
No entanto, Tarantino avisara, logo na sua introdução, que o “cinema” fora o único padrão pelo qual o júri se regera. E todos os filmes premiados, muito diferentes entre si, são de facto obras singulares que exploram de modo particularmente sofisticado o cinema como arte audiovisual completa.
As escolhas do júri, composto ainda pela actriz lituana Ingeborga Dapkunaite, pelo compositor Danny Elfman e pelos realizadores Guillermo Arriaga, Arnaud Desplechin, Luca Guadagnino e Gabriele Salvatores, foram recebidas com vaias na sala de imprensa do Palazzo del Casinò, onde os jornalistas assistiram em directo à cerimónia de encerramento do Festival de Veneza.
A maior vaia da noite recebeu a atribuição do Prémio de Melhor Actor a Vincent Gallo, que interpreta no filme de Skolimowski um muçulmano capturado pelo exército americano no Afeganistão. O actor americano, que causou este ano escândalo no Lido com a sua terceira longa-metragem, “Promises Written in Water”, está presente em praticamente todos os planos de “Essential Killing” sem nunca pronunciar uma única palavra de diálogo.
Noutros prémios, atribuídos por júris separados, o Leão do Futuro para primeira obra de longa-metragem coube a “Cogunluk”, do turco Seren Yuce, apresentado na secção Giornate degli Autori; o melhor filme da secção Orizzonti foi “Verano de Goliat”, do mexicano Nicolás Pereda; e “20 Sigarette”, de Aureliano Amadei, recebeu o prémio da secção Controcampo Italiano. “Avatar”, de James Cameron, e “Como Treinares o Teu Dragão”, de Dean de Blois e Chris Sanders, partilharam o prémio 3-D atribuído ao filme dos últimos doze meses que melhor uso fez da tecnologia estereoscópica. [publico.pt]
"Claude era a própria alegria de viver, não consigo imaginar que ele tenha partido", afirmou Gérard Depardieu, protagonista de Bellamy, o mais recente filme de Claude Chabrol, reagindo à morte, aos 80 anos, de um dos mais prolíficos realizadores do cinema francês da segunda metade do século XX.
Envolvido com os seus amigos François Truffaut e Jacques Rivette no lançamento da Nouvelle Vague, Claude Chabrol era já um crítico de cinema reconhecido, nos Cahiers du Cinéma, quando se estreou como realizador com Le Beau Serge, em 1959. Nos 50 anos seguintes dirigiu mais de 80 filmes para cinema e televisão, muitos deles centrados na descrição minuciosa e mordaz da burguesia francesa de província.
A sua morte, provocada por complicações decorrentes de um pneumotórax, foi ontem lamentada por realizadores e actores, mas também por políticos de todos os quadrantes, desde o ministro da Cultura, Frédéric Mitterrand, que elogiou o seu "olhar ao mesmo tempo malicioso e fulminante", até ao veterano líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, que foi seu colega em Direito, estudos que Chabrol abandonaria para se licenciar em Letras.
Todos os testemunhos realçam a sua energia e o seu gosto pela vida, bem como a sua reputação de gourmet. Diz-se que escolhia os cenários dos seus filmes na província em função da gastronomia local.
Mais "clássico" do que outros cineastas da Nouvelle Vague, como Truffaut, Godard, Rohmer ou Rivette, nem por isso a sua obra tem uma marca autoral menos intensa, como salienta o director da Cinemateca Francesa, Serge Toubiana, notando que Chabrol foi não apenas o cineasta francês que fez um maior número de filmes na segunda metade do século XX, mas também o autor de "uma obra de uma extrema coerência, incrivelmente forte". Manoel de Oliveira argumenta no mesmo sentido, quando, reagindo a esta morte, afirma que realizadores como Chabrol "já não pertencem à Nouvelle Vague ou a outra coisa qualquer, pertencem a eles próprios".
Nascido em Paris, numa família de farmacêuticos, Chabrol começou a escrever para os Cahiers du Cinéma quando ainda frequentava a universidade e ia ganhando algum dinheiro com dedicatórias falsas de Hemingway e Faulkner, que impingia aos snobs parisienses. Casou-se novo com uma herdeira de uma família rica, o que lhe permitiu criar uma produtora, que arrancou com uma curta-metragem de Rivette.
Os seus primeiros filmes, como Le Beau Serge, um drama de província, ou Les Cousins, passado em Paris, mostram já esse olhar impiedoso, mas ao mesmo tempo bem humorado, sobre a burguesia francesa e os seus costumes que iria constituir uma das imagens de marca do seu cinema.
Em 1964 casou-se em segundas núpcias com a actriz Stéphane Audran, que protagonizará muitos dos seus filmes nos anos 60 e 70, fase em que Chabrol realiza vários policiais, entre os quais o notável Requiem para Um Desconhecido (1969). Mas a actriz de Chabrol por excelência irá ser Isabelle Huppert, que faz a sua primeira aparição em 1978, em Violette Nozière, e que protagonizará boa parte dos seus filmes dos anos 80 e 90. Na sua página do Facebook, a actriz publicou ontem uma mensagem que dizia apenas o essencial: "Claude Chabrol deixou-nos". [publico.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
No âmbito da programação do Cineclube da Feira, será exibido, a 12 de Setembro, pelas 21h45, o filme "Histórias da idade do ouro" de Hanno Höfer, Razvan Marculescu, Cristian Mungiu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru, na biblioteca municipal.
Título: Chiu!
Autora: Mafalda Milhões
Ilustrador: Paulo Galindro
Editora: O Bichinho de Conto
Chiu! é uma narrativa que nos transporta, crianças e adultos, para o mundo mágico dos sonhos! Com as fantásticas ilustrações de Paulo Galindro aliadas a uma linguagem muito simples, vamos percebendo que sonhar é fundamental e só nos damos conta da importância que os sonhos assumem na nossa vida e como fazem renascer a criança que existe em cada um de nós, quando eles desaparecem, dando lugar ao vazio - assim o provam as personagens desta história: o João, o pai e a mãe do João, o gigante, todos os meninos que sonham, as ovelhas "que-saltam-a-cerca-e-chamam-o-sono"...
Por isso "CHIU!", deixem o gigante sonhar "com um brilho-de-sol nos olhos e um sorriso-de-luar."
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
Estreiam, hoje, os filmes: "Gigante" de Adrián Biniez com Horacio Camandule, Leonor Svarcas; "Jantar de Idiotas" de Jay Roach com Steve Carell, Paul Rudd, Paul Rudd, Jemaine Clement.
"Gigante"
Sinopse:
Jara (Horacio Camandule) tem 35 anos e trabalha como segurança nocturno num grande supermercado em Montevideu, Uruguai. A sua tarefa é controlar todas as câmaras de vigilância do edifício, algo que se adequa perfeitamente à sua personalidade calma e solitária. Um dia, através dos monitores, Jara descobre Julia (Leonor Svarcas), uma das empregadas de limpeza, e, sentindo-se atraído por ela, começa a seguir-lhe os passos através das câmaras, durante as suas longas horas de trabalho, e pela cidade, durante as folgas de ambos. Assim, nessa perseguição, Jara descobre tudo sobre Julia, ligando-se cada vez mais profundamente a ela. E o que era apenas uma atracção, transforma-se num amor intenso...
Primeira obra do argentino Adrián Biniez, foi o grande vencedor no Festival de Berlim de 2009, onde conquistou o Urso de Prata - Grande Prémio do Júri, o Prémio Alfred Bauer e o Prémio para o Melhor Primeiro Filme. [cinecartaz.publico.pt]
"Jantar de idiotas"
Sinopse:
Tim (Paul Rudd), apesar de todos os esforços, ainda não conseguiu a desejada e, segundo o próprio, merecidíssima promoção na empresa onde trabalha. Quando recebe o convite do chefe para o famoso "jantar de idiotas" mensal, que implica alguns direitos acrescidos para quem conseguir levar consigo o idiota com mais categoria, pensa ter aí a grande oportunidade de impressionar toda a gente. Apesar de Julie (Stephanie Szostak), a sua noiva, achar a ideia absolutamente repugnante e de tentar fazê-lo desistir, Tim não resiste quando conhece Barry (Steve Carell), um cinquentão desajeitado cujo passatempo é a criação de dioramas com ratinhos embalsamados e que, aparentemente, não consegue estar três minutos sem causar distúrbios. Assim, ele decide levar o convidado perfeito ao jantar e, com isso, ganhar a promoção. Mas Barry é muito mais do que um simples idiota e rapidamente tudo o que poderia correr mal na vida de Tim, começa a correr (mesmo) muito mal.
Realizado por Jay Roach ("Austin Powers", "Um Sogro do Pior", "Uns Compadres do Pior") é o "remake" do filme "Jantar de Palermas", do francês Francis Veber que aqui co-assina o argumento. [cinecartaz.publico.pt]
Os arquitectos Pablo Rebelo, Pedro Pita, Ricardo Oliveira, Filipe Cardoso e João Charters Monteiro foram distinguidos com o Prémio AICO, iniciativa integrada no congresso Architecture International Congress at Oporto, evento organizado pela Jofebar e pela Darco Magazine.
Na categoria Habitação, os vencedores deste ano foram os arquitectos Pablo Rebelo, Pedro Pita e Ricardo Oliveira, graças ao projecto da Casa do Souto, em Resende, habitação esta com um volume de betão com três torções. Segundo os responsáveis pelo Prémio AICO, esta casa "implanta-se a poente, próxima da entrada e no ponto mais exposto ao sol, numa intervenção reduzida ao menor impacto, contemplando o souto do seu estado original".
Já na categoria Equipamento, especialmente destinada a estudantes de arquitectura, foram distinguidos em ex aequo dois projectos, curiosamente os dois situados em Mértola. Eles foram o Museu da Mina de São Domingos e o Museu Mineiro de São Domingos
O primeiro é da autoria do estudante de arquitectura Filipe Cardoso. Segundo a organização, o projecto deste estudante coloca o Museu da Mina de São Domingos "como última ruína do percurso mineiro, numa torre, conceptualmente caracterizada como um monólito, um elemento que se impõe no território".
Já o projecto do Museu Mineiro de São Domingos, da autoria de João Charters Monteiro, foi distinguido na categoria de Equipamento, uma vez que "procura ser ambicioso do ponto de vista da implantação, na sua espacialidade e correspondente materialidade".
Ao todo foram avaliados 30 projectos arquitectónicos que concorreram ao Prémio AICO, dos quais restaram os três referidos projectos. Os vencedores na categoria de Habitação foram contemplados com uma recompensa de dois mil euros, enquanto os vencedores na categoria de Equipamento receberam mil euros.
O júri que decidiu premiar os referidos arquitectos é composto por Frederico Valsassina, Luís Palhão e Tiago Pimentel, presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos. Os critérios de avaliação passam pelo "conceito arquitectónico", a "qualidade do projecto", "a originalidade e criatividade", sem esquecer a "inovação na aplicação dos diversos materiais" e na "qualidade das soluções técnicas". [dn.pt]
Ó Véspera do Prodígio! – IV
Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.
Natália de Oliveira Correia
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
Os escritores Peter Carey, Emma Donoghue, Damon Galgut, Howard Jacobson, Andrea Levy e Tom McCarthy são os seis finalistas do Man Booker Prize 2010, o mais importante prémio britânico para obras de ficção. A “shortlist” foi anunciada pelo presidente do júri, Andrew Motion, numa conferência de imprensa em Londres.
“Foi um grande privilégio e um desafio para o júri reduzir a lista de 13 obras a seis romances excepcionalmente bons. Ao fazê-lo temos a certeza de que escolhemos livros que demonstram uma grande variedade de temas e de estilos”, disse o presidente do júri.
Peter Carey, que concorre com “Parrot and Olivier in America” já recebeu este prémio duas vezes. Em 1988, por “Oscar e Lucinda”, e em 2001, por “A Verdadeira História do Bando de Ned Kelly”. Se ele sair vencedor da edição deste ano será o único autor a receber o prémio três vezes. Também não é a primeira vez que o autor sul-africano Damon Galgut tem uma das suas obras na “shortlist” e Howard Jacobson já esteve duas vezes na lista mais longa. Emma Donoghue tem 40 anos e é mais nova dos seleccionados. Os autores são oriundos da Austrália, África do Sul, Reino Unido e Irlanda.
As obras escolhidas para esta edição são: “Parrot and Olivier in America”, de Peter Carey (Faber and Faber); “Room”, de Emma Donoghue (Picador – Pan Macmillan); “In a Strange Room” de Damon Galgut ( Atlantic Books – Grove Atlantic); “The Finkler Question”, de Howard Jacobson (Bloomsbury); “The Long Song”, de Andrea Levy (Headline Review – Headline Publishing Group) e “C” de Tom McCarthy (Jonathan Cape – Random House).
O vencedor será anunciado no dia 12 de Outubro, em Londres, e receberá 50 mil libras (60 mil euros). O ano passado o prémio foi para “Wolf Hall”, de Hilary Mantel. [publico.pt]
Conhecêmo-la em papéis em óperas de Massenet, Mozart ou Verdi e em discos em que canta árias de Handel ou canções de Strauss. Para surpresa de muitos, num mesmo ano em que se prepara para cantar lieder de Mahler com Christian Thielemann e reencontrar o papel da Condessa na ópera Capriccio, de Richard Strauss, a soprano norte-americana Renée Fleming apresenta-se, num registo vocal diferente, num disco de canções pop.
Em Dark Hope ouvimo-la a cantar Mad World dos Tears for Fears, Endlessly dos Muse, In Your Eyes de Peter Gabriel, Intervention dos Arcade Fire, Stepping Stone de Duffy ou Hallelujah de Leonard Cohen. Com arranjos de David Kahne, o disco inclui ainda canções dos Mars Volta, Band of Horses, Willy Mason, Death Cab for Cutie e Jefferson Airplane.
Num primeiro contacto, a voz gera a surpresa. Não é a Renée Fleming do canto lírico, aproximando-se mais do registo que em 2005 revelara em Haunted Heart, um disco em que colaborou com Bill Frisell e Fred Hersch. "Eu sabia que o meu som a cantar, que não soasse a um registo operático, requeria que eu cantasse tal e qual como falo. E falo com uma voz relativamente grave, o que é invulgar para uma soprano", explicou a cantora ao DN, evocando precisamente esse disco de jazz. Além disso, acrescenta que "não queria elevar a voz, para garantir um outro tipo de canto".
A música pop pode ser uma novidade discográfica na obra de Renée Fleming, mas nas suas memórias também há vozes e canções sem relação com a música clássica. "Eu fui a filha mais velha da família, por isso não tive irmãos mais velhos a mostrar-me música. É por aí que muita gente descobre música", recorda. Nos dias de escola, gostava de Stevie Wonder ou Elton John, "que eram muito populares na altura e também músicos muito interessantes". Depois descobriu Joni Mitchell. "E ainda escuto uma grande variedade de música. Sou uma grande apreciadora de jazz", revela, acrescentando que "uma sinfonia de Beethoven e os Beatles talvez não estejam colocados a par nos dias de hoje. Mas daqui a cem anos ambos serão música clássica".
Este era, à partida, "um conceito tão afastado" do que costuma fazer que a "intrigou". A escolha de repertório trouxe-lhe as primeiras surpresas. "Só conhecia a canção de Peter Gabriel e o Hallelujah", confessa. "O resto foi uma revelação. E adorei a música. Foi mesmo a descoberta desta música independente, do college rock... Há tantos nomes de géneros!" E conclui: "Há nova música muito interessante a ser feita por gente jovem."
Mas o maior esforço para gravar Dark Hope não resultou do trabalho para escutar e assimilar todo um volume de músicas que não conhecia. "Estou muito habituada a usar todo o corpo e muita respiração para fazer um som poderoso. Porque canto muitas vezes com orquestras e tenho de chegar ao fundo da sala, estou habituada a controlar o som com a respiração." Num estúdio, com microfone à frente do rosto e uma música bem diferente nos auscultadores, deu por si a cantar "com uma técnica diferente". No fim, reconhece que gostou da experiência, embora confesse que de momento não tem mais planos nestes domínios, até porque a temporada que aí vem devolve-a aos palcos da música clássica.[dn.pt]
Título: O estranho mundo de Jack
Autor e ilustrador: Tim Burton
Editora: Orfeu Negro
O Estranho Mundo de Jack, história que inspirou o filme com o mesmo título, é já um clássico infantil e conta-nos a história de Jack Esquelético numa assustadora véspera de Natal.
Uma noite, enquanto passeia entediado na floresta de Halloween, Jack encontra algo que nunca vira antes: uma porta esculpida numa árvore. Ao abri-la, Jack entra no mundo alegre e cintilante da Cidade do Natal. Maravilhado com tanta luz e animação, Jack decide raptar o Pai Natal e levá-lo para Halloween, planeando as mais medonhas traquinices para a véspera de Natal.
Um mundo fantástico e irreverente que promete tantas gargalhadas como sustos!
Título: A morte melancólica do rapaz ostra & outras estórias
Autor e ilustrador: Tim Burton
Editora: Antígona
Depois do sucesso no cinema, o realizador Tim Burton apresenta-nos A Morte Melancólica do Rapaz Ostra, que reúne 23 histórias para miúdos e graúdos, em que as personagens são heróis especiais, sem super- -poderes, meros sobreviventes num mundo sem amor. Construídas com um humor sinistro, estas histórias são profusamente ilustradas por belíssimas gravuras que retratam de forma exemplar.
São 23 poemas ilustrados sobre rapazes e raparigas inadaptados, seres muitas vezes bizarros nas formas dos seus corpos ou nos seus comportamentos que Tim Burton toma por protagonistas.
São histórias macabras de pequenos proscritos pela sociedade das gentes normais, mas que não abdicam de uma demanda pelo amor e por um lugar num mundo, afinal cruel. Histórias trágicas, sombrias, temperadas com humor negro.
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
Estreiam, hoje, os filmes:"Não minha filha, tu não vais dançar" de Christophe Honoré com Chiara Mastroianni, Marina Foïs, Marie-Christine Barrault, Louis Garrel e "Entre Irmãos" de Jim Sheridan com Jake Gyllenhaal, Natalie Portman, Tobey Maguire.
"Não minha filha, tu nao vais dançar"
Sinopse:
Desde o seu divórcio que Lena (Chiara Mastroianni) tenta dar o máximo de estabilidade aos seus dois filhos. Apesar das dificuldades, tudo tem corrido razoavelmente bem e ela tem conseguido ultrapassar os obstáculos, à excepção de um: a sua intrometida família que quer, à força, fazê-la feliz...
Quando chega de férias a Brittany, para visitar os pais, descobre que, de maneira a forçarem uma reconciliação, eles tinham convidado o seu ex-marido Nigel (Jean-Marc Barr). Sentindo-se traída e humilhada, fica indecisa entre ir embora e ficar, e é nesse preciso momento que Lena sente a falta de controlo que tem sobre a sua vida e todas as dificuldades que, como ela diz, não a deixam respirar: as obrigações, os moralismos e as pressões de várias ordens.
Escrito e realizado por Christophe Honoré ("Minha Mãe", "Em Paris" e "As Canções de Amor"), um filme sobre o novo papel da mulher e as exigências asfixiantes da vida moderna.[cinecartaz.publico.pt]
"Entre Irmãos"
Sinopse:
Sam (Tobey Maguire) e Tommy Cahill (Jake Gyllenhaal) são irmãos, mas têm personalidades distintas: Sam é responsável, pai de família e, enquanto capitão no Exército dos EUA, encontra-se a cumprir a sua segunda missão no Afeganistão; Tommy é carismático, mas irresponsável e provocador.
Quando, no Afeganistão, o helicóptero onde seguia é tragicamente abatido nas montanhas, Sam é dado como morto, cabendo ao irmão a tarefa de prestar auxílio à família, criando laços cada vez mais fortes com Grace (Natalie Portman), sua cunhada, e com as suas duas sobrinhas. Meses depois, Grace recebe um telefonema com a notícia que, afinal, o seu marido se encontra vivo e o que, à primeira vista, parecia um milagre transforma-se num verdadeiro inferno: Sam regressa traumatizado e emocionalmente instável e o papel de Tommy naquela família é já muito mais profundo do que se poderia esperar...
"Remake" americano do filme "Tudo o que Perdemos" da dinamarquesa Susanne Bier, é o último filme de Jim Sheridan, depois de "Em Nome do Pai" (1993), "O Boxeur" (1997), "Na América" (2002) ou "Get Rich or Die Tryin'" (2005). [cinecartaz.publico.pt]
Natália de Oliveira Correia
[Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993]
Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália de Oliveira Correia
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.