Aqués que tén fama d' honrados na vila
roubáronme tanta brancura qu' eu tiña;
botáronme estrume nas galas dun día,
a roupa de cote puñéronma en tiras.
Nin pedra deixaron en dond' eu vivira;
sin lar, sin abrigo, morei nas curtiñas;
ó raso cas lebres dormín nas campías;
meus fillos... ¡meus anxos!... que tant' eu quería,
¡morreron, morreron ca fame que tiñan!
Quedei deshonrada, mucháronm' a vida,
fixéronm' un leito de toxos e silvas;
i en tanto, os raposos de sangre maldita,
tranquilos nun leito de rosas dormían.
―Salvádeme ¡ouh, xueces!, berrei... ¡Tolería!
De min se mofaron, vendeum' a xusticia.
―Bon Dios, axudaime, berrei, berrei inda...
tan alto qu' estaba, bon Dios non m' oíra.
Estonces, cal loba doente ou ferida,
dun salto con rabia pillei a fouciña,
rondei paseniño... (ne' as herbas sentían)
i a lúa escondíase, i a fera dormía
cos seus compañeiros en cama mullida.
Mireinos con calma, i as mans estendidas,
dun golpe ¡dun soio! deixeinos sin vida.
I ó lado, contenta, senteime das vítimas,
tranquila, esperando pola alba do día.
I estonces... estonces cumpreuse a xusticia:
eu, neles; i as leises, na man qu' os ferira.
Rosalía de Castro (1993).
Follas Novas. (Vigo: Galaxia)
A escritora Maria Alzira Seixo foi distinguida pela Universidade de Évora com o Prémio Vergílio Ferreira 2011, no valor de cinco mil euros. Ensaísta, crítica literária e professora catedrática, Maria Alzira Seixo, de 69 anos, é especialista em Literatura Francesa, Comparada e Portuguesa.
Criado em 1997, o prémio distingue o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do ensaio, contemplando anualmente propostas de candidatura oriundas de diversas universidades, nacionais e estrangeiras, onde se desenvolvam estudos de literatura e cultura portuguesas.
Este ano, a escolha foi unânime.
Na sua página online, a Universidade de Évora chama à atenção para a “vasta bibliografia publicada” da escritora, destacando títulos como “Para o Estudo da Expressão do Tempo no Romance Português Contemporâneo”, publicado em 1968, ou “Discursos do texto” de 1977, tendo-se seguido "Discursos do Texto" de 1977, "O Essencial sobre José Saramago" de 1987, "Lugares da ficção em José Saramago. O essencial e outros ensaios" de 1999 e "Os romances de António Lobo Antunes; análise, interpretação, resumos e guiões de leitura" de 2002.
A escritora, responsável pela atribuição do Doutoramento honoris causa a José Saramago, em 1999, é especialista em romance português contemporâneo e, em especial, na ficção de António Lobo Antunes.
O júri deste ano, presidido por José Alberto Machado, da Universidade de Évora, foi constituído por Fernando Gomes, responsável do departamento de Linguística e Literaturas, Fernanda Irene Fonseca, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Paula Morão, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e pelo poeta e crítico literário Liberto Cruz.
Mia Couto, Agustina Bessa Luís, Vasco Graça Moura, Mário Cláudio e Luísa Dacosta foram alguns dos escritores já distinguidos. [publico.pt]
O guitarrista Gary Moore morreu esta madrugada num hotel, em Estepona, Espanha. O músico tinha 58 anos e estava a passar férias.
“É com a maior tristeza que anunciamos que Gary Moore faleceu durante a sua estadia em Espanha, de férias, ontem à noite. Os nossos pensamentos estão com os seus filhos, família e amigos”, está escrito no site do músico.
Segundo os responsáveis do governo regional de Málaga, o corpo do guitarrista não apresenta sinais de violência. As mesmas fontes informaram à agência EFE que será iniciada uma investigação à morte do músico apenas se a autópsia levantar suspeitas.
Gary Moore chegou ao hotel da Costa do Sol espanhola ao meio-dia de sábado e morreu esta madrugada, precisaram as fontes, sem revelar se estava acompanhado.
O guitarrista nasceu em Belfast, Irlanda do Norte, a 04 de Abril de 1952, tendo começado a carreira musical na década de 1960. Em 1970 juntou-se à banda “Skid Row” e poucos anos depois foi recrutado para o grupo “Thin Lizzy”.
A carreira a solo tornou-se mais importante a partir de 1979, com o disco “Parisienne Walkways”, ao que se seguiram outros trabalhos de sucesso como “Wild Frontier” (1987) e “Still Got The Blues” (1987).
Em 1994 passou pela banda “BBM”, mas retomou a carreira a solo e gravou discos como “Dark Days In Paradise” (1997), “Back To The Blues” (2001), “Power of the Blues” (2004) e “Live at the Monsters of Rock” (2003).
Em agosto de 2005, alguns membros do “Thin Lizzy”, incluindo Moore, deram um concerto em Dublin. Os últimos trabalhos gravados em estúdio pelo guitarrista foram “Old New Ballads Blues” (2006) e “Close as you get” (2006).
No ano passado, Moore fez uma digressão pela Rússia e Médio Oriente e preparava vários concertos para o próximo Verão. [publico.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
No âmbito da programação do Cineclube da Feira será exibido, na biblioteca municipal, a 06 de Fevereiro, pelas 21h30, o filme "O Casamento a três" de Jacques Doillon.
Título: Era uma vez uma velhinha
Autor e ilustrador: Jeremy Holmes
Editora: Dinalivro
Sinopse: Era uma vez uma velhinha que, depois de se ter banqueteado com um mosquito, uma aranha, uma cegonha, um gato, um cão, uma serpente, uma vaca e, imagine-se, um cavalo, fecha os olhos devagar, graças a um segredo engenhoso das artes tipográficas. Ao passar para as páginas de um livro português, a célebre lengalenga anglo-saxónica "There was an old lady" conseguiu conservar um bom humor tipicamente britânico, não tendo perdido o seu jogo de sonoridades encantatório, capaz de fascinar miúdos, graúdos e até o júri da Feira do Livro Infantil de Bolonha 2010, que lhe atribuiu o prémio "Opera Prima".
Estreiam, hoje, os filmes: "Cisne Negro" de Darren Aronofsky com Natalie Portman, Mila Kunis e Vincent Cassel; "Casino Jack" de George Hickenlooper com Kevin Spacey, Ruth Marshall e Graham Greene; "Green Hornet" de Michel Gondry com Cameron Diaz, Seth Rogen e Edward Furlong; "Secretariat" de Randall Wallace com Diane Lane, John Malkovich e Scott Glenn.
"Cisne Negro"
Sinopse:
Nina (Natalie Portman) pertence à companhia de Ballet de Nova Iorque e praticamente todos os dias da sua vida foram dedicados à dança. Erica (Barbara Hershey), sua mãe, é uma ex-bailarina cuja única obsessão é ver a sua filha triunfar e que, por essa razão, controla todos os seus movimentos. Quando Thomas Leroy (Vincent Cassel), o director artístico da companhia, decide substituir a intérprete principal no imortal "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovsky, Nina aparece como uma das escolhas mais prováveis. Mas Lily (Mila Kunis), uma outra jovem em ascensão, revela algumas características essenciais ao papel que faltam a Nina. Assim, à medida que as duas raparigas se tornam cada vez mais próximas, a doce Nina começa a revelar o seu lado mais negro... Realizado por Darren Aronofsky ("A Vida não é um Sonho", "O Último Capítulo" e "O Wrestler"), um thriller psicológico sobre a dicotomia entre o Bem e do Mal, latente na personalidade de todos os seres humanos. Depois da sua estreia na 67.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi nomeado para cinco categorias na próxima edição dos Óscares, entre os quais melhores filme, actriz (Natalie Portman) e realizador (Darren Aronofsky).[cinecartaz.publico.pt]
"Casino Jack"
Sinopse:
O retrato de Jack Abramoff (Kevin Spacey) que, em 2006, se viu envolvido num escândalo de corrupção que envolveu vários funcionários do Congresso Americano durante a Administração de George W. Bush. O filme segue a carreira de Abramoff e do seu protegido Michael Scanlon (Barry Pepper) em Washington até ao momento da sua condenação a seis anos de prisão por conspiração, fraude e evasão fiscal. O filme, inspirado num dos maiores escândalos de corrupção da última década, tem realização de George Hickenlooper ("Homem de Aluguer", "Factory Girl - Quando Edie Conheceu Warhol") e argumento de Norman Snider. O verdadeiro Jack Abramoff foi, após quase cinco anos de prisão efectiva, posto em liberdade em Dezembro de 2010. [cinecartaz.publico.pt]
"Green Hornet"
Sinopse:
Depois da morte súbita do pai (Tom Wilkinson), Britt Reid (Seth Rogen) torna-se no único herdeiro da fortuna da sua família. Se, até aí, a sua existência tinha sido calmamente amparada pelo seu progenitor, tudo muda com a sua morte e ele sente-se perdido. Porém, o relacionamento com Kato (Jay Chou), o jovem e extraordinariamente criativo mordomo da mansão, torna-se cada vez mais profundo e inspirador. E é assim que os dois rapazes começam a delinear um plano para as suas vidas: Britt transforma-se em Green Hornet, um misterioso super-herói, e Kato no seu parceiro, numa luta contra os malfeitores. À medida que começam a compreender os esquemas do mundo do crime, percebem que, para conseguir os seus objectivos, terão de começar por destruir o mais perigoso de todos os vilões: Benjamin Chudnofsky (Christoph Waltz). Com realização de Michel Gondry ("O Despertar da Mente", "A Ciência dos Sonhos", "Por Favor Rebobine"), é baseado num herói radiofónico criado por George W. Trendle e Fran Striker nos anos 1930 e na série de TV que, 30 anos depois, teve Bruce Lee como protagonista.[cinecartaz.publico.pt]
"Secretariat"
Sinopse:
A vida de Penny Chenery (Diane Lane), uma comum mãe de família, muda radicalmente quando decide gerir a herdade de criação de cavalos do pai, no estado de Virgínia, EUA. Assim, contra todas as probabilidades e unindo-se ao experiente e excêntrico treinador Lucien Laurin (John Malkovich), Penny consegue tornar-se num grande exemplo de sucesso num território maioritariamente masculino, conseguindo com que "Secretariat", o seu jovem cavalo, se transforme num campeão ao ser o primeiro a vencer a Tríplice Coroa em 25 anos. Produzido pelos estúdios Walt Disney e realizado por Randall Wallace ("O Homem da Máscara de Ferro", "Fomos Soldados..."), "Secretariat" tem por base o livro homónimo de William Nack, que se inspira numa história verídica acontecida em 1973. O cavalo, que permanece como o único animal a figurar a lista dos "50 Maiores Atletas do Século" da ESPN (The Entertainment and Sports Programming Network), foi capa das revistas "Time", "Newsweek" e "Sports Illustrated".[cinecartaz.publico.pt]
Jack e Meg White “não voltarão a gravar ou a actuar ao vivo” juntos. Pelo menos enquanto White Stripes. A banda chegou formalmente ao fim, após um hiato de quase quatro anos. A última aparição pública foi, senão profética, um aviso: o duo entoou We’re going to be friends no programa de saída de Conan O’Brien na NBC.
A actuação aconteceu há cerca de dois anos, no último episódio da curta história do programa Late Night com Conan O’Brien. Os White Stripes interromperam aí o longo período em estado comatoso, que persistia desde que a banda tinha cancelado a digressão de promoção de Icky Thump, álbum número seis, em Maio de 2007.
A “ansiedade aguda” sentida por Meg White motivou então a paragem. Desta vez, a explicação é outra: “não é por divergências artísticas ou falta de vontade para continuar, nem por quaisquer problemas de saúde”, é por “uma miríade de razões, principalmente para preservar o que é belo e especial na banda, e mantê-la assim”.
No comunicado publicado no seu site, a dupla agradece o “incrível apoio” que receberam “ao longo dos mais de 13 anos da carreira intensa e incrível dos White Stripes”. Jack e Meg White “esperam que esta decisão não seja vista pelos fãs com tristeza, mas como algo positivo feito por respeito à arte e à música que a banda criou”.
O fim foi anunciado esta quarta-feira, 2 de Fevereiro. Os White Stripes deixam um legado com seis álbuns e um registo ao vivo (CD e DVD, 2010) desde a formação em 1997, em Detroit, nos Estados Unidos. A Third Man Records, fundada por Jack White, reeditou recentemente os três primeiros – The White Stripes (1999), De Stijl (2000) e White Blood Cells (2001) – e assegurou já o lançamento de material inédito.
O sucesso planetário chegou em 2003 com o quarto álbum, Elephant. A abrir, a canção que viria a ser um mega hit: Seven nation army. Já sob todos os holofotes, os White Stripes lançaram ainda Get Behind Me Satan (2005) e Icky Thump (2007). Em 2009 estrearam o documentário Under Great White Northern Lights, realizado por Emmett Malloy, sobre a digressão de 2007 pelo Canadá.
Apesar das formalidades de despedida, o espectáculo continua. Jack White pode ser encontrado em The Raconteurs e The Dead Weather, os projectos em que tem depositado as suas forças criativas recentemente, a par da carreira a solo. A produtividade paralela de Meg White, por outro lado, tem sido bastante mais pontual, sem nenhum projecto de fôlego. [publico.pt]
Rosalía de Castro
(Santiago de Compostela, 21 de fevereiro de 1837 — Padrón, 15 de julho de 1885)
Escritora e poetisa galega
Adiós, ríos; adiós, fontes
--Adiós, ríos; adiós, fontes;
adiós, regatos pequenos;
adiós, vista dos meus ollos:
non sei cando nos veremos.
--Miña terra, miña terra,
terra donde me eu criei,
hortiña que quero tanto,
figueiriñas que prantei,
--prados, ríos, arboredas,
pinares que move o vento,
paxariños piadores,
casiña do meu contento,
--muíño dos castañares,
noites craras de luar,
campaniñas trimbadoras
da igrexiña do lugar,
--amoriñas das silveiras
que eu lle daba ó meu amor,
caminiños antre o millo,
¡adiós, para sempre adiós!
--¡Adiós groria! ¡Adiós contento,
¡Deixo a casa onde nacín,
deixo a aldea que conoso
por un mundo que non vin!
--Deixo amigos por extraños,
deixo a veiga polo mar,
deixo, en fin, canto ben quero...
¡quen pudera no o deixar...!
...............................
--Mais son probe e, ¡mal pecado!,
a miña terra n'é miña,
que hastra lle dan de prestado
a beira por que camiña
ó que naceu desdichado.
--Téñovos, pois, que deixar,
hortiña que tanto amei,
fogueiriña do meu lar,
arboriños que prantei,
fontiña do cabañar.
--Adiós, adiós, que me vou,
herbiñas do camposanto,
donde meu pai se enterrou,
herbiñas que biquei tanto,
terriña que nos criou.
--Adiós Virxe da Asunción,
branca com'un serafín:
lévovos no corasón;
pedídelle a Dios por min,
miña Virxe da Asunción.
--Xa se oien lonxe, moi lonxe,
as campanas do Pomar;
para min, ¡ai!, coitadiño,
nunca máis han de tocar.
--Xa se oien lonxe, máis lonxe...
Cada balada é un dolor;
voume soio, sin arrimo...
Miña terra, ¡adiós!, ¡adiós!
--¡Adiós tamén, queridiña...!
¡Adiós por sempre quizais...!
Dígoche este adiós chorando
desde a beiriña do mar.
--Non me olvides, queridiña,
si morro de soidás
tantas légoas mar adentro...
¡Miña casiña!, ¡meu lar!
Rosalía de Castro (1996)
Cantares Gallegos. (Vigo: A Nosa Terra)
A soprano galesa Margaret Price, considerada como uma das maiores vozes do mundo, morreu aos 69 anos.
Margaret Price morreu na sexta-feira de manhã, vítima de ataque cardíaco em sua casa, próximo de Cardigan, no País de Gales, precisou a BBC no seu site.
Nascida numa família de músicos, começou muito nova a cantar, apesar do seu pai a ter incentivado a não fazer carreira nesta área.
No entanto, o seu professor de música encorajou-a a assistir às aulas no Trinity College of Music em Londres, quando tinha apenas 15 anos.
Em 1962 apareceu pela primeira vez em palco incorporando a personagem Cherubino em “As Bodas de Fígaro” de Mozart.
Mais tarde subiu ao palco na Royal Opera House, em Londres, onde substituiu a mezzo-soprano espanhola Teresa Beganza.
A crítica elogiou uma voz extraordinária que a levou a actuar em Paris, Nova Iorque, Viena e Munique, entre outros países. [publico.pt]
O júri do Prémio Manuel Alegre, instituído pela Câmara de Águeda, decidiu este ano não atribuir o galardão, por as obras a concurso não apresentarem qualidade.
Numa reunião realizada no início de janeiro, o júri «decidiu por unanimidade não atribuir quaisquer prémios às propostas apresentadas nesta segunda edição», refere um aviso da Câmara.
A decisão, segundo a mesma nota, foi tomada com base na alínea 3 do artigo 7.º do regulamento, que diz que o júri «reserva-se o direito de não atribuir o prémio caso os trabalhos não apresentem qualidade».[diariodigital.pt]