Estreiam, hoje, os filmes: “Cosmopolis” de David Cronenberg com Robert Pattinson, Samantha Morton e Jay Baruchel; “Um Monstro em Paris” de Bibo Bergeron com as vozes de Mathieu Chedid, Vanessa Paradis e Gad Elmaleh; “Branca de Neve e o caçador” de Rupert Sanders com Chris Hemsworth, Kristen Stewart e Charlize Theron; “Lockout – Máxima Segurança” de James Mather e Stephen St. Leger com Guy Pearce, Maggie Grace e Vincent Regan; “Fêmeas Contra Machos : A Guerra dos Sexos - Parte 2” de Fausto Brizzi com Ficarra, Picone e Claudio Bisio; “A Bela e o Monstro 3D” de Gary Trousdale e Kirk Wise com as vozes de Paige O'Hara, Robby Benson e Jerry Orbach.
“Cosmopolis”
Sinopse:
Eric Packer (Robert Pattinson) é um jovem e atraente multimilionário nova-iorquino. O filme segue o seu percurso durante 24 horas consecutivas, onde percorre a cidade que nunca dorme em busca de algo que o salve do tédio absoluto em que vive. Ao mesmo tempo, a bolsa atravessa um momento de crise sem precedentes. E Eric nunca poderia imaginar que, em menos de um dia, perderia toda a sua fortuna.
Realizado por David Cronenberg, a partir de um romance de Don DeLillo, conta com produção de Paulo Branco e interpretação do actor Robert Pattinson à frente de um elenco que inclui Paul Giamatti, Juliette Binoche, Mathieu Amalric e Samantha Morton. O filme está em estreia absoluta no Festival de Cannes, onde compete pela Palma de Ouro. [cinecartaz.publico.pt]
“Um Monstro em Paris”
Sinopse:
Paris, 1910. Uma terrível criatura espalha o pânico pela Cidade Luz. Emile, um projeccionista sedutor, e o seu amigo Raoul decidem partir para a caça ao monstro. Fazem-se ao caminho e acabam por perceber que a criatura que assusta a população é, afinal, uma pulga gigante e peluda, de coração puro e voz extraordinária, Francoeur, de quem se tornam amigos. Agora, para poderem salvar a pulga das garras de Maynott, o implacável chefe da polícia que quer capturar o "monstro", vão juntar os seus esforços aos de Lucille, uma bela cantora de cabaré, um cientista alienado e o seu macaco inteligente mas de péssimo feitio. Mas conseguirão eles salvar Francoeur das más intenções de quem lhe quer mal?
Realizado por Bibo Bergeron ("O Caminho para El Dorado", "O Gang dos Tubarões") e com Luc Besson na equipa de produção, uma comédia de animação que teve duas nomeações para os Césares nas categorias de melhor filme de animação e melhor canção original.
[cinecartaz.publico.pt]
“Branca de Neve e o caçador”
Sinopse:
Quando o encanto de Branca de Neve (Kristen Stewart) ameaça destronar a beleza da Rainha Má (Charlize Theron), esta descobre que só comendo o coração da enteada poderá travar o próprio envelhecimento e ganhar a imortalidade. Perante esta terrível ameaça, a jovem princesa foge para a Floresta Negra. Decidida a tudo para manter o que de mais valioso possui e ganhar a vida eterna, a cruel soberana ordena a um caçador (Chris Hemsworth) que encontre a enteada e lhe traga o seu coração. Porém, nesta nova versão da história dos irmãos Grimm, Branca de Neve não é a menina frágil e inofensiva a que estávamos habituados. Aqui, com a ajuda do homem enviado para a matar e de um grupo de cavaleiros anões, ela vai organizar uma rebelião e vencer a cruel rainha que, durante anos, manteve um reinado de terror.
[cinecartaz.publico.pt]
“Lockout – Máxima Segurança”
Sinopse:
Num futuro próximo existe a MS One, uma prisão espacial onde se encontram os 500 prisioneiros mais perigosos e violentos do mundo, mantidos em capsulas de manutenção de vida, sob um sono induzido. Devido aos métodos controversos utilizadosem MS One, Emilie Warnock (Maggie Grace), a filha do Presidente dos EUA, é enviada numa visita oficial à cadeia com o objectivo de apurar se aquele sono induzido provoca, ou não, uma progressiva degeneração mental aos prisioneiros. Porém, quando a sua equipa chega a bordo da nave-prisão, irrompe um motim entre os presos que tomam toda a tripulação como refém. Snow (Guy Pearce) é um ex-agente, injustamente acusado de conspiração e espionagem contra o governo americano. É então que, conhecido pela audácia das suas missões e pelo seu espírito aguerrido, ele é convocado pelo próprio Presidente que lhe propõe a liberdade em troca de Emilie, sã e salva. Snow aceita a missão, mas não pelos motivos mais óbvios...
[cinecartaz.publico.pt]
“Fêmeas Contra Machos : A Guerra dos Sexos - Parte 2”
Sinopse:
Anna e Piero (Luciana Littizzetto e Emilio Solfrizzi) estão casados há quase vinte anos. Ela é culta e sofisticada. Ele, pelo contrário, é ignorante, pouco ambicioso e mulherengo. Um dia Piero tem um acidente que o faz perder a memória a curto e médio-prazo, ficando estagnado nos tempos do liceu. Anna encontra aí o momento certo para "reformatar" o marido e melhorar a vida em comum, transformando-o no homem com quem sonhou toda a vida . Porém, as coisas vão complicar-se de tal modo que ela vai desejar ter o antigo marido de volta...
Sequela do filme "Machos Contra Fêmeas: A Guerra dos Sexos - Parte 1", uma comédia de costumes realizada por Fausto Brizzi. [cinecartaz.publico.pt]
“A Bela e o Monstro 3D”
Sinopse:
É um dos mais conhecidos contos de fadas e um dos mais bem sucedidos filmes de animação da Walt Disney. "A Bela e o Monstro" conta a história de uma bela rapariga que oferece a sua companhia a um monstro para salvar o pai das suas garras. Mas o monstro é na realidade um príncipe sob um feitiço que lhe lançaram por ser egoísta. Esse feitiço só será quebrado se alguém o amar verdadeiramente, apesar da sua aparência monstruosa. "A Bela e o Monstro" recebeu os Óscares de Melhor Música e Melhor Canção e foi nomeado (facto inédito num filme de animação) para Melhor Filme pela Academia de Hollywood. [cinecartaz.publico.pt]
Escusa-se ao Céu com a causa do seu delírio
Pois se para os amar não foram feitos,
Senhor, aquêles olhos soberanos,
Porque, por tantos modos, mais que humanos,
Pintando os estivestes tão perfeitos?
Se tais palavras e se tais conceitos,
Tão divinas, tão longe de profanos,
Não destes por oráculo aos enganos,
Com que Amor vive nos mais altos peitos,
Porque, Senhor, tanta beleza junta,
Tanta graça e tal ser lhe foi deitado,
Qual ídolo nenhum gozara antigo?
Mas como respondeis a esta pergunta?
Que ou para disculpar o meu pecado,
Ou para eternizar o meu castigo?
Francisco Manuel de Melo
Título: Para Onde Vamos Quando Desaparecemos?
Autora: Isabel Minhós Martins
Ilustradora: Madalena Matoso
Editora: Planeta Tangerina
Sinopse:
À parte de algumas exceções, ninguém consegue responder com certeza absoluta à pergunta que dá título a este livro. Para Onde Vamos Quando Desaparecemos? aproveita a ausência de respostas "preto no branco" para lançar novas hipóteses - mais coloridas e poéticas, mais sérias ou disparatadas, conforme o caso… - e assim iluminar um tema inevitavelmente sombrio.
Para Onde Vamos Quando Desaparecemos? aborda de forma subtil o tema da ausência, do desaparecimento e da morte. Não trazendo respostas definitivas, abre as portas à imaginação, tornando o tema (mesmo que por breves instantes) um pouco mais leve.
Amour, do austríaco Michael Haneke, é o vencedor da Palma de Ouro do Festival de cinema mais importante do mundo. É a terceira Palma de Ouro depois de A Pianista, em 2011, e O Laço Branco, em 2009.
Depois de em 2011 o prémio máximo do Festival de Cannes ter sido entregue a A Árvore da Vida, de Terrence Malick, o júri 2012, sob a batuta do realizador italiano Nanni Moretti, premiou um filme que acompanha os últimos meses de um casal idoso interpretado por Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant.
Amour, de Michael Haneke, era o filme favorito da maior parte da imprensa presente no Festival de Cannes 2012, edição que muitos dizem ter sido a melhor em muitos anos. Nanni Moretti, presidente do júri, podia perfeitamente assestar os holofotes noutro filme.
Na volta, Amour foi o vencedor da cerimónia de encerramento que teve lugar ao fim da tarde de domingo sob chuva torrencial em Cannes, valendo ao realizador austríaco a sua segunda Palma de Ouro após O Laço Branco em 2009.
O júri fez questão de assinalar, ao entregar o prémio, o trabalho fundamental dos seus actores, Emmanuelle Riva e Jean-Louis Trintignant, dois veteranos do cinema francês convocados para interpretar um casal idoso confrontado com a doença terminal da esposa. (Trintignant aceitou interromper o seu “auto-exílio” dos écrãs para entrar no filme, e Haneke disse que se ele tivesse recusado o filme não se faria.)
Mesmo que Amour fosse um vencedor “anunciado”, o restante palmarés trouxe confirmações e surpresas. Confirmou o dinamarquês Mads Mikkelsen, que já foi vilão de James Bond (em Casino Royale), favorito para melhor actor em The Hunt de Thomas Vinterberg.
O novo filme do romeno Cristian Mungiu (Palma de Ouro por 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias), no geral bem recebido, foi o único filme a “repetir” no palmarés, com os prémios de melhor argumento e melhor actriz, este entregue ex-aequo a Cosmina Stratan e Cristina Flutur.
E The Angel's Share, comédia do veterano inglês Ken Loach (Palma de Ouro por Brisa de Mudança) sobre desempregados de Edimburgo e uma golpada com whiskies, gerou bastante entusiasmo na Croisette. O júri de Moretti deu-lhe o Prémio do Júri com Loach a enviar nos agradecimentos os seus votos de solidariedade para com os resistentes europeus à austeridade económica.
O júri surpreendeu, contudo, ao dar o Grande Prémio – o segundo mais importante do certame – a Reality, onde o italiano Matteo Garrone, realizador de Gomorra, lança um olhar sobre a cultura dos reality-shows televisivos. Reality foi um dos filmes menos unânimes da competição, tal como Post Tenebras Lux do mexicano Carlos Reygadas, que recebeu o prémio de realização.
Reygadas, ao receber o prémio, não resistiu ironicamente a agradecer à imprensa que “tanto o tinha apoiado”, e Nanni Moretti, na conferência de imprensa após a cerimónia de encerramento, confessou que esse fora um de três filmes que dividiram abertamente o júri. Dos três, foi o único a entrar no palmarés: os outros dois, Paradise: Love, do austríaco Ulrich Seidl, e Holy Motors, o regresso do enfant terrible francês Léos Carax, ficaram de fora. Este último foi o evidente “caso” do festival, “o” filme de que toda a gente falava entre duas projecções, o que justificou alguma indignação junto dos seus muitos apoiantes pela sua ausência do palmarés.
O palmarés da 65ª edição do festival completa-se com a Câmara de Ouro, prémio atribuído ao melhor primeiro filme no conjunto das secções competitivas, ao americano Beasts of the Southern Wild de Benh Zeitlin, já vencedor de Sundance 2012. A Palma de Ouro da Curta-Metragem coube a Sessiz-be Deng, do turco Rezan Yesilbas.
Nas secções paralelas, foi a América Latina que saiu vitoriosa: a Quinzena dos Realizadores entregou o seu prémio principal a No, do chileno Pablo Larraín, e Un Certain Regard premiou Después de Lucía, do mexicano Michel Franco. [publico.pt]
Moonspell é um grupo musical de Portugal de black metal/gothic metal Formada iniciamente como "Morbid God" em 1989, tinha como integrantes Fernando Ribeiro nos vocais, João Toureiro na bateria, João Pedro no baixo, Pedro Catarino guitarra e Eduardo guitarra. No seu início o grupo tocava black metal.
Em meados de 1989, na Cidade da Amadora surgia a banda Morbid God, ainda inexperiente, sem bons instrumentos e sem um bom local para ensaiar. Somente no ano seguinte seria registada em estúdio a primeira música da banda, no formato de promo-tape e com o título de "Serpent Angel". Este grupo só conseguiu se estabilizar em 1993, lançando a sua primeira demo-tape.
Foi em 1992 que a banda mudou o nome para Moonspell. Em 1993 os Moonspell (Fernando Ribeiro (vocalista) e Mike Gaspar (bateria) gravaram a demo Anno Satanae, que garantiu um contrato com a editora francesa Adipocere para a gravação de um mini-cd que foi editado um ano depois com o nome Under the Moonspell. [ler mais]
Moonspell assinalam 20 anos com novo álbum
O grupo português de metal Moonspell cumpre vinte anos de existência com um novo álbum 'Alpha Noir' que «junta todas as sensibilidades» do projecto, disse o vocalista Fernando Ribeiro à agência Lusa.
Alpha Noir, que tem um CD em complemento intitulado Omega White, é editado em 50 países pela editora austríaca Napalm Records e foi apresentado no dia 12 de Maio no Campo Pequeno, em Lisboa.
Fernando Ribeiro explicou que os dois discos se complementam e aproximam-se daquilo que é a natureza dos Moonspell, um mais heavy metal - Alpha Noir - e outro mais rock gótico - Omega White, de homenagem às referências musicais.
O grupo formou-se na Amadora em 1989 com o nome Morbid God e passou a chamar-se Moonspell em 1992, editando depois o EP Under de Moonspell.
Hoje, são a banda metal portuguesa que mais concertos dá no estrangeiro e uma das que tem maior distribuição internacional, da América Latina à Ásia, mas Fernando Ribeiro recorda que os primeiros anos foram «muito marcantes».
«Ensaiávamos num pavilhão polivalente na Brandoa que já não existe. Alguns achavam-nos piada, outros abominavam-nos. Fomos despejados três vezes do local de ensaio, porque fazíamos muito barulho, ou porque queriam era concertos de baile. Tivemos glória e humilhação, mas sempre com os pés bem assentes na terra», recordou o vocalista.
Os Moonspell vendem discos na Mongólia, na Rússia e na Alemanha, têm fãs no México ou no Chile, fazem regularmente digressões pela Europa entre cada disco e, por isso, não deram pelo passar do tempo.
«Somos uma banda que tenta e que não quer deixar nada pela metade nem ter medo de arriscar. É um privilégio fazer o que fazemos», disse.
Alpha Noir e Omega White, com produção do alemão Tue Madsen, surge quatro anos depois de Night Eternal. Estes juntam-se ainda a uma discografia que inclui, por exemplo, Darkness and Hope (2001) e Antidote, que teve em 2003 edição simultânea com o livro Antídoto, do escritor José Luís Peixoto. [sol.sapo.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
No âmbito da programação do Cineclube da Feira será exibido, na biblioteca municipal, a 27 de Maio, pelas 21h45, o filme "Vénus Negra" de Abdellatif Kechiche.
Enrique Vila-Matas (Barcelona, 1948) é um escritor espanhol. Nasceu em Barcelona em 1948. Em 1968 foi viver para Paris, auto exilado do governo de Franco e à procura de maior liberdade criativa. O apartamento onde se instalou foi-lhe alugado pela escritora Marguerite Duras. Durante esse anos subsistiu realizando pequenos trabalhos como jornalista para a revista "Fotogramas", e chegou a colaborar como figurante em Estoril num filme de James Bond. Vila-Matas publicou o seu primeiro livro, "La Asesina Ilustrada", em 1977, e desde então não mais deixou de escrever pois, segundo ele, "escrever é corrigir a vida, é a única coisa que nos protege das feridas e dos golpes da vida." [ler mais]
«Ar de Dylan», de Enrique Vila-Matas
Enrique Vila-Matas gosta de paradoxos. O escritor catalão, um dos mais reconhecidos autores literários do nosso tempo, escolheu para tema deste seu novo romance o fracasso. A história começa com um convite para um congresso internacional sobre o fracasso, onde o narrador vai conhecer Vilnius, o jovem com o ar de Dylan que dá título ao livro. O sentido de humor de Vilas-Matas faz dele um escritor tão imprevisível quanto original. E sempre desconcertante. Vilnius propõe-se produzir um filme intitulado Arquivo Geral do Fracasso, uma obra destinada a documentar, um por um, todos os fracassos humanos. Ou seja, uma obra destinada ao fracasso.
Tal como em romances anteriores de Vila-Matas, também em «Ar de Dylan» o protagonista é um resistente e um desistente, alguém disposto a boicotar o funcionamento do mundo pela inação. É um oblomov. «Gosto de Oblomov. E, sobretudo, da pulsão Oblomov. Já ouviram falar dessa pulsão? Toma o nome dos costumes apáticos da personagem de um romance que um tal Goncharov escreveu na Rússia há um século e meio. Oblomov é um jovem e desvalido aristocrata incapaz de fazer o que quer que seja na vida. Dorme muitas horas, lê de vez em quando, boceja sem parar. Encolher os ombros é o seu gesto favorito. É da classe de pessoas que têm o costume de repousar antes de se fatigarem. Estar deitado, quanto mais tempo melhor, parece ser a sua única aspiração, a sua modesta rebeldia. Oblomov é o indiferente ao mundo por excelência.». [tsf.pt]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
NOTA: Brevemente, estará disponível, na biblioteca municipal, o novo livro de Enrique Vila-Matas "Ar de Dylan".
Estreiam, hoje, os filmes: “A Pesca do Salmão no Iémen” de Lasse Hallström com Ewan McGregor, Emily Blunt, Amr Waked e Kristin Scott Thomas; “MIB - Homens de Negro III” de Barry Sonnenfeld com Will Smith, Tommy Lee Jones e Josh Brolin; “Impune” de Dito Montiel com Channing Tatum, Al Pacino, Juliette Binoche, Ray Liotta e Katie Holmes; “Michael” de Markus Schleinzer com Michael Fuith, David Rauchenberger e Christine Kain; “Marley” documentário de Kevin Macdonald; “Amigos, amigos…sexo à parte” de Jennifer Westfeldt com Jennifer Westfeldt, Adam Scott, Maya Rudolph, Maya Rudolph e Megan Fox; “Machos contra fêmeas: a Guerra dos sexos – parte 1” de Fausto Brizzi com Paola Cortellesi, Fabio De Luigi, Lucia Ocone; “À Queima-Roupa” de Fred Cavayé com Gilles Lellouche, Roschdy Zem e Gérard Lanvin.
“A Pesca do Salmão no Iémen”
Sinopse:
Um xeque visionário do Iémen (Amr Waked) acredita que a sua paixão pela pesca do salmão pode enriquecer a vida do seu povo. Determinado a transformar esse sonho em realidade, atribui a tarefa a Harriet (Emily Blunt), a sua jovem assistente. É então que Harriet contacta o Dr. Alfred Jones (Ewan McGregor), um dos maiores especialistas em pesca de toda a Grã-Bretanha que, infelizmente, considera a ideia totalmente descabida e se recusa a colaborar. Contudo, depressa o assunto chega ao conhecimento da secretária do primeiro-ministro britânico que, confiante de que isso traria melhorias na relação do seu país com o Médio Oriente, se dispõe a torná-lo um projecto de prioridade máxima. É assim que o Dr. Jones é forçado a aceitar a incumbência, mesmo a contragosto. Os três embarcam então numa impressionante jornada que acabará por provar como, com boa vontade e esforço conjunto, nada é impossível. [cinecartaz.publico.pt]
“MIB - Homens de Negro III”
Sinopse:
O agente K e o agente J (Tommy Lee Jones e Will Smith) pertencem aos serviços secretos de imigração norte-americanos para extraterrestres e conhecem todas as técnicas de captura de "aliens" fora-da-lei. Porém, apesar de mais do que habituado a todo o género de bizarrias, nada poderia preparar o agente J para o que se seguiria: a estranhíssima constatação de que K, o parceiro de uma vida, não existe no ano de 2012 pois foi assassinado há mais de 40 anos. A sua morte alterou, em muito, o mundo tal como o conhecemos e agora, para resolver a crise em que se encontra a Humanidade, J vai ter de viajar ao passado, salvar o seu colega e alterar o curso da História.
Dez anos depois destes Homens de Negro evitarem um desastre intergaláctico de enormes proporções, chegou o momento de o realizador Barry Sonnenfeld ("Wild Wild West", "MIB", "A Família Addams") regressar com o terceiro filme da saga. [cinecartaz.publico.pt]
“Impune”
Sinopse:
Jonathan White é um esforçado polícia em início de carreira que se vê envolvido numa teia de corrupção dentro da delegação onde trabalha. Depois de ser abordado por uma jornalista que lhe revela informações relevantes para um caso de duplo homicídio arquivado há 16 anos, descobre que as provas e todos os indícios foram abafados pela própria equipa de investigadores. Involuntariamente arrastado para uma situação que não pode controlar, ele nunca poderia prever as ramificações daquele caso nem de que forma estaria a arriscar a sua carreira e até a própria vida.
Com argumento e realização de Dito Montiel ("Lutador - A Lei das Ruas"), um "thriller" de acção que conta com Channing Tatum, Al Pacino, Juliette Binoche, Ray Liotta e Katie Holmes nos principais papéis. [cinecartaz.publico.pt]
“Michael”
Sinopse:
Michael (Michael Fuith) tem 35 anos, um emprego estável como gestor numa agência de seguros e uma vida aparentemente igual a tantas outras. Porém, na intimidade da sua casa ele guarda o mais terrível dos segredos: um "bunker" à prova de som onde mantém prisioneiro Wolfgang (David Rauchenberger), um menino de 10 anos. Para Michael, que quer forçar uma naturalidade onde ela não pode existir, estes momentos são uma escolha; para Wolfgang, pelo contrário, aquela é uma existência de pesadelo.
Primeira obra do austríaco Markus Schleinzer (director de casting reconhecido pelo seu trabalho com Ulrich Seidl, Jessica Hausner e, mais recentemente, Michael Haneke), um filme que, tendo como ponto de partida um crime hediondo, tenta ficcionar a dinâmica existente entre um molestador e a sua vítima. [cinecartaz.publico.pt]
“Marley”
Sinopse:
Bob Marley nasceu a 6 de Fevereiro de 1945, vindo a falecer, com apenas 46 anos, devido a um cancro de pele. Foi o cantor, guitarrista e compositor mais conhecido da Jamaica, famoso também por ter popularizado o reggae e pela sua postura pacifista perante a vida. Em 2008, 12 anos após a sua morte, Marley foi eleito o 19.º maior artista da música de todos os tempos pela revista "Rolling Stone" e, ainda hoje, as suas músicas "No woman no cry" "Redemption song" ou "I shot the sheriff" são tocadas no mundo inteiro.
Realizado por Kevin Macdonald ("Touching the Void - Uma História de Sobrevivência", "O Último Rei da Escócia", "A Águia da Nona Legião"), este é um documentário sobre o lendário Bob Marley: a sua vida, a sua personalidade e o impacto que teve na história da música e a maneira como inspirou milhões de pessoas pelo mundo fora. [cinecartaz.publico.pt]
“Amigos, amigos…sexo à parte”
Sinopse:
Entre Julie e Jason (Jennifer Westfeldt e Adam Scott) tudo parece destinado a dar certo: são os melhores amigos há mais de uma década, vivem no mesmo prédio em Manhattan, têm os mesmos gostos e, apesar de um passado amoroso fracassado, partilham o grande desejo de serem pais. Assim, compreendendo que o tempo não espera e que os príncipes e princesas não estão ao virar de cada esquina, tomam uma decisão absolutamente inesperada: terem um filho em regime de custódia partilhada, com todas as vantagens de uma amizade e sem os aborrecimentos típicos de uma relação convencional. Tudo parece perfeito até Julie, de bebé nos braços, se sentir subitamente apaixonada pelo melhor amigo que, infelizmente, parece ter encontrado a sua cara-metade...
Uma comédia que marca a estreia na realização da actriz e argumentista Jennifer Westfeldt. [cinecartaz.publico.pt]
“Machos contra fêmeas: a Guerra dos sexos – parte 1”
Sinopse:
A eterna guerra dos sexos é mais uma vez posta à prova em terras italianas, com sangue latino para lhe dar um "picante" extra. Walter e Monica formam um casal que, após o nascimento do seu primeiro filho, luta com as normais dificuldades que a tarefa exige. Como muitos na sua situação, a sua vida sexual não está a atravessar a melhor fase e, apesar de Walter ser um marido dedicado, torna-se cada vez mais difícil resistir às tentações que o seu trabalho, enquanto treinador de uma equipa feminina de voleibol, implica. Além disso, parece que os seus amigos se juntaram para lhe tornarem a vida ainda mais difícil.
Uma comédia de costumes seguindo a velha tradição italiana, realizada por Fausto Brizzi. [cinecartaz.publico.pt]
“À Queima-Roupa”
Sinopse:
Samuel e Nadia (Gilles Lellouche e Elena Anaya) são um casal feliz prestes a ter o seu primeiro filho. Certo dia, no hospital onde trabalha como enfermeiro, Samuel salva a vida de Hugo, um paciente prestes a ser assassinado por alguém que se tinha introduzido clandestinamente na enfermaria. Ao regressar a casa, vê-se envolvido num assalto em que é atacado e Nadia raptada por um gangue que lhe exige, em troca da vida da mulher, o rapaz que salvou. No meio de um fogo cruzado entre gangues rivais e polícias em quem não pode confiar, Samuel tem apenas uma coisa em mente: para salvar Nadia e o bebé, restam-lhe três horas. [cinecartaz.publico.pt]
Contra as Fadigas do Desejo
E quem me compusera do desejo,
Que grande bem, que grande paz me dera!
Ou, por força, com ele hoje fizera,
Que me não vira, em quanto assi me vejo!
O que eu reprovo; eleje; e o que eu elejo,
Ele o reprova, como se tivera
Sortes a seu mandar, em que escolhera,
Contra as quais só por ele em vão pelejo.
Anda a voar do árduo ao impossível,
E para me perder de muitos modos,
Finge que a honra é certa no perigo.
Pois se nunca pretende o que é possível,
Como posso esperar ter paz com todos,
Quando não posso nem ter paz comigo?
Francisco Manuel de Melo
O escritor brasileiro Dalton Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões, o maior prémio literário de língua portuguesa. O prémio foi anunciado esta segunda-feira em Lisboa pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Tal como tem sido habitual ao longo dos anos na conferência de imprensa o júri leu a acta da reunião, apresentando as razões justificativas da escolha do premiado: "Dalton Trevisan significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra. Tanto nas suas incessantes experimentações com a língua portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma, quanto na sua dedicação ao fazer literário sem concessões às distracções da vida pessoal e social”. A escolha de Dalton Trevisan, um dos mais importantes e premiados escritores brasileiros, foi unânime.
O autor de “O Vampiro de Curitiba” (que passou a ser a sua alcunha) é "um dos maiores escritores brasileiros da actualidade", considerado "o maior contista moderno do Brasil" distingue-se pela originalidade das histórias que escreve e pelo mistério que criou à volta da sua vida pessoal.Não gosta de dar entrevistas nem de ser fotografado e não é visto nas ruas. Por isso o júri do prémio não conseguiu ainda contactar o autor, está a tentar fazê-lo.
Ao PÚBLICO, no Rio de Janeiro, Gabriela Máximo, da Record, a editora de Trevisan disse: "Me ligaram da Biblioteca Nacional [brasileira] agora para dizer que ainda não anunciaram o prémio porque queriam falar com o Dalton primeiro e queriam saber como. Estamos tentando falar com ele para lhe dizer. Ele não fala nem connosco. Só responde por fax e às vezes liga para a gente para alguma coisa muito prática. Envia os originais em papel."
Quanto à hipótese de Dalton Trevisan não aparecer para receber o prémio por causa da sua reclusão, Francisco José Viegas afirmou que o júri é autónomo em relação a isso. "Esta é uma decisão do júri que decidiu isto independentemente de qualquer impossibilidade que se manifeste de seguida. Esta decisão é uma decisão de natureza literária e de natureza cultural e não tem a ver com esses imponderáveis. Tratou-se de uma escolha livre e independente, uma escolha a montante dessas questões.”
Nesta 24ª edição do Prémio Camões foi constituído por Rosa Martelo, professora associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; a poeta angolana Ana Paula Tavares; o historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas, Brasil, e o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago.
“A discussão começou em aberto com os diversos participantes fazendo as suas indicações e em seguida houve um debate entre os participantes, em torno dos nomes sugeridos. Esse debate foi produtivo e do meu ponto de vista, enriquecedor. Depois de duas horas, chegámos à unanimidade”, explicou Silviano Santiago.
“Não há dúvida que Dalton Trevisan é uma pessoa muito secreta. Ele não têm aliás, ele lembra um pouco, para facilitar pessoas que não o conheçam o escritor norte-americano J.D. Salinger (1919-2010). Mas quando lhe foi- atribuído o Prémio PT ele aceitou” , acrescentou.
Dalton Trevisan, que nasceu em 1925 em Curitiba, é licenciado em direito e foi depois de ter sido jornalista policial e crítico de cinema, que se dedicou à literatura.. Começou a publicar em 1945, apesar de mais tarde ter renegado os seus dois livros de juventude: "Sonata sempre ao Luar" e "Sete anos de Pastor". Entre 1946 e 1948, editou a revista "Joaquim", "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil", por onde passaram os maiores nomes da cultura brasileira. [publico.pt]
Título: A mãe que chovia
Autor: José Luís Peixoto
Ilustrador: Daniel Silvestre da Silva
Editora: Quetzal
Sinopse:
O protagonista do primeiro livro infantil de José Luís Peixoto é filho da chuva. Com uma mãe tão original, tão necessária a todos, tem de aprender a partilhar com o mundo aquilo que lhe é mais importante: o amor materno. Através de uma ternura invulgar, de poesia e de uma simplicidade desarmante, este livro homenageia e exalta uma das forças mais poderosas da natureza: o amor incondicional das mães.
O cantor Robin Gibb, vocalista e um dos fundadores da banda Bee Gees, morreu no domingo à noite, aos 62 anos, em Londres. O músico que fundou uma das bandas mais conhecidas do disco sound lutava há anos contra o cancro.
Robin fundou os Bee Gees com os irmãos Barry e Maurice. O cancro de que padecia tinha atacado o cólon e o fígado. Nas últimas semanas, o estado de saúde tinha piorado, devido a uma pneumonia, e depois melhorou, mas a doença acabou por vencer.
No mês passado, o músico deu entrada no hospital com uma pneumonia e entrou em coma. Na altura, os médicos alertaram a família para o pior mas Robin acabou por acordar do coma poucos dias depois. Voltou então para casa, onde viria a falecer.
Era a voz principal da banda que vendeu mais de 200 milhões de discos, desde os anos de 1960. Um volume de vendas que colocava esta banda masculina – que se distinguiu no panorama mundial pelos falsetes cantados sobre tessituras disco sound, dançáveis ou românticas baladas – num plano de sucesso comercial equivalente ao de outras bandas históricas do pop rock mundial como os Rolling Stones ou Pink Floyd.
Em Abril, Robin Gibb fez a primeira incursão pela música clássica, num projecto dedicado ao naufrágio do Titanic. “The Titanic Requiem Concert Live Premiere”, que foi transmitido em directo na Internet, ocupou o cantor durante os dois últimos anos, mas devido à fragilidade da sua saúde não pôde estar presente na estreia. Também nessa altura o músico devia ter estado na cerimónia do "Rock and Roll Hall of Fame", nos Estados Unidos.
Com mais de 50 anos de carreira, data assinalada em 2009 com o lançamento de “The Ultimate Bee Gees”, que tinha ainda um DVD de concertos e participações televisivas inéditas, Robin Gibb deu voz a alguns dos temas mais conhecidos na música como “How Deep Is Your Love” ou “Staying Alive”, esta última no lugar 189º das 500 melhores músicas de todos os tempos pela revista Rolling Stone.
O único elemento vivo dos Bee Gees é Barry, de 65 anos. Maurice, que era irmão gémeo de Robin, morreu em 2003. Os músicos tinham ainda outro irmão, Andy Gibb, que não fazia parte da banda, e que morreu aos 30 anos com uma infecção.
Apesar de ter nascido em Isle of Man, na costa britânica, foi em Machester que Robin Gibb e os irmãos cresceram. Mais tarde mudaram-se para a Austrália, onde fizeram a sua primeira aparição em televisão com o nome de B.G.’s. Só depois, quando na década de 60 voltam para Inglaterra é que mudaram o nome para Bee Gees e se tornam numa das bandas de destaque do momento, com reconhecimento internacional.
Foi nessa altura que surgiram os hits “To Love Somebody”, “Lonely Days” e “How Can You Mend a Broken Heart”. Já em meados de 1970, a banda desenvolveu canções mais dançáveis como “Jive Talkin'” e “Nights on Broadway”. Mas foi com o filme “Saturday Night Fever” (1977), protagonizado por John Travolta, que a banda alcançou sucesso universal. Os Bee Gees foram os responsáveis pela banda sonora do filme. No final da década de 70, os Bee Gees dominavam já as pistas de dança. Ainda hoje, alguns dos seus temas mais conhecidos passam nas rádios e discotecas.
À BBC o jornalista Paul Gambaccini descreveu Robin Gibb como uma das figuras mais importantes da história da música britânica. “Ninguém se pode esquecer que os Bee Gees são os segundos compositores de maior sucesso, só atrás de Lennon e McCartney”, destacou Gambaccini, lembrando que a banda escreveu ainda para artistas como Barbra Streisand, Diana Ross, Dionne Warwick, Celine Dion, Destiny's Child, Dolly Parton e Kenny Rogers. “É preciso também dizer que o Robin tinha uma das melhores vozes brancas da soul de sempre.”
Na internet, entre fãs, amigos e artistas, os tributos têm-se multiplicado. No Twitter, o ex-vice de Tony Blair, John Prescott, escreveu que além de ter perdido um amigo, o mundo “perdeu um músico brilhante e um homem que nos transformou a todos nuns aspirantes a Travoltas”. Stevie Wonder lembrou ainda a recente morte de Donna Summer, apelidada de rainha da disco. “Nunca mais os vamos ver, é devastador. A bênção é que somos capazes de sentir a dor, o que significa que fomos capazes de sentir um pouco do amor dessa pessoa, sentir as experiências que a sua música nos deu.”“Os Bee Gees nunca serão esquecidos. O Robin Gibb tinha uma voz maravilhosa, tão distinta e expressiva”, escreveu, por sua vez, no Twitter Brian May dos Queen. Para Jake Shears, líder dos Scissor Sisters, Robin continuará a ser "uma enorme influência e uma inspiração". Também o ciclista Lance Armstrong, que sobreviveu a um cancro, deixou uma mensagem no seu Twitter: "Continua a afligir-me ver o cancro levar os nossos entes queridos. É preciso parar isto".
Robin Gibb deixa três filhos. [publico.pt]
vídeo de Bee Gees - anos 70
video de Robin Gibb - 2010
Títulos disponíveis na biblioteca municipal
Juan Faneca Roca conhecido como Juan Marsé (8 de Janeiro de 1933, Barcelona, Espanha) é um escritor espanhol.A sua mãe morreu no parto e ele foi adoptado pela família Marsé. Estudou até aos 13 anos, idade em que foi trabalhar numa oficina de joalharia como aprendiz já que não era bom aluno.Aos 25 anos, começou a escrever regularmente nas revistas Ínsula e El Ciervo. Ainda nesse ano terminou o seu primeiro romance Encerrados com un solo juguete, no qual já vinha a trabalhar desde os 22 anos, quando cumpriu serviço militar em Ceuta. Concorreu com esta obra a um prémio do qual foi finalista, o que lhe valeu a publicação do romance. [ler mais]
Na livraria «LeYa na Buchholz», numa manhã de muita chuva, o espanhol Juan Marsé acedeu a uma conversa com o Diário Digital que ilumina o sentido e a Poética de «Caligrafia dos Sonhos».
Conseguiu construir um «edifício» muito coerente, muito homogéneo. Sente muita segurança quando escreve? Escreve facilmente?
Por trás dessa aparente facilidade há um grande esforço, pelo menos no meu caso. Para alguns escritores parece que a prosa lhes brota de uma forma natural e espontânea. Não é o meu caso. Custa-me muito escrever. Há episódios que levei meses a resolver. Sei o que vai acontecer, mas do ponto de vista formal não acaba sendo o que deveria ser, por isso insisto uma e outra vez e corrijo muito. E isto para que resulte em algo fácil para o leitor. Não tem o leitor que sofrer com as dificuldades que o escritor sofreu escrevendo, pelo contrário. Atrás dessa aparente facilidade houve um grande esforço e muitas dificuldades.
Foi sempre assim desde o primeiro livro?
Sim, sim, sempre foi assim. Quando termino um livro e começo outro… de certo modo… tudo o que aprendeste no livro anterior muitas vezes não te serve para o seguinte. É algo como teres utilizado uns instrumentos e quando terminas o livro tens que tirar e usar outro tipo de instrumentos para o livro seguinte. Ainda que aparentemente nos livros pareça o mesmo. A crítica costuma dizer que estou sempre escrevendo sobre os mesmos temas, as mesmas cenografias, a mesma época.
Há muitas similitudes de personagens, de cenografias, de temática, mas cada vez que termino um livro… Eu digo que sou um escritor que, quando acaba de escrever um romance, anda pela rua pensando se é capaz de escrever outro.
É sempre uma angústia entre um livro e outro…
É como terminar um esforço e ficar exausto, ainda que tenhas em mente outros projectos…
Pôr em andamento um romance de 300 ou 400 páginas implica um determinado esforço e insisto no que disse antes: às vezes[implica] um maior conjunto de instrumentos.
A acção acontece, normalmente, em Barcelona. É uma acção local. No entanto, a temática é universal. A sua visão incide sobre personagens marginais. Porque é que a sua atenção incide nesse tipo de personagens?
A resposta é muito simples: as personagens que vivem conflitos são as interessantes. As que vivem sem conflitos e felizes todo o tempo carecem de interesse. É o famoso princípio do romance de Tolstoi «Ana Karenine». Ele diz algo como «Todos os matrimónios felizes são iguais. Os matrimónios infelizes são cada um à sua maneira». O conflito é consubstancial à novelística.
Há muito do autor Juan Marsé neste livro?
É quiçá o romance mais autobiográfico. Há muita inventiva, também; há muitas mentiras; muitas coisas não ocorreram, realmente. Não saberia separar uma coisa da outra ou o que pesa mais, mas há aí também uns quantos episódios que correspondem ao que a minha família me contou. Mas isso também me pareceu irrelevante… quero dizer… o interesse das personagens e das situações na literatura é independente de que venha do real ou do imaginário. A verdade é que a mim sempre me interessou muito pouco. Mais! Às vezes desconfio…
Quando vou ao cinema e o filme começa com «Tudo o que ocorre nesta história é real ou sucedeu-se», esse detalhe interessa-me muito pouco. Eu decidirei se creio ou não creio…
O problema põe-se, por exemplo, nas biografias. O que é real e o que é interpretação…
O problema de todo o livro biográfico ou autobiográfico é fazer credível o que estás contando. É o mesmo com a literatura de ficção. O leitor tem de perceber [o texto] como algo credível. A literatura testemunhal é um tipo de narrativa (a biográfica, a que se ocupa de acontecimentos sociais, políticos, religiosos, históricos) onde a veracidade do testemunho é importante, evidentemente. Na literatura de ficção é igual que as personagens provenham de um modelo real ou não. É igual.
Utiliza muitos episódios seus em «Caligrafia dos Sonhos»?
As minhas memórias estão nos meus romances. Alguns episódios correspondem ao que podemos chamar de memória pessoal. E está a memória colectiva: a memória que não pertence somente a mim, mas também a determinados grupos sociais, a uma época, e, no meu caso, muitas novelas permitem ao leitor [ver] os anos do pós-guerra, a ditadura ou os anos mais duros da ditadura que foram os anos 40 e 50…
Há sentimentos que são universais. Tanto podem existir em Barcelona como em Lisboa, como em…
De alguma maneira, quase todos os países tiveram uma experiência semelhante. Portugal teve 48 anos de ditadura. Terminou no ano de 74; poucos anos depois, em 78, terminou o franquismo.
Há uma grande influência da música, do cinema e da própria literatura. Há várias ligações a textos de outros autores. Recordo-me de «Fome», de Knut Hamsun.
Essas leituras foram as dos 15 anos, quando começava a descobrir a literatura… digamos… séria e escapava já um pouco ao que havia lido até então, como a «literatura de quiosque». Salgari Verne, por exemplo… Há uma experiência pessoal de cinema, também. Há uma inerente homenagem a filmes que naquela época foram importantes para mim. Aquele cinema de Hollywood que era o que víamos e que fazia parte da cultura popular daquela época. Eram cinemas de bairro que passavam dois filmes e documentários… Passávamos toda uma tarde. Havia poucas distracções e o cinema era importante. Hoje, a juventude tem muito mais coisas, sobretudo com o desenvolvimento da tecnologia.
Então o cinema era importante nesse sentido. Afortunadamente foram os melhores anos. A partir dos anos 60, na minha opinião, assiste-se a uma decadência que persiste. Converteu-se num espectáculo tecnológico absolutamente deslumbrante, mas, no terreno da criação, dos diálogos e da narrativa estritamente cinematográfica, perdeu muito.
A sua formação como leitor e escritor dependeu muito de leituras «indisciplinadas» ou de autores canónicos?
A formação é autodidacta, totalmente. Aos treze de anos deixei o colégio para trabalhar. Quando deixei o colégio não tinha aprendido quase nada. Então fui autodidacta e guiei-me por «olfacto», por instinto… Romances de quiosque, de aventuras e policiais. Alguns anos depois descobri os romances franceses, russos e foi um deslumbramento. Não tive nenhum guia. Baudelaire, Stendhal…; os russos Tolstoi, Dostoievski…; os ingleses Dickens, Stevenson…; os americanos Faulkner, John dos Passos, Hemingway.
Quando escrevi o meu primeiro romance estava à margem do mundo literário, completamente. Não conhecia ninguém.
Não foi uma educação formal…
Não, foi autodidacta.
…e no entanto chegou ao Prémio Cervantes.
Ah! Isso foi uma lotaria. Havia outros autores… Não costumo relacionar literatura e prémios. Nem sempre a boa literatura se corresponde com os prémios. Há exemplos…
Quando Ringo conta as histórias há uma interacção entre narrador e quem está a ouvir. É uma transmissão/interacção oral…
É um jogo que praticava quando era rapaz sobretudo quando não tínhamos nenhuma bola para chutar. Usávamos uma bola de trapos. Conseguir uma bola de futebol era dificílimo. Quando não tínhamos nada disto sentávamo-nos e contávamos histórias. O menino mais imaginativo era o que contava mais histórias e nem sempre era eu. Era pura invenção, uma mescla de coisas que havíamos lido e também de histórias que ouvíamos contar em casa.
Quando escreve pensa no leitor?
Não. Penso na relação que se estabelece entre mim e a minha escrita. Se não gosto, ninguém vai gostar. Se me aborrece, aborrece qualquer leitor.
Enquanto eu lia sobre o personagem Ringo, pensava em Juan Marsé. Ele era muito observador e muito solitário. Foi muito interessante «ouvir» Ringo dizer «eu não invento nada». É mentira. O leitor deve desconfiar do escritor?
Esta observação por parte de Ringo provém do seu conflito com a realidade, da sua recusa de uma realidade de que não gosta. A sua família não é a sua família, o seu pai não é seu pai… Há também o despertar do desejo, do erotismo, aos 15 anos, por uma rapariga que é também um exemplo de contradições, de cara mais feia, mas de bonitas pernas. Ele está muito excitado, mas não sabe formular-se Esse conflito das personagens transfere-se, inconscientemente, da sua parte para as novelas. «Eu não invento nada». As coisas são assim. Está de mal com a realidade até que pactua com a realidade através de uma ficção, uma mentira que é a carta que escreve.
Ele substitui a realidade pela ficção…
…mas substitui a realidade mais dura e mais carregada de sentimento de culpa. E substitui-a por outra realidade superior que se chama ficção. Finalmente pactua com a realidade mas é mediante a ficção. Esse é o tema nuclear do romance. No fundo, é uma homenagem à literatura de ficção que é a de que eu gosto e me interessa. Além do mais, toca o tema da iniciação da aprendizagem da vida.
…a última frase é muito interessante «Um rapaz tão observador, tão formal e responsável».
Ele converte-se num rapaz formal e responsável porque, aparentemente, está conformado com a realidade. Não tem uma vocação de rebelde no sentido convencional. Em todo o caso, ele foi um rebelde com a realidade até que pactua e, no final, se converte num rapaz tão formal e, ao mesmo tempo, tão crédulo.
Crédulo?
Sim.. Porque… vamos ver… porque ele sabia… Como posso explicar isso? É um pouco complicado. Estou-me metendo num dos terrenos mais complicados de explicar, pois é a natureza de uma personagem… Tem a ver com o seu equívoco a respeito da senhora Mir e sua filha. Ele sempre acreditou na história da senhora Mir com o senhor Alonso. É uma história ridícula, de velhos, uma coisa muito feia. No entanto, escapou-se-lhe a verdadeira realidade. Por isso, é um rapaz formal, responsável, mas que se equivocou. Através da aprendizagem da verdade e da realidade ele foi pelo caminho da credibilidade, mas acaba surpreendido do seu próprio equívoco.
As mãos têm um valor muito forte no seu livro. Ringo queria ser pianista, o pai tem sempre as unhas verdes…
… e a rapariga que estuda violino tem as mãos como plumas.
Porquê essa atenção com as mãos?
Pois…Não sei [risos] Não saberia explicar a razão, mas é certo. Nem eu mesmo havia percebido isso. E há também as mãos da Senhora Mir...
Há uma relação de ódio com a religião. Estou a pensar no episódio com o pai no autocarro.
Isso é real. Recordo-me de forma muita exacta e precisa. Nessa época diziam-te que no autocarro havia que se levantar para uma senhora grávida e um sacerdote, também. O meu pai não podia ver padres. No entanto, respeitou sempre a minha mãe, que era católica. O meu pai dizia muito mal dos padres… [diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=571869]
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
NOTA: Brevemente, estará disponível, na biblioteca municipal, o novo livro de Juan Marsé "Caligrafia dos sonhos".
A coreógrafa Olga Roriz, 56 anos, é a vencedora da edição 2012 do Prémio União Latina. Esta é a primeira vez que o prémio distingue uma personalidade da área da dança.
A notícia foi confirmada pela própria coreógrafa que, em declarações ao PÚBLICO, disse que “o prémio distingue também a dança, numa altura em que as artes parecem excluídas da vida quotidiana”.
Olga Roriz, que prepara neste momento a remontagem, na Companhia Nacional de Bailado e no Ballet Teatro Guaíra (de Curitiba, Brasil), da sua coreografia Sagração da Primavera, estreada em 2011, diz que o prémio “tem um sabor agridoce”: “É prestigiante, e de louvar, mas não nos podemos esquecer do momento estranho que as artes vivem neste momento ”. Por isso, “a surpresa” é tanto maior, porque “permite esquecer essa ambivalência”.
A situação de que fala tem exemplos muito concretos, como é o caso da perda eminente de espaço de trabalho. Olga Roriz foi informada de que a sua companhia, que parte no sábado para Macau onde apresentará, no centro cultural da cidade, a criação de 2007, Nortada, deverá abandonar em Setembro as instalações que ocupava há dois anos na Rua da Prata. A seguradora Tranquilidade, com quem havia estabelecido um protocolo de cedência de espaço que lhe permitia abrir o espaço a aulas e residências artísticas de outros criadores, decidiu ali construir um hotel.
A coreografia A Cidade, com estreia em Outubro em Viana do Castelo, seguindo-se depois a digressão nacional, será a última que a coreógrafa ali vai poder criar.
O prémio, no seu décimo aniversário, distinguiu já o cineasta Manoel de Oliveira, o ensaísta Eduardo Lourenço (que presidiu este ano ao júri), o arquitecto Álvaro Siza Vieira, o ex-Presidente da República Mário Soares, a helenista Maria Helena da Rocha Pereira, o historiador José Mattoso, o actor e encenador Luís Miguel Cintra, o pintor Júlio Pomar, o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles e a escritora Lídia Jorge.
A cerimónia de entrega do prémio será dia 29 de Maio, no Instituto Camões, em Lisboa, presidida pelo secretário de estado dos Assuntos Europeus, Miguel Morais Leitão. [publico.pt]
Estreiam, hoje, os filmes: “Procurem Abrigo” de Jeff Nichols com Michael Shannon, Jessica Chastain e Tova Stewart; “O Ditador” de Larry Charles com Sacha Baron Cohen, Megan Fox e Anna Faris; “À Segunda Não Me Escapas” de Julie Anne Robinson com Katherine Heigl, John Leguizamo e Daniel Sunjata; “O Verão do Skylab” de Julie Delpy com Lou Avarez, Julie Delpy e Eric Elmosnino; “Safe - O Intocável” de Boaz Yakin com Jason Statham, James Hong e Chris Sarandon; “Cartas de Angola” documentário de Dulce Fernandes; “Kolá San Jon é Festa di Kau Berdi” documentário de Rui Simões.
“Procurem Abrigo”
Sinopse:
Curtis (Michael Shannon) é um homem grato pelo que a vida lhe reservou: casou com a mulher que ama (Jessica Chastain), tem um emprego razoável e uma filha que, apesar da sua surdez, é uma criança alegre e cheia de vida. Tudo se altera quando, sem razão que o justifique, começa a ter um pesadelo recorrente onde uma tempestade cataclísmica destrói tudo à sua volta. Obcecado com a segurança, decide construir, em segredo, um abrigo para si e para a sua família. Porém, incapaz de controlar o pânico torna-se, a cada dia que passa, de mais difícil convivência, deixando, todos à sua volta, preocupados e ressentidos com o seu comportamento. Consciente da sua obsessão e da possibilidade de tudo ser resultado de graves alucinações da sua mente, Curtis luta entre duas possibilidades: uma tempestade colossal para a qual nenhum deles está preparado e que os levará à morte e a sua própria esquizofrenia.
Escrito e realizado por Jeff Nichols ("Histórias de Caçadeiras"), o filme ganhou o prémio 50th Critics' Week Grand Prix e Fipresci na edição de 2011 do Festival de Cannes. [cinecartaz.publico.pt]
“O Ditador”
Sinopse:
A heróica saga do general Aladeen, supremo líder da República de Wadiya, o país africano que orgulhosa e carinhosamente oprimiu durante várias décadas. Quando a ONU exige a sua presença nos EUA para justificar as suas políticas tirânicas, mesmo correndo risco de vida, segue viagem em defesa da nação. Porém, feito prisioneiro pelos americanos, acaba perdido em Nova Iorque, sem dinheiro nem abrigo. Mas, quando tudo lhe parece perdido, o seu caminho cruza-se com uma pessoa que vai mudar a sua vida...
Com realização de Larry Charles ("Borat", "Bruno") e argumento de Sacha Baron Cohen, Alec Berg, David Mandel e Jeff Schaffer, conta com o protagonismo do carismático e controverso Sacha Baron Cohen e com as participações de John C. Reilly, Ben Kingsley, Megan Fox e Anna Faris. [cinecartaz.publico.pt]
“À Segunda Não Me Escapas”
Sinopse:
Stephanie Plum (Katherine Heigl) não está, definitivamente, no melhor momento da sua vida. Sem emprego nem dinheiro, ela chega à conclusão de que está na altura de mudar o rumo das coisas, arriscar tudo e procurar algo que a sustente. Para tal, convence o seu pouco escrupuloso primo Vinnie a dar-lhe uma oportunidade na sua empresa, como caçadora de recompensas. No novo emprego e por 50 mil dólares, a função de Stephanie consiste em encontrar e prender um dos indivíduos mais procurados pela polícia: Joe Morelli (Jason O'Mara), um atraente ex-polícia indiciado por assassínio que, por infeliz coincidência, foi seu namorado de liceu. Assim, com a ajuda do seu colega Ranger (Daniel Sunjata), e alguma "desajuda" da sua louca família, ela vai encontrar uma maneira de capturar Joe. Mas, para que isso seja possível, tem de possuir a clareza de espírito necessária para escapar às investidas de Joe para reacender a velha chama...
Realizado por Julie Anne Robinson, uma comédia de acção baseada na novela de Janet Evanovich. [cinecartaz.publico.pt]
“O Verão do Skylab”
Sinopse:
Skylab foi uma estação espacial americana. Lançada a 14 de Maio de 1973, desintegrou-se sobre o Oceano Índico, no dia 11 de Julho de 1979, ao entrar em contacto com a atmosfera. Diversos fragmentos de pequena dimensão caíram na Austrália, apesar de se ter acreditado que cairiamem França. Comeste ponto de partida a realizadora e actriz Julie Delpy conta a história de Albertine, uma menina de 10 anos, e da sua excêntrica família. Nesse Verão todos se reúnem na Bretanha, para celebrar o aniversário da avó, acreditando que SkyLab se irá despenhar sobre as suas cabeças. Para Albertine tudo se encontra em suspenso: a sua infância, a sua família, as suas primeiras paixões e... o seu futuro. [cinecartaz.publico.pt]
“Safe - O Intocável”
Sinopse:
Luke Wright (Jason Statham) é um ex-polícia caído em desgraça que sobrevive em Nova Iorqueà custa dos seus dotes como lutador. Um dia, começa uma briga com alguns elementos da máfia russa, o que lhe acaba por fazer perder todos os que ama e quase a própria vida. Amargurado e cheio de culpa, vagueia solitariamente pelas ruas da cidade, consciente da ameaça que paira sobre si, evitando quaisquer laços afectivos que possam pôr inocentes em perigo. Atéque, numa viagem de metro, repara numa menina (Catherine Chan) a ser perseguida pelos homens que, dia e noite, o vigiam. Num impulso, ataca os perseguidores e leva a criança consigo. Naquele momento inicia-se uma caçada sem fim pois a criança, possuidora de uma memória e inteligência prodigiosas, conhece um código numérico que tanto a máfia chinesa como a russa precisam obter a qualquer custo.
Assim, decidido a salvar a menina, Luke transforma-se numa máquina assassina, capaz de ir até às últimas consequências. [cinecartaz.publico.pt]
“Cartas de Angola”
Sinopse:
Duas histórias que se cruzam em Angola: a de Dulce Fernandes, uma portuguesa nascida em vésperas da independência, e a dos milhares de cubanos que combateram na Guerra do Ultramar. Contado na primeira pessoa, um documentário que, tendo como pano de fundo a ilha de Cuba dos dias de hoje, nos leva à descoberta das histórias de alguns dos que viveram em Angola durante os anos 1950/60.
Estreia na realização da fotojornalista Dulce Fernandes, "Cartas de Angola" teve a sua estreia em 2011, no DocLisboa. [cinecartaz.publico.pt]
“Kolá San Jon é Festa di Kau Berdi”
Sinopse:
Realizado e produzido pelo documentarista Rui Simões ("Deus Pátria Autoridade", "Bom Povo Português", "Ilha da Cova da Moura"), um filme que regressa a Cova da Moura, localizado na periferia de Lisboa, onde o realizador já tinha encontrado outras histórias para contar. Ali, os cabo-verdianos do bairro recuperam as festas tradicionais do seu país, num ritual característico das Festas Juninas. Ao longo de 60 minutos, o espectador acompanha um grupo de residentes numa "viagem" a Cabo Verde nos festejos do seu Santo Padroeiro, num momento de alegria, convívio e harmonia. [cinecartaz.publico.pt]
Senhora Minha
Parto, parto-me enfim, senhora minha,
o fado o quis assim que nos reparte;
mas quem cuidareis vós que é o que parte?
Parte aquele que, só, partir convinha.
É verdade que parte e que caminha;
mas parte-se e caminha por tal arte
que cá vos deixa aquela triste parte
que não terá melhor nem melhor tinha.
Ao céu, ao mar, ao vento, ao lenho, ao linho
a vida entregarei, que os satisfaça:
temo quem dos perigos não tem medo.
A vida temo mais do que o caminho;
porque, para me dar maior desgraça,
sei que me há de trazer a sorte cedo.
Francisco Manuel de Melo
[um dos mais importantes poetas do barroco peninsular]
Título: De mãos vazias
Autor: Ana Tortosa
Editora: OQO
Sinopse:
E se lhe levasse água do mar? Não, isso ele já tem, porque o mar está nos seus olhos. Hoje é o aniversário do Mário e a Joana está convidada para ir lanchar a sua casa. Ainda não sabe o que lhe vai oferecer e pelo caminho vai pensando num presente para o amigo. Ocorrem-lhe muitas ideias, mas não é fácil decidir-se quando se quer algo especial.
O pianista e compositor morreu aos 41 anos. Segundo a família, que confirmou a morte, Bernardo Sassetti estava a fotografar numa falésia, no Guincho, e caiu.
[…]
Bernardo Sassetti nasceu a 24 de Junho de 1970, filho mais novo de Sidónio de Freitas Branco Pais e de Maria de Lourdes da Costa de Sousa de Macedo Sassetti. Era bisneto de Sidónio Pais. Iniciou os estudos de piano clássico aos nove anos, tendo frequentando também a Academia dos Amadores de Música. Em 1987 iniciou-se profissionalmente no jazz, estudando com músicos como Zé Eduardo, Horace Parlan e Sir Roland Hanna, e tocando com o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet.
Nos primeiros quinze anos de carreira apresentou-se por todo o mundo, ao lado de músicos como Al Grey. Frank Lacy ou Andy Sheppard, Paquito D’ Rivera ou Benny Golson. Em 1997, por exemplo, ao lado de Guy Barker, gravou “What love is”, acompanhado pela Orquestra Filarmónica de Londres, que tinha como convidado o cantor Sting.
Como compositor destacam-se no seu percurso obras como as suites “Ecos de África”, “Sons do Brasil” ou “Entropé”. O seu primeiro trabalho, como líder, foi “Salsetti”, de 1994, que contava com a participação de Paquito D’ Rivera. O segundo álbum, “Mundos”, saiu em 1996. O álbum “Nocturno” de 2002, ou os mais recentes “Indigo” e “Livre”, são outras das suas mais recentes gravações de piano solo para a editora Clean Feed.
O cinema, tal como a fotografia, era outra das suas grandes paixões, não surpreendendo que tenha composto muito para cinema. “Alice” de Marco Martins, “A Costa dos Murmúrios” de Margarida Cardoso, “Facas e Anjos” de Eduardo Guedes ou “Maria do Mar” de Leitão Barros foram alguns dos filmes para os quais compôs música.
Nos últimos anos apresentou-se em piano solo, ou em trio com Carlos Barreto e Alexandre Frazão. Ao falar sobre o seu trabalho solo, costumava salientar a importância do silêncio, era um músico em busca do silêncio. Em duo tocou com o pianista Mário Laginha, com quem gravou “Mário Laginha / Bernardo Sassetti” e “Grândolas”, naquela que foi uma homenagem a Zeca Afonso e aos 30 anos do 25 de Abril. [publico.pt]
Anos de 2010 e 2011 foram dos mais intensos da sua carreira
O lado mais mediático da sua atividade em 2010/11 foi a edição do disco com Carlos do Carmo (ed. Universal) e de "Motion" com o seu trio, na Clean Feed (a apresentação ao vivo incluiu a projeção de fotografias de sua autoria).
Mais discretas foram as colaborações nos álbuns "Palace Ghosts and Drunken Hymns", do Will Holshouser Trio, e "Madrugada", dos Peixe: Avião.
Compôs para teatro ("Azul Longe nas Colinas", de Dennis Potter, numa encenação da sua mulher, Beatriz Batarda), para dança ("Uma Coisa em Forma de Assim", da Companhia Nacional de Bailado), para bebés ("Os Embalos do Bernardo") e até para o Castelo de São Jorge ("Histórias do Castelo").
Acompanhou Beatriz Batarda ao piano em recitais onde esta narra contos de Sophia de Mello Breyner; participou em "Final de Rascunho", de Sérgio Godinho, que integra uma canção com música sua.
Sassetti tocou ainda com Camané 'My Funny Valentine' na Festa do Jazz 2010 e apresentou os 3 Pianos com Mário Laginha e Pedro Burmester no Festival Med.
Recebeu o Prémio Amália Rodrigues (categoria Música Popular) e o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (categoria Melhor Canção, para 'Retrato', com letra de Mário Cláudio, do álbum com Carlos do Carmo).
Fez ainda parte do júri da 8 1/2, a Festa do Cinema Italiano, em Lisboa.
A sua atividade mais recente incluiu a participação no disco "Motor" de André Fernandes (ed. Tone of a Pitch), a escrita de um tema para o disco "Different Time" (ed. Sony) de Marta Hugon e a presença no CD "DocTetos" (ed. edição JORSOM), de António José de Barros Veloso. O pianista compôs ainda uma parte da música original para o espectáculo multimédia "Lisboa, quem és tu?", estreado a 30 de março último no Castelo de São Jorge, em Lisboa. [expresso.pt]
No âmbito da programação do Cineclube da Feira será exibido, na biblioteca municipal, a 13 de Maio, pelas 21h45, o filme "Road to nowhere - Sem destino" de Monte Hellman.
Jornalista português, Miguel Sousa Tavares nasceu no Porto, sendo filho da poetisa Sophia de Mello Breyner e do advogado e jornalista Francisco de Sousa Tavares. Depois de se ter licenciado em Direito, exerceu advocacia durante doze anos, mas abdicou definitivamente desta profissão para se dedicar em exclusivo ao jornalismo. [ler mais]
Novo livro de Miguel Sousa Tavares
A História Não Acaba Assim
Escritos políticos 2005-2012
Sinopse:
Depois de passar 25 anos a denunciar os atentados ao património e à economia deste país, a lutar por causas que se tornaram a sua bandeira, Miguel Sousa Tavares sintetiza os principais temas de reflexão que o acompanham há muito tempo. São 25 causas, quase todas perdidas, como admite no epílogo. E o que é incrível é que os sinais de fogo, apesar do céu limpo, ainda não foram atacados a tempo por todos aqueles que não os viram ou não quiseram ver.
Estes escritos contam a história dos principais passos, decisões e interesses com que "alegremente" chegámos à nossa situação atual. Um legado obrigatório para o futuro. O país é retratado, os responsáveis nomeados e os traços da nossa personalidade vistos a olho nu. Sem dó nem piedade.
Para além de alguns textos inéditos, A História não acaba assim reúne textos publicados nos jornais Público e Expresso nos últimos sete anos - desde o início da governação de José Sócrates e dos socialistas ao primeiro ano de governo de Passos Coelho e do centro-direita.
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
NOTA: Brevemente, estará disponível, na biblioteca municipal, o novo livro de Miguel Sousa Tavares "A História não acaba assim".
Estreiam, hoje, os filmes: “Sombras da Escuridão” de Tim Burton com Johnny Depp, Michelle Pfeiffer e Helena Bonham Carter; “Nana” de Valérie Massadian com Kelyna Lecomte, Marie Delmas e Alain Sabras; “Rafa” de João Salaviza com Rodrigo Perdigão, Joana de Verona e Nuno Bernardo; “A fonte das mulheres” de Radu Mihaileanu com Leïla Bekhti, Hafsia Herzi e Biyouna; “O Monte dos Vendavais” de Andrea Arnold com James Howson, Solomon Glave e Paul Hilton; “Uma Traição Fatal” de Steven Soderbergh com Gina Carano, Michael Angarano, Michael Douglas, Antonio Banderas e Channing Tatum; “Espera aí Que já Casamos” de Nicholas Stoller com Jason Segel, Emily Blunt e Chris Pratt; “O Polícia” de Nadav Lapid com Ben Adam, Michael Aloni e Meital Barda.
“Sombras da escuridão”
Sinopse:
Nos finais do séc. XVIII, Barnabas Collings era um jovem aristocrata rico e atraente que julgava ter o mundo aos seus pés. Sem respeito nem compaixão pelos sentimentos alheios, habituou-se a ter todas as mulheres que desejava. Até conhecer Angelique e desprezar o seu amor. É então que os poderes ocultos da rapariga se revelarão fatais. Ela, que não é mais do que uma poderosa feiticeira negra, transforma-o num vampiro e enterra-o vivo. Duzentos anos volvidos, ele é inesperadamente libertado do seu túmulo, acordando na decrépita mansão familiar, no espantoso mundo do séc. XX. Agora, vai conhecer a sua excêntrica linhagem e reaprender a lidar com o génio de Angelique que, ao regressar com ele, fez ressuscitar o seu amor obsessivo.
Realizado por Tim Burton e abrilhantado por Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Michelle Pfeiffer, Eva Green, Christopher Lee e Chloë Grace Moretz, o filme é uma adaptação da série homónima que, entre1966 a 1971, foi transmitida pelo canal americano ABC e que contava as aventuras da família Collins. [cinecartaz.publico.pt]
“Nana” + “Rafa”
Sinopse:
Nana (Kelyna Lecomte), de apenas quatro anos, vive com a mãe e o avô numa casa perto da floresta. Certo dia, ao chegar da escola, encontra a casa totalmente silenciosa e vazia. Depois da sensação física do vazio e do abandono, Nana retoma a sua vida normal: veste-se, alimenta-se, brinca e cuida da casa. É assim que aquela menina assume-se num mundo à altura dos seus 90 centímetros, liberta dos adultos e da sua orientação.
Primeira longa-metragem da fotógrafa Valérie Massadian, foi o filme-revelação em Locarno, onde recebeu o prémio Opera Prima para primeiras obras.
Em complemento a curta "Rafa", de João Salaviza, sobre um rapaz de 13 anos que deixa a sua casa nos subúrbios e ruma a Lisboa, em busca da mãe que não regressou na noite anterior. "Rafa" foi o vencedor do Urso de Ouro para melhor curta-metragem na edição de 2012 do Festival de Berlim. [cinecartaz.publico.pt]
“A fonte das mulheres”
Sinopse:
Numa aldeia do Norte de África, existe uma pequena comunidade fechada, onde as tradições têm ainda um enorme peso no modo de vida e onde as mulheres pouco poder têm para alterar a sua condição. Entre outras tarefas, são elas quem têm de ir buscar água ao cimo de uma montanha, por um caminho longo e difícil. É então que Leila (Leïla Bekhti), uma jovem recém-casada, percebendo a injustiça e o sacrifício inútil, convence as outras mulheres a obrigar os homens a canalizar a água até à aldeia. Para isso elas apenas têm uma arma ao seu alcance: greve de sexo.
Um filme de Radu Mihaileanu ("O Concerto") que, em jeito de comédia, retrata as desigualdades entre os sexos e a longa e dura batalha das mulheres que, quebrando regras e tradições, tentam criar espaço à mudança.[cinecartaz.publico.pt]
“O Monte dos Vendavais”
Sinopse:
Numa visita a Liverpool, um agricultor abastado conhece Heathcliff, um rapaz pobre e abandonado, e resolve trazê-lo consigo para fazer parte da sua família. Nos isolados campos do Yorkshire, o rapaz acaba por se aproximar de Cathy, a filha mais nova do agricultor. Porém, com o passar dos anos, uma relação inocente entre duas crianças transforma-se num amor obsessivo que levará toda a família à perdição.
Uma nova adaptação do único romance de Emily Brontë publicado, em 1847, sob o pseudónimo masculino Ellis Bell, desta feita com argumento e realização da britânica Andrea Arnold ("Aquário" e "Sinal de Alerta"). [cinecartaz.publico.pt]
“Uma Traição Fatal”
Sinopse:
Mallory Kane é uma das mais bem treinadas agentes da CIA. Mas, depois de uma missão bem-sucedida, que consistia em libertar um jornalista chinês, Mallory é atraiçoada e abandonada à morte pelas pessoas em quem confiava. Ao sobreviver, torna-se uma ameaça à segurança e credibilidade da agência assim como do próprio Governo norte-americano e, por isso mesmo, um alvo a abater. Porém, preparada ao mais alto nível para enfrentar todo o género de ameaças, a ex-agente vai usar todas as suas armas contra os seus perseguidores num jogo onde a vingança, e não a sobrevivência, se torna o grande objectivo.
Um thriller de acção, com argumento de Lem Dobbs e realização de Steven Soderbergh ("Erin Brockovich", "Ocean's Eleven", "Confissões de Uma Namorada de Serviço"), que conta com a estreia em cinema de Gina Carano (reconhecida lutadora americana de MMA), além de incluir no elenco os conhecidos Michael Fassbender, Ewan McGregor, Bill Paxton, Channing Tatum, Antonio Banderas e Michael Douglas. [cinecartaz.publico.pt]
“Espera aí Que já Casamos”
Sinopse:
Tom e Violet (Jason Segel e Emily Blunt) são um casal apaixonado a viverem São Francisco. Depoisde vários anos de uma relação quase perfeita, sonham em oficializar a união numa enorme e divertida festa de casamento. Tudo parecia correr bem até Violet ser convidada a trabalhar como assistente na faculdade de psicologia da Universidade de Michigan, a mais de duas mil milhas de distância. Ambos concordam que, com esta proposta irrecusável em mãos, os planos para o grande dia terão de ser adiados. Porém, já em Michigan, nada parece querer colaborar com a relação e os dois vêem a data de casamento adiada, uma e outra vez. E é assim que, depois de cinco anos a lidar com a incómoda sensação de viverem uma relação estagnada, Tom e Violet começam a duvidar se foram de facto feitos um para o outro. [cinecartaz.publico.pt]
“O Polícia”
Sinopse:
Yaron pertence a uma unidade policial de elite de Israel. Ele e os seus companheiros são quem, em última instância, protegem os cidadãos de ameaças terroristas, num país ainda instável a nível político e social. Tudo nele respira orgulho: em si próprio, na sua vida pessoal e em cada um dos seus colegas, por quem nutre um enorme respeito e admiração. Até que um dia se depara com um grupo de jovens radicais que raptam três milionários israelitas durante um casamento. O grupo está decidido a tudo para libertar a sociedade daquilo que considera ser opressão. E será através deles que Yaron vai conhecer as razões do confronto de classes no seu país e compreender o porquê da necessidade de mudança.
Escrito e realizado pelo israelita Nadav Lapid, o filme recebeu o prémio especial do júri em Locarno e esteve em competição na edição de 2011 do Lisbon & Estoril Film Festival. [cinecartaz.publico.pt]
Alegria custosa
Enfim que aquela hora é já chegada
Que até nos passos traz preço e ventura,
Tão merecida de uma fé tão pura,
E de um tão limpo amor tão esperada.
Ela tardou em vir, como rogada
Da viva saudade, que ainda dura.
Que bem pode vir, e estar segura,
Que há-de ser possuída a desejada.
Senhora, se com lágrimas convinha
Sentir sòmente o mal, e agora o canto,
É digno de outra gllória verdadeira;
Não cuideis que é fraqueza da alma minha,
Mas que de costumada sempre ao pranto,
Não sabe festejar de outra maneira.
Donde pára a beleza, e no que pára.
Francisco Manuel de Melo
[um dos mais importantes poetas do barroco peninsular]
O espanhol Rafael Moneo recebeu nesta quarta-feira o prémio Príncipe das Astúrias para as Artes. Mesmo a calhar para o autor da catedral de Los Angeles e da ampliação do Museu do Prado, em Madrid, que faz 75 anos no mesmo dia.
Moneo foi escolhido entre 39 candidaturas nas mais diversas áreas da arte, apresentadas por 25 países. Portugal concorreu com a pintora Paula Rego. Outro pintor, Jasper Jones, o designer Philippe Starck, a cantora mexicana Chavela Vargas, o Teatro Bolshoi e Frank Gehry, o arquitecto norte-americano que desenhou o Museu Guggenheim de Bilbau, também eram candidatos.
De acordo com a acta do júri, presidido pelo espanhol José Lladó y Fernández-Urrutia, Moneo foi escolhido por ser um arquitecto "dimensão universal, cuja obra enriquece os espaços urbanos com uma arquitectura serena e esmerada". "Mestre reconhecido no âmbito académico e profissional, Moneo deixa uma marca própria em cada uma das suas criações e, ao mesmo tempo, combina estética com funcionalidade, especialmente nos espaços interiores diáfanos que servem de enquadramento impecável para as grandes obras da cultura e do espírito", lê-se na acta.
Moneo, que também projectou o Museu Romano de Mérida e o famoso Kursaal – o auditório e centro de congressos em forma de cubo à beira-mar, em San Sebastián –, recebeu já alguns dos mais importantes prémios de arquitectura do mundo, incluindo o Pritzker, em 1996 (é o único espanhol a tê-lo), o Mies van der Rohe, de 2001, e o RIBA (Royal Institute of British Architects), em 2003.
Criado em 1981, o prémio que distingue os que contribuíram “de forma relevante para o património cultural da humanidade” volta assim a escolher um arquitecto, depois de Francisco Javier Sáenz de Oiza, Óscar Niemeyer, Santiago Calatrava e Norman Foster. Na edição do ano passado o prémio foi para o maestro Riccardo Muti.
Este é o primeiro dos oito Prémios Príncipe de Astúrias a serem concedidos este ano. Nas próximas semanas serão atribuídos os prémios de Ciências Sociais, Comunicação e Humanidades, Investigação Científica e Técnica, Letras e Cooperação Internacional. Os galardões do Desporto e da Concórdia só são conhecidos em Setembro.
Os prémios, no valor de 50 mil euros, serão entregues no Outono numa cerimónia presidida pelo Príncipe das Astúrias. Os laureados têm ainda direito a uma escultura, criada e doada expressamente por Joan Miró para estes galardões, um diploma e uma insígnia. [publico.pt]
A distinção, a mais alta deste género, é entregue pela Academia Real Sueca de Música e premeia todos os anos um artista pop e um clássico. A cantora rock Patti Smith e o grupo de música clássica Kronos Quartet foram os premiados no ano passado.
Sobre Paul Simon, o júri do prémio destacou “a capacidade adquirida, os arranjos inovadores e as letras provocadoras” do músico que se deu a conhecer ao lado de Art Garfunkel, na dupla Simon & Garfunkel, que criou “The Sounds of Silence” e “Bridge Over Troubled Water”.
“Ninguém merece tanto o epíteto de ‘compositor de classe mundial’. Durante cinco décadas, Paul Simon construiu pontes não só sobre águas turbulentas como também sobre oceanos inteiros, reunindo os continentes do mundo com sua música”, lê-se no comunicado do prémio.
Paul Simon conquistou 12 Grammys, incluindo um de homenagem pela sua carreira, e faz parte do Rock and Roll Hall of Fame.
Em relação a Yo-Yo Ma, apelidado como “o violoncelista mais importante de nosso tempo”, o júri destacou a capacidade do músico em “unir as pessoas de todos os continentes”.
“Yo-Yo Ma tem dedicado o seu virtuosismo e o seu coração às viagens de exploração musical e descoberta em todo o mundo”, disse o júri, acrescentando que o violoncelista “é a prova viva de que a música é comunicação, paixão e habilidade para partilhar experiências”.
Yo-Yo Ma, que quando tinha apenas sete anos actuou numa cerimónia de angariação de fundos para um centro cultural - que mais tarde se tornaria The Kennedy Center – na presença de John F. Kennedy e Dwight Eisenhower, é hoje um dos nomes mais populares da música clássica no mundo. Com 75 álbuns gravados, o norte-americano venceu 15 Grammys.
O Polar Music Prize foi criado em 1989 por Stig Anderson, agente da famosa banda sueca ABBA. O prémio distingue individualidades, grupos ou mesmo instituições, reconhecendo o trabalho excepcional feito em prol da criação e do progresso da música.
Ennio Morricone, Björk, B.B. King, Cyorgy Ligeti, Keith Jarrett, Bob Dylan, Ray Charles, Pierre Boulez, Elton John, Bruce Springsteen, Stevie Wonder, Pink Floyd, Dizzy Gillespie, Sony Rollins e Gilberto Gil são alguns dos já laureados com esta distinção.
Os prémios, no valor de 113 mil euros, vão ser entregues pelo rei Carlos XVI Gustavo numa cerimónia em Estocolmo, a 28 de Agosto.O cantor de folk rock Paul Simon e o violoncelista Yo-Yo Ma, ambos norte-americanos, foram distinguidos em Estocolmo, na Suécia, com o prémio Polar Music, conhecido como o "Nobel da Música".
Títulos disponíveis de Paul Simon, na biblioteca municipal.
Título: O livro do livro
Autora e ilustradora: Sophie Benini Pietromarchi
Editora: Edicare
Sinopse:
Um elogio ao livro e à criatividade.
Técnicas fáceis, mas impensáveis… investigar a casa em busca de materiais, massajar a imaginação para escrever uma história, criar as mais originais ilustrações - um livro obrigatório para potenciais artistas.
Neste poético livro de actividades, a artista Sophie Benini Pietromarchi convida as crianças a participarem numa viagem fantástica ao mundo da criação de livros. Explorando as cores, texturas, formas e sensações, Sophie Pietromarchi mostra como estes elementos difusos podem transformar-se em narrativas visuais, usando materiais tão incrivelmente prosaicos como aparas de lápis, cebolas, grafite e folhas. Este maravilhoso livro - que nasceu de oficinas realizadas com crianças - é um tributo à riqueza da imaginação que habita no interior de cada um de nós.
Suficientemente simples para ser usado pelas crianças sem a ajuda dos adultos, este é um livro de actividades perfeito para as férias e para a sala de aulas, com exercícios de desenho, de escrita criativa e de construção de livros.
A história dos Sétima Legião remonta ao ano de 1982 quando Pedro Oliveira, Rodrigo Leão e Nuno Cruz, concorreram a um concurso intitulado "Grande Noite do Rock", no qual acabaram por conquistar o segundo lugar. Algum tempo depois, deu-se a entrada de Paulo Marinho e de Susana Lopes. A formação dos Sétima ia assim ficando completa, marcando desde logo posição, com a invulgar participação de um violoncelo e de uma gaita de foles na construção musical. As letras que inicialmente eram em inglês, tomaram a sua forma definitiva com as criações feitas por Francisco Menezes.
Um ano depois, em 1983, a banda editou o seu primeiro single através da Fundação Atlântica, que tinha à sua frente nomes como os de Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso e Ricardo Camacho. "Glória / Partida" assinalou o carácter singular da música dos Sétima Legião. A formação tornou-se atracção no ainda pouco energético panorama musical português. Mais um ano foi o tempo necessário para a edição de " A Um Deus Desconhecido", o primeiro álbum. O registo cedo se tornou referência da música portuguesa, dadas as composições únicas da banda.
A formação sofreu entretanto algumas alterações, dando-se as entradas de Ricardo Camacho para as teclas, Paulo Abelho para as percussões e Gabriel Gomes para o acordeão. O álbum "Mar d'Outubro" gravado para a Emi-Valentim de Carvalho reflectiu uma maior densidade a nível da composição, em parte devido à participação dos novos instrumentos. O tema "Sete Mares" cedo se transformou em hino da banda. [ler mais]
Em plena onda de revivalismo anos 80, regressa aos palcos um dos nomes que mais marcou a década em Portugal: Sétima Legião.
A digressão, que celebra uns redondos 30 anos de carreira, promete dar especial atenção aos primeiros discos e revisitar todos os clássicos, com passagem obrigatória por temas como "Sete mares" ou "Por quem não esqueci".
O embalo é dado pela reedição da discografia completa da banda, com adição de um CD/DVD apropriadamente intitulado "Memória", já que inclui os momentos mais emblemáticos, o registo de um concerto no Pavilhão Carlos Lopes (Lisboa, 29 de Dezembro de 1990) e alguns extras. [lazer.publico.pt]
Sétima Legião: Melancólica revolução da amizade
O regresso da Sétima Legião aos grandes palcos, 30 anos passados sobre os primeiros acordes, é pretexto para uma revisitação apaixonada. O autor destas linhas assume a sua dificuldade em distanciar-se...
A todo o aspirante a jornalista, quando abraça o ofício (que tantas vezes se confunde com sacerdócio) é-lhe recomendado que, no exercício da sua profissão, não se afaste de duas regras douradas: rigor e isenção. Este que vos escreve não foi exceção, e sempre que lhe pediram, respondeu à chamada.
Só que existe aquela coisa chamada vida, que, para citar o mais famoso hippie milionário, é aquilo que acontece enquanto estamos ocupados a fazer outros planos. Ou, como neste caso, quando somos chamados a fazer certos trabalhos.
A Sétima Legião - que, em 2012, celebra 30 anos de existência - fez e faz parte da vida deste jornalista. Os que a formam formaram-me enquanto amigos. As memórias que retenho ultrapassam, naturalmente, o mero entusiasmo musical. Estes são amigos que me cresceram, e eles comigo. O facto de fazerem parte de uma banda era apenas mais um lado do que ainda são. E quantas vezes objeto de troça.
Por isso, terá o leitor de compreender que a isenção que exista no que vai ler está viciada pelo coração. E que o rigor que aplico é o rigor dos apaixonados, pelo que a escrita na primeira pessoa é inevitável. Por outro lado, o leitor depressa perceberá que esta é uma banda suportada por afetos. E para os afetos não existe livro de estilo. Dito isto, posso começar a contar a história.
A Sétima nunca acabou
Pouco passa das dez horas da noite de uma quinta-feira, altura em que o complexo de armazéns existente mesmo ao lado da RTP, na Avenida Marechal Gomes da Costa, deveria estar mergulhado num silêncio quase assustador. Mas mal ultrapassamos as ruas labirínticas que levam ao edifício do Armazém 42 tudo parece mudar: há luzes acesas, das janelas vê-se gente a passar, a conversar, a falar ao telemóvel. E ouve-se uma vozearia confusa, entre risos, gritos, acusações e sons caóticos de instrumentos musicais. Não havia dúvida: a Sétima Legião estava ali a ensaiar.
Para alguém que não é muito dado a nostalgias, como é o meu caso, a audição daqueles sons tão familiares arrepiou-me. Uma vez dentro do estúdio, o sentimento aumentou. Aquele misto de festa e reencontro que, com milagre e talento, é traduzido em música, devolveu-me de imediato o segredo da Sétima Legião: a amizade que une os membros da banda, e que faz com que este tenha sido sempre um grupo que nunca acabou. Francisco Menezes, o letrista da banda, confirma-o, durante uma das pausas do ensaio: "É um privilégio, tantos anos depois, participar nesta encantadora desorganização da Sétima Legião. É mais uma prova de que o grupo nunca acabou: primeiro, porque nunca foi anunciado formalmente o seu fim; e, além disso, porque as nossas coisas continuaram, com o tempo, sob diversas formas: na música de cada um, na do Rodrigo, na do Pedro, nos Cindy Kat..." Mas não haveria o perigo de esta reunião ser confundida com pura nostalgia? "Nem pensar", discorda o Francisco. "Todos tivemos sempre vontade de tocar juntos e isso foi acontecendo, mesmo depois de editado o Sexto Sentido [último álbum de originais do grupo, de 1999]. Agora, surgiu esta coisa dos 30 anos e, depois, o Rodrigo foi o catalisador do costume e juntou toda a gente." Esta será uma "acusação" comum a todos os membros, a que o visado irá responder com surpresa, como veremos.
Mas, agora, assista-se um pouco ao ensaio. Numa sala pequena, músicos e amigos acomodam-se como podem. Ricardo Camacho nas teclas, Nuno Cruz na bateria, Rodrigo Leão no baixo, Pedro Oliveira na voz e guitarra, Gabriel Gomes no acordeão, Paulo Marinho à porta, Paulo Abelho por todo o lado. Junte-se a isto os amigos que se acotovelam para ver os músicos e ficarão com uma pequena ideia do que ali se passa. O tema que se preparam para tocar é Partida, um instrumental que surgiu no lado B do single de estreia (Glória/Partida, 1983). A versão original é despojada, com a gaita de foles de Marinho a fazer a melodia (que partiu de uma linha de baixo de Rodrigo Leão) e a marcar o som melancólico e, ao mesmo tempo, ligado a um Portugal espiritual e quimérico, que a Sétima inaugurou. Este arranjo é diferente, com todos os músicos a colaborarem. No entanto, aos primeiros acordes, esta Partida é real para quem se lembra de tudo. E é uma boa altura para sobrevoar o passado.
Todos de gabardinas
Quem queira encontrar uma biografia oficial da Sétima Legião não terá problemas de maior. Uma pesquisa simples e os números e datas aparecem. Mas, para o que aqui nos interessa, não é isso que conta. O que vem à memoria é uma Lisboa de inícios dos anos 80, um período em que tudo parecia estar por fazer e as possibilidades eram normalmente concretizadas. A geografia dos que partilhavam essa urgência de mostrar o novo estava bem definida: o Bairro Alto era um semideserto onde as tascas serviam de ponto de encontro e conspiração de todo o tipo de vontades. Aqueles que viriam a ser a Sétima Legião não eram exceção. E o numeroso grupo de amigos divertia-se em lugares que já não existem, como o Bolívar, onde existia um "privado" na despensa da tasca, feito de grades de cerveja, e uma criança filha do dono que nos mostrava orgulhosamente cidades inteiras feitas de fósforos. Havia a alegria da partilha de um disco que vinha de longe, de cassetes BASF C90, nas quais alguém tinha gravado um grupo obscuro de Manchester. Havia um culto da tristeza, que ninguém levava muito a sério mas que as gabardinas escuras ostentavam. Havia risos, discussões, jukeboxes com medleys do Duo Ouro Negro, amêndoas amargas e raríssimos jantares no Capuchinho, em que uma refeição custava cerca de 60 escudos (30 cêntimos) e o vinho da casa seria hoje classificado como arma branca.
Havia isso. E houve a coragem de três amigos da Avenida de Roma se terem inscrito num dos muitos concursos de "música moderna" que, nessa altura, abundavam. Depois de vários anos a ensaiarem com violas e baldes de Skip (ainda está por escrever a influência que estes baldes de detergente tiveram no rock nacional), decidiram arriscar-se. Lembra o Pedro Oliveira: "Era um miúdo, e estava tão nervoso que não via nada. Só me lembro de ver o Rui Pregal da Cunha, muito bem vestido e pensar 'meu Deus, vou tocar no mesmo sítio que os Heróis do Mar!'" Ficaram em segundo lugar. Mas causaram impressão. Luís Filipe Barros, na altura um dos mais influentes radialistas, disse a um Ricardo Camacho que estava a iniciar o que seria a editora Fundação Atlântica: "Ouvi o grupo de que andas à procura. Tocam mal como o caraças mas soam bem como tudo." Pouco depois, a editora de Ayres Magalhães, Camacho e Miguel Esteves Cardoso contratava-os e dali sairia o single Glória e, mais tarde, o disco de estreia A Um Deus Desconhecido (1984).
Com discos editados, a crítica a exaltá-los e a rádio a ignorá-los, surgiu a obrigação de dar concertos. E estes aconteceram, em lugares mais do que improváveis. Lembro-me de um, particularmente agreste, num bar duvidoso, em Cacilhas: a banda subiu ao palco mais do que alegre, perante um público que não os conhecia nem queria conhecer. Todos de gabardinas. O vocalista, com as letras completamente perdidas, decide tocar de costas para a escassa assistência, numa língua que misturava um aparente dialeto eslavo com português. Foi, naturalmente, catastrófico. Pedro Oliveira: "Nós estávamo-nos nas tintas para as palmas! A primeira vez que nos bateram palmas foi no Porto e eu pensei que não eram para nós!" Com o tempo, tudo mudaria.
'Cada vez melhor'
De regresso aos ensaios, e ao século XXI, Camacho toca os acordes iniciais de uma das canções que já é um standard do cancioneiro português: Sete Mares. Quem assiste reconhece-a, de imediato, e a emoção é geral. Há quem dance, há quem cante, há quem se abrace. Trinta anos não beliscam um milímetro de um hino. Talvez seja por isso que tudo faz sentido, mas vale a pena convocar Rodrigo Leão: "Dizem que fui eu que juntei toda a gente... Não é verdade. Nos últimos seis meses, sempre dissemos que queríamos voltar a tocarem público. Estafoi uma boa oportunidade, que coincidiu com as disponibilidades de todos nós." Pergunto-lhe se alguma vez deixou de ser da Sétima Legião: "Nunca! Basta ouvir o Montanha Mágica [disco de 2011, de Rodrigo Leão] e percebe-se bem que está lá muito da Sétima." Mas mesmo assim... Trinta anos é muito tempo na vida de uma banda, muitos egos, muitas coisas para gerir. E, no entanto, para quem assiste a este ensaio é como se fosse a primeira vez. Resposta óbvia: "Seria impossível tocarmos desta forma estes anos todos, se não fossemos amigos."
É isso, então. A amizade. Os afetos, como no principio avisei. Esse é o segredo que faz com que um grupo de amigos toque "cada vez melhor" (Pedro Oliveira) e se encontre com a cumplicidade e as tensões do costume. Que tenha atravessado incólume o auge da fama e do sucesso comercial (com os discos Mar de Outubro, de 1987, e De Um Tempo Ausente, 1989), deixando espaço para talentos e vocações próprias.
Os concertos desta celebração servirão para lembrar - ou apresentar - o legado que este grupo de amigos deixou e que muitas bandas atuais reivindicaram. Os arranjos vão ser os mesmos, os músicos os mesmos, o prazer de tocar o mesmo. E enquanto deixo o local de ensaios, de coração cheio, ainda oiço, no ar, os acordes de Glória, a última canção a ser tocada nessa noite. "A morte não te há de matar", começa a letra. No que diz respeito à amizade, tenho a mais bela certeza.
DISCOS - De um tempo presente
Os palcos não serão a única maneira de celebrar os 30 anos da Sétima Legião: toda a discografia será reeditada, remasterizada e terá um novo arranjo gráfico, supervisionado pelos próprios. Além disso, sairá a primeira coletânea, com temas escolhidos por elementos do grupo. Mais: essa compilação (Memória) reúne em DVD o mítico concerto da banda, em 1990, no Pavilhão Carlos Lopes, e todos os seus videoclips oficiais. [Nuno Miguel Guedes in visão.sapo.pt]
No âmbito da programação do Cineclube da Feira será exibido, na biblioteca municipal, a 06 de Maio de 2012, pelas 21h45, o filme "Vergonha" de Steve McQueen.
José Eduardo Agualusa (Huambo, Angola; 13 de Dezembro de 1960) é um escritor angolano. Estudou agronomia e silvicultura no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Colaborou com o jornal português Público desde a sua fundação; na revista de domingo desse diário (Pública) assinava uma crónica quinzenal. Atualmente, escreve crónicas mensalmente para a revista portuguesa LER e semanalmente para o jornal angolano A Capital. Realiza o programa A Hora das Cigarras, sobre música e poesia africana, difundido na RDP África. É membro da União dos Escritores Angolanos. [ler mais]
Novo romance: Teoria Geral do Esquecimento
Teoria Geral do Esquecimento é o título do novo romance de José Eduardo Agualusa, que será editado pela Dom Quixote a 7 de Maio na colecção Autores de Língua Portuguesa.
Sinopse:
Luanda, 1975, véspera da Independência. Uma mulher portuguesa, aterrorizada com a evolução dos acontecimentos, ergue uma parede separando o seu apartamento do restante edifício – do resto do mundo. Durante quase trinta anos sobreviverá a custo, como uma náufraga numa ilha deserta, vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer. Teoria Geral do Esquecimento é um romance sobre o medo do outro, o absurdo do racismo e da xenofobia, sobre o amor e a redenção.
Novo livro infantil: A Rainha dos Estapafúrdios
Estará disponível, em Maio, um novo livro infantil de José Eduardo Agualusa “A Rainha dos Estapafúrdios”.
Sinopse:
Este livro conta as aventuras de Ana, uma perdigota irrequieta e curiosa, à procura de uma roupa mais colorida do que aquela que a natureza lhe deu ao nascer. Sozinha, engana uma hiena esfomeada, enfrenta um leão feroz e transforma-se na rainha da savana. Como é que consegue tudo isto? Descobre estas e muitas outras peripécias da Rainha dos Estapafúrdios nas páginas coloridas e mágicas deste livro. Este é um livro para estar presente em todos os dias das nossas vidas.
Títulos disponíveis na biblioteca municipal.
NOTA: Brevemente, estarão disponíveis, na biblioteca municipal, os livros de José Eduardo Agualusa "Teoria Geral do Esquecimento" e “A Rainha dos Estapafúrdios”.
Estreiam, hoje, os filmes: “O Campo da Morte” de Ami Canaan Mann com Sam Worthington, Jeffrey Dean Morgan, Chloe Moretz, Jeffrey Dean Morgan; “Temos de Falar Sobre Kevin” de Lynne Ramsay com Tilda Swinton, John C. Reilly, Ezra Miller; “O Corvo” de James McTeigue com John Cusack, Alice Eve, Luke Evans; “Era Uma Vez na Anatólia” de Nuri Bilge Ceylan com Muhammet Uzuner, Yilmaz Erdogan, Taner Birsel; “A Teia de Gelo” de Nicolau Breyner com Diogo Morgado, Margarida Marinho, Paula Lobo Antunes; “Descaradamente Infiéis” de Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Alexandre Courtès, Jean Dujardin, Michel Hazanavicius, Eric Lartigau, Gilles Lellouche com Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Lionel Abelanski.
“O Campo da Morte”
Sinopse:
A polícia de uma pequena cidade do Texas depara-se com uma série de homicídios sem resolução. A única coisa que os comprova são os corpos femininos mutilados, consecutivamente abandonados num pântano, por esse motivo denominado Campo da Morte. Ao mesmo tempo, na cidade vizinha, os inspectores Mike Souder (Sam Worthington) e Brian Heigh (Jeffrey Dean Morgan) debatem-se com a falta de pistas na investigação de mais um desaparecimento. Até que Anne (Chloë Grace Moretz), uma adolescente conturbada por quem Brian sente uma ligação especial, também desaparece sem deixar rasto. Apesar dos crimes no Campo da Morte se encontrarem fora da sua jurisdição, para Brian a investigação passa a ter
contornos pessoais e os dois não vão parar até encontrarem algo que os leve ao sádico assassino. Realizado por Ami Canaan Mann, "O Campo da Morte" baseia-se numa série de crimes ocorridos, entre 1983 e 1991, no Texas. [cinecartaz.pt]
“Temos de Falar Sobre Kevin”
Sinopse:
Eva (Tilda Swinton) era uma bem-sucedida jornalista de viagens quando descobriu estar grávida de Kevin (Ezra Miller). Por causa disso, abandona todas as suas ambições e dedica-se quase exclusivamente à vida familiar. Infelizmente, a sua vida enquanto mãe torna-se, a todos os níveis, um inesperado pesadelo. Desde muito cedo que a criança demonstra possuir um carácter difícil e estranhamente propenso à violência. Hoje, quase 17 anos volvidos, Kevin está preso, condenado pela autoria de um violento massacre na escola onde estudava, que resultou na morte de vários alunos e professores. E Eva sente que nada mais é do que a amargurada mãe de um sociopata. Através de várias cartas dirigidas a Franklin (John C. Reilly), o seu marido, a mulher desvenda o passado, dando a conhecer a terrível luta interior contra os sentimentos de dor e responsabilidade: até que
ponto a fúria assassina do filho se deveu às suas fraquezas enquanto mãe ou à própria relutância em enfrentar a maternidade. De que maneira a natureza de Kevin foi moldada por cada um dos pais? Realizado por Lynne Ramsay, um thriller psicológico baseado no romance homónimo
escrito, em 2003, pela jornalista Lionel Shriver. [cinecartaz.pt]
“O Corvo”
Sinopse:
Outubro de 1849. Baltimore, EUA. Depois do brutal assassinato de duas mulheres, o detective Emmett Fields (Luke Evans) faz uma descoberta aterradora: o crime tem uma estranha semelhança a um dos contos de terror da autoria de Edgar Allan Poe (John Cusack), recentemente publicados num jornal local. Poe torna-se imediatamente o principal suspeito do crime e é chamado a depor. Porém, durante o interrogatório, outro corpo com a mesma assinatura é encontrado, também inspirado no trabalho do escritor. Compreendendo que estão perante um psicopata que quer transformar a ficção em realidade, o detective decide unir os seus esforços à capacidade de dedução de Poe e, desta forma, apanhar o assassino antes que este volte a atacar. Com realização de James McTeigue ("V de Vingança"), um thriller que tem como protagonista Edgar Allan Poe, uma das mais carismáticas personalidades da literatura americana do séc. XIX. Usando factos verídicos e apoiado pela inexplicada morte do escritor, o filme tenta ficcionar os seus últimos dias de vida. [cinecartaz.pt]
“Era Uma Vez na Anatólia”
Sinopse:
Na cidade de Keskin, Turquia, uma caravana - da qual fazem parte advogados, coveiros, polícias e um médico legista - segue pelas estepes da Anatólia em busca de um corpo. Kenan, suspeito do homicídio, guia aqueles homens pela região tentando recordar-se do local onde sepultou o corpo. Diz que estava alcoolizado, que está confuso. Até que, depois de uma longa e exaustiva viagem, encontram o lugar que procuravam. O dia desperta, a vítima é recolhida e autopsiada ao mesmo tempo que a esposa do falecido chega para reconhecer o corpo. E é então que a causa e o motivo do crime são revelados. Realizado pelo turco Nuri Bilge Ceylan ("Os Três Macacos", "Uzak - Longínquo"), o filme foi um dos vencedores do grande prémio do júri no
Festival de Cannes de 2011, ex aequo com "O Miúdo da Bicicleta", de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne. Ceylan viu o seu nome indicado para a
Palma de Ouro. [cinecartaz.pt]
“A Teia de Gelo”
Sinopse:
Jorge, um informático ambicioso que não se conforma com a sua vida mediana, decide subir na vida a qualquer custo. Usando os contactos da empresa onde trabalha, desvia uma enorme quantia de dinheiro para a sua conta pessoal. Descoberto pelo chefe, que ameaça matá-lo caso não reponha o dinheiro nesse mesmo dia, mete-se no carro e foge sem destino até acabar despistado no meio de uma tempestade, a meio do nada. Assim, numa fuga desesperada, gelado, exausto e perdido num lugar inóspito, ele toma consciência em como a sua ganância deitou tudo a perder. Até que se cruza com uma velha mansão habitada que julga ser a sua salvação. Mas o lugar encerra segredos ainda mais terríveis do que o seu.
Realizado por Nicolau Breyner, conta com a participação de Diogo Morgado, Margarida Marinho, Nuno Melo, Patrícia Tavares, Sandra Cóias, Paula Lobo
Antunes, entre outros. [cinecartaz.pt]
“Descaradamente Infiéis”
Sinopse:
Apesar de acreditarem no amor verdadeiro, Fred, Olivier, François, Laurent, James (todos protagonizados por Jean Dujardin) e Greg, Nicolas, Bernard, Antoine e Eric (Gilles Lellouche) são incapazes de acreditar na fidelidade. Para eles, o homem é um animal polígamo e isso é uma fatalidade do género a que pertencem. Com esta ideia como ponto de partida, sete realizadores juntam-se para filmar várias curtas-metragens sobre o tema da infidelidade masculina e as suas múltiplas variações. Com argumento e realização de Jean Dujardin, Michel Hazanavicius, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Alexandre Courtès, Eric Lartigau e Gilles Lellouche, "Descaradamente Infiéis" marca o regresso a um género de filme construído em "sketches", muito em voga no passado, em especial nas comédias italianas dos anos 1970.[cinecartaz.pt]
D. Francisco Manuel de Melo
Lisboa 23 de Novembro de 1608 – 24 de Agosto de 1666
[um dos mais importantes poetas do barroco peninsular]
Saudades
Serei eu alguma hora tão ditoso,
Que os cabelos, que amor laços fazia,
Por prémio de o esperar, veja algum dia
Soltos ao brando vento buliçoso?
Verei os olhos, donde o sol formoso
As portas da manhã mais cedo abria,
Mas, em chegando a vê-los, se partia
Ou cego, ou lisonjeiro, ou temeroso?
Verei a limpa testa, a quem a Aurora
Graça sempre pediu? E os brancos dentes,
por quem trocara as pérolas que chora?
Mas que espero de ver dias contentes,
Se para se pagar de gosto uma hora,
Não bastam mil idades diferentes?
Francisco Manuel de Melo