"acho que Emerson escreveu algures que uma biblioteca é uma espécie de caverna mágica cheia de mortos. e esses mortos podem renascer, podem voltar à vida quando abrimos as suas páginas." [BORGES, Jorge Luis in Este ofício de poeta]
Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2012
Autor da semana: Clarice Lispector

 

Clarice Lispector, nascida Haia Pinkhasovna Lispector (Tchetchelnik, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira.

De origem judaica, Clarice foi a terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Nasceu na cidade de Tchetchelnik enquanto seus pais percorriam várias aldeias da Ucrânia por conta da perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Chegou ao Brasil quando tinha dois meses de idade, e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice afirmava não ter nenhuma ligação com a Ucrânia - "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil. [ler mais]

 

 

 

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Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2012
Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje, os filmes: “The Paperboy - Um Rapaz do Sul” de Lee Daniels com Matthew McConaugheyNicole KidmanJohn Cusack; “Entre Irmãs” de Lynn Shelton com Mark Duplass, Rosemarie DeWitt e Emily Blunt; “Jack Reacher” de Christopher McQuarrie com Tom CruiseRichard Jenkins e Rosamund Pike; “O Meu Pior Pesadelo” de Anne Fontaine com Isabelle Huppert, Benoît Poelvoorde e André Dussollier; “Zambézia” de Wayne Thornley com as vozes de Leonard Nimoy, Abigail BreslinJeff Goldblum e Samuel L. Jackson;

“Também a Chuva” de  Icíar Bollaín com Gael García BernalLuis Tosar e Karra Elejalde; “Paraíso a Oeste” de Costa-Gavras com Riccardo Scamarcio, Odysseas Papaspiliopoulos e Léa Wiazemsky.

 

“The Paperboy - Um Rapaz do Sul”


Sinopse:

1969, Florida. Ward Jansen (Matthew McConaughey) é um jornalista do Miami Times que está de volta à sua cidade natal acompanhado pelo colega Yardley Acheman (David Oyelowo). A razão deste regresso é Charlotte Bless (Nicole Kidman), uma estranha e sensual mulher que os consegue convencer da inocência do seu noivo Hillary Van Wetter (John Cusack), um rude caçador de crocodilos, condenado à morte por homicídio. Persuadidos pela ideia de que têm ali a história que mudará as suas vidas, atravessam a região na companhia de Jack (Zac Efron), o irmão mais novo de Ward. Porém, fascinado pela perturbada Charlotte, Jack acaba por se envolver numa história que se vem a revelar cheia de traições e onde ninguém é o que aparenta.
Realizado por Lee Daniels ("Na Sombra do Assassino", "Precious"), um filme baseado na novela de Pete Dexter, que tem por base uma história verídica acontecida nos EUA, no final dos anos 60. O filme esteve em competição pela Palma de Ouro na edição de 2012 do Festival de Cannes. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Entre Irmãs”


Sinopse:

Apesar de ter passado um ano desde a morte do irmão, Jack (Mark Duplass) não consegue ultrapassar a perda. Decidida a ajudá-lo, Íris (Emily Blunt), a sua melhor amiga, propõe-lhe um retiro de uma semana na casa de campo do seu pai. Lá chegado, Jack é surpreendido pela presença de Hannah (Rosemarie DeWitt), irmã de Íris, que ali está por um motivo semelhante: depois de terminar uma relação de sete anos, sente-se completamente sem pé e incapaz de se recompor. Depois de uma noite regada a álcool, em que ambos conseguem desabafam, acabam na cama. Na manhã seguinte, ambos sentem-se em paz. Até Íris aparecer sem pré-aviso. Entre os três inicia-se então uma série de mal-entendidos que culminará em revelações absolutamente inesperadas...
Uma comédia dramática realizada por Lynn Shelton.[cinecartaz.publico.pt]

 

“Jack Reacher”


Sinopse:

Tom Cruise é Jack Reacher, um ex-investigador da Polícia Militar Americana onde, durante 13 anos, liderou a Unidade de Investigações Especiais. A sua mente brilhante e o seu sentido de justiça peculiar transformaram-no num apátrida. Hoje, ele é um homem sem nada a perder e a viver à margem do resto mundo. Quando James Barr é tido como culpado pela morte de cinco pessoas, Reacher é chamado a investigar o caso. Para ele, Barr é a vitima inocente de alguém que o quer incriminar. Assim, começa uma corrida contra o tempo para descobrir a verdade que o levará ao encontro de um poderoso inimigo.
Um filme com realização e argumento de Christopher McQuarrie (argumentista de "Os Suspeitos do Costume", "A Lei das Armas", "Valquíria" ou "O Turista"), a partir da conhecida personagem criada por Jim Grant (sob o pseudónimo Lee Child) e que deu origem a uma vasta literatura policial. Para além de Tom Cruise, o filme conta ainda com as participações dos actores Richard Jenkins, Robert Duvall, Rosamund Pike, David Oyelowo e ainda de um "cameo" com o realizador Werner Herzog.  [cinecartaz.publico.pt]

 

“O Meu Pior Pesadelo”


Sinopse:

Agathe Novic (Isabelle Huppert) é uma mulher sofisticada que vive com o marido e o filho num apartamento luxuoso mesmo em frente aos Jardins do Luxemburgo, em Paris. Patrick Demeuleu (Benoît Poelvoorde) vive com o filho numa carrinha a cair aos bocados. Ela é directora de uma prestigiada fundação de arte. Ele vive de biscates e benefícios sociais. Os seus destinos ficam traçados quando os seus filhos se conhecem e se tornam os melhores amigos. Desta forma, Agathe e Patrick, apesar de serem a própria representação dos antagonismos e se detestarem mutuamente, acabam por provar a principal regra da atracção, caindo nos braços um do outro...
Uma comédia escrita e realizada por Anne Fontaine ("Entre As Suas Mãos", "Coco Avant Chanel", "O Preço da Traição "). [cinecartaz.publico.pt]

 

“Zambézia”


Sinopse:

Frustrado com os excessos de zelo de um pai ultracontrolador, um jovem e destemido falcão decide partir em direcção à Zambézia, Moçambique, onde pretende viver a sua vida e correr os seus próprios riscos. Porém, depois de conhecer uma série de personagens diferentes de si, depressa descobre que viver em comunidade pode ser ainda mais complicado do que sobreviver aos perigos da selva. E é só quando a cidade está sob uma ameaça real que ele vai entender que a vida, seja nos melhores ou piores momentos, só vale a pena quando partilhada com os seres que amamos...
Um filme de animação para toda a família, escrito e realizado pelo sul-africano Wayne Thornley. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Também a Chuva”


Sinopse:

Sebastian (Gael García Bernal) é um jovem realizador mexicano que chega à Bolívia decidido a fazer o filme da sua vida. Ele quer mostrar as atrocidades infligidas sobre a população aquando a chegada de Cristóvão Colombo à América. Com um orçamento limitado, Costa (Luis Tosar), o produtor do filme, regozija-se por poder empregar actores e figurantes locais que, para além disso, podem recriar o realismo necessário à história. Porém, assim que as filmagens se iniciam são logo interrompidas pela revolta liderada por um dos actores contra a privatização da água. Subitamente, toda a equipa acaba empurrada para uma situação de crise que não poderia prever. Agora, divididos entre abraçar a causa da população ou continuar a produção do filme, a equipa compreende que já não há retorno e que as suas vidas foram inevitavelmente transformadas por aquelas pessoas...
Quinta longa-metragem da espanhola Icíar Bollaín ("Flores de Otro Mundo", "Dou-te os Meus Olhos"), a partir do argumento escrito por Paul Laverty, um filme dramático que tenta retratar a revolução conhecida pelo nome Guerra da Água que, em Abril de 2000, ocorreu na zona de Cochabamba, Bolívia. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Paraíso a Oeste”


Sinopse:

Mar Mediterrâneo. Um barco de imigrantes é interceptado pela polícia costeira a poucos quilómetros da costa. Elias (Riccardo Scamarcio), decidido a chegar a Paris a qualquer custo, atira-se ao mar e foge. Na manhã seguinte, desperta numa praia de nudistas de um hotel de luxo. Misturando-se entre turistas e funcionários tenta, a todo o custo, escapar às autoridades. Porém, com um francês rudimentar e sem ter qualquer ideia de como chegar ao seu destino, Elias vai iniciar uma viagem difícil. Mas, pelo caminho, também conhecerá pessoas muito especiais, cuja ajuda será preciosa para o levar ao lugar onde decidiu recomeçar a vida.
Com argumento e realização do aclamado realizador grego Costa-Gavras ("Missing - Desaparecido", "Amen", "Golpe a Golpe"), um drama sobre a realidade dos imigrantes ilegais na União Europeia. [cinecartaz.publico.pt]



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Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2012
Músico da semana - Aurea

Com apenas 24 anos de idade, Aurea é já um dos grandes nomes da música portuguesa, tendo sido considerada a voz revelação nacional de 2010.

O seu primeiro álbum, homónimo, atingiu em poucos meses o 1º lugar do Top Nacional de vendas, conseguindo a marca de dupla platina. O registo “Aurea ao Vivo no Coliseu dos Recreios”, gravado no dia 18 de Novembro 2011, é lançado um mês depois, conquistando o galardão de Ouro no dia de lançamento. [ler mais...]

 

 

Aurea ganhou pela segunda vez consecutiva o MTV EMA para Best Portuguese Act, tornando-se na primeira artista a levar para casa o galardão em dois anos seguidos. [ler mais...]

 

 

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Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2012
Estreias – cinema

Estreiam, hoje, os filmes: “Vertigo – a mulher que viveu duas vezes” de Alfred Hitchcock com Barbara Bel Geddes, James Stewart, Kim Novak, “Pela estrada fora” de Walter Salles com Garrett Hedlund, Sam Riley, Kristen Stewart,  “Hotel Transilvânia” de Genndy Tartakovsky com Adam Sandler (Voz), Kevin James (Voz), Andy Samberg (Voz), Selena Gomez (Voz), Steve Buscemi (Voz), “A vida de pi” de Ang Lee com Suraj Sharma, Irrfan Khan, Adil Hussain, Gérard Depardieu, “Holy motors” de Léos Carax com Denis Lavant, Edith Scob, Eva Mendes, Kylie Minogue, Michel Piccoli, Leos Carax.

 

“Vertigo – a mulher que viveu duas vezes”

Sinopse:

James Stewart é John Ferguson, um ex-polícia que sofre de vertigens. Contratado por um velho amigo para seguir a sua mulher Madeline (Kim Novak), Ferguson acaba por desenvolver uma paixão obsessiva por ela. "A Mulher que Viveu Duas Vezes", uma das obras-primas de Hitchcock, é um filme para ver e rever e voltar a ver. O cineasta nunca tinha sido - nem nunca mais viria a ser - tão desesperadamente romântico. É quase uma celebração funesta, perversamente necrófila, que avança em estado febril até à eclosão da tragédia. E quem poderia imaginar que o afável James Stewart se tornasse numa presença tão perturbadora? Recentemente eleito o melhor filme de todos os tempos pela Sight and Sound, é agora reposto em cópia digital pela distribuidora Midas Filmes. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Pela estrada fora”

Sinopse:

Nova Iorque, 1974. Sal Paradise é um escritor cheio de sonhos. A sua existência, até aí tranquila, é abalada e totalmente redefinida pela chegada de Dean Moriarty, um sedutor de espírito livre cuja ânsia de vida é uma inspiração para todos os que com ele se cruzam. É então que os dois decidem partir na companhia de Marylou, a jovem mulher de Dean, numa longa viagem pelas estradas do Texas e México, numa busca de liberdade e de si mesmos.
Estreado em Cannes em Maio de 2012, um "road-movie" realizado pelo brasileiro Walter Salles ("Central do Brasil", "Abril Despedaçado", "Diários de Che Guevara", "Linha de Passe"), que se inspirou na obra autobiográfica de Jack Kerouac, publicada em 1957. A obra, escrita em três semanas num rolo de papel de telex, foi rapidamente transformada num livro de culto, capaz de descrever um estilo de vida e de pensamento de uma geração que viria a nascer pouco mais tarde, conhecida pela geração beat. Nesta versão cinematográfica poderemos encontrar os actores Sam Riley, Garrett Hedlund, Kristen Stewart, Amy Adams, Tom Sturridge, Danny Morgan, Alice Braga, Elisabeth Moss, Kirsten Dunst e Viggo Mortensen. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Hotel Transilvânia”

Sinopse:

Durante séculos, os monstros viveram nas sombras, alimentando o medo nos corações humanos. Hoje existe apenas um lugar onde podem finalmente descansar e viver pacificamente: o Hotel Transylvania. Criado por Drácula, é o lugar perfeito para se afastarem das vicissitudes da Humanidade. Lá, tudo é tranquilo e adequado às suas necessidades. Até ao dia em que Jonathan, um jovem humano de 21 anos, aparece acidentalmente no hotel, causando o pânico entre os hóspedes horrorizados. Quando parecia que nada poderia piorar, Drácula percebe que Mavis, a sua adorada filha de 118 anos, parece ter um fraquinho pelo recém-chegado. É então que todos se juntam para tentar evitar o inevitável: que eles se apaixonem irremediavelmente.
Produzido pela Sony Pictures Animation, um filme de animação em 3D realizado por Genndy Tartakovsky e que conta com as vozes de Adam Sandler, Selena Gomez, Kevin James, Andy Samberg e Steve Buscemi. [cinecartaz.publico.pt]

 

“A vida de pi”

Sinopse:

Durante toda a sua existência, o jovem Pi (Gautam Belur/Suraj Sharma/Ayush Tandon/Irrfan Khan nas várias idades) viveu na Índia, num jardim zoológico administrado pela família. Leitor voraz, alimenta a sua curiosidade com tudo o que se relacione com hinduísmo, budismo e cristianismo, assimilando e tendo a mesma fé nas três religiões. Até que a família decide mudar-se com os animais para o Canadá e o navio em que viajam naufraga. Pi inicia então a maior aventura da sua vida, dando por si à deriva num pequeno bote salva-vidas com uma hiena, uma zebra de perna partida, um orangotango e um tigre-de-bengala. Apenas Pi e o tigre sobrevivem à primeira semana. Depois, partilham o mesmo bote durante 227 longos dias no mar...
Baseado no romance de Yann Martel, vencedor de um Booker Prize e publicado em mais de 40 países, "A Vida de Pi" passa agora para o grande ecrã pelas mãos do conceituado realizador Ang Lee ("O Tigre e o Dragão", "O Segredo de Brokeback Mountain", "Taking Woodstock"), com argumento de David Magee. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Holy motors”

Sinopse:

O sr. Oscar (Denis Lavant) é um viajante e passa a sua existência entre várias vidas. Ele é um assassino, uma criatura monstruosa, um mendigo ou um pai de família. Parece desempenhar papéis, mergulhando inteiramente em cada um deles. Está só, apenas acompanhado pela mulher loira que comanda a grande máquina que o transporta entre vidas e lugares. Sabemos que anda em busca da beleza do gesto e dos fantasmas da sua vida. Mas, afinal, quem é ele e onde pertence?
Com argumento e realização do francês Leos Carax, "Holy Moters" marca o regresso do realizador 13 anos depois de "Pola X". O filme esteve em competição na 65.ª edição do Festival de Cannes onde foi recebido com estranheza, mas também entusiasmo. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2012
Na mesa dos poetas

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo

(Lisboa, 28 de Março de 1810 — Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 13 de Setembro de 1877)

 

 

A TEMPESTADE

 

Sibila o vento: os torreões de nuvens
Pesam nos densos ares:
Ruge ao largo a procela, e encurva as ondas
Pela extensão dos mares:
A imensa vaga ao longe vem correndo
Em seu terror envolta;
E, dentre as sombras, rápidas centelhas
A tempestade solta.
Do sol no ocaso um raio derradeiro,
Que, apenas fulge, morre,
Escapa à nuvem, que, apressada e espessa,
Para apagá-lo corre.
Tal nos afaga em sonhos a esperança,
Ao despontar do dia,
Mas, no acordar, lá vem a consciência
Dizer que ela mentia!

As ondas negro-azuis se conglobaram;
Serras tornadas são,
Contra as quais outras serras, que se arqueiam,
Bater, partir-se vão.
Ó tempestade! Eu te saúdo, ó nume
Da natureza açoite!
Tu guias os bulcões, do mar princesa,
E é teu vestido a noite!
Quando pelos pinhais, entre o granizo,
Ao sussurrar das ramas,
Vibrando sustos, pavorosa ruges
E assolação derramas,
Quem porfiar contigo, então, ousara
De glória e poderio;
Tu que fazes gemer pendido o cedro,
Turbar-se o claro rio?

 

Quem me dera ser tu, por balouçar-me
Das nuvens nos castelos,
E ver dos ferros meus, enfim, quebrados
Os rebatidos elos.
Eu rodeara, então o globo inteiro;
Eu sublevara as águas;
Eu dos vulcões com raios acendera
Amortecidas fráguas;
Do robusto carvalho e sobro antigo
Acurvaria as frontes;
Com furacões, os areais da Líbia
Converteria em montes;
Pelo fulgor da Lua, lá do norte
No pólo me assentara,
E vira prolongar-se o gelo eterno,
Que o tempo amontoara.
Ali, eu solitário, eu rei da morte,
Erguera meu clamor,
E dissera: «Sou livre, e tenho império;
Aqui, sou eu senhor!»

Quem se pudera erguer, como estas vagas,
Em turbilhões incertos,
E correr, e correr, troando ao longe,
Nos líquidos desertos!
Mas entre membros de lodoso barro
A mente presa está!...
Ergue-se em vão aos céus: precipitada,
Rápido, em baixo dá.

Ó morte, amiga morte! é sobre as vagas,
Entre escarcéus erguidos,
Que eu te invoco, pedindo-te feneçam
Meus dias aborridos:
Quebra duras prisões, que a natureza
Lançou a esta alma ardente;
Que ela possa voar, por entre os orbes,
Aos pés do Omnipotente.
Sobre a nau, que me estreita, a prenhe nuvem
Desça, e estourando a esmague,
E a grossa proa, dos tufões ludíbrio,
Solta, sem rumo vague!

 

Porém, não!... Dormir deixa os que me cercam
O sono do existir;
Deixa-os, vãos sonhadores de esperanças
Nas trevas do porvir.
Doce mãe do repouso, extremo abrigo
De um coração opresso,
Que ao ligeiro prazer, à dor cansada
Negas no seio acesso,
Não despertes, oh não! os que abominam
Teu amoroso aspeito;
Febricitantes, que se abraçam, loucos,
Com seu dorido leito!
Tu, que ao mísero ris com rir tão meigo,
Caluniada morte;
Tu, que entre os braços teus lhe dás asilo
Contra o furor da sorte;
Tu, que esperas às portas dos senhores,
Do servo ao limiar,
E eterna corres, peregrina, a terra
E as solidões do mar,
Deixa, deixa sonhar ventura os homens;
Já filhos teus nasceram:
Um dia acordarão desses delírios,
Que tão gratos lhes eram.
E eu que velo na vida, e já não sonho
Nem glória nem ventura;
Eu, que esgotei tão cedo, até às fezes,
O cálix da amargura:
Eu, vagabundo e pobre, e aos pés calcado
De quanto há vil no mundo,
Santas inspirações morrer sentindo
Do coração no fundo,
Sem achar no desterro uma harmonia
De alma, que a minha entenda,
Porque seguir, curvado ante a desgraça,
Esta espinhosa senda?
Torvo o oceano vai! Qual dobre, soa
Fragor da tempestade,
Salmo de mortos, que retumba ao longe,
Grito da eternidade!...

 

Pensamento infernal! Fugir covarde
Ante o destino iroso?
Lançar-me, envolto em maldições celestes,
No abismo tormentoso?
Nunca! Deus pôs-se aqui para apurar-me
Nas lágrimas da terra;
Guardarei minha estância atribulada,
Com meu desejo em guerra.
O fiel guardador terá seu prémio,
O seu repouso, enfim,
E atalaiar o sol de um dia extremo
Virá outro após mim.
Herdarei o morrer! Como é suave
Bênção de pai querido.
Será o despertar, ver meu cadáver,
Ver o grilhão partido.

Um consolo, entretanto, resta ainda
Ao pobre velador:
Deus lhe deixou, nas trevas da existência,
Doce amizade e amor.
Tudo o mais é sepulcro branqueado
Por embusteira mão;
Tudo o mais vãos prazeres que só trazem
Remorso ao coração.
Passarei minha noite a luz tão meiga,
Até o amanhecer;
Até que suba à pátria do repouso,
Onde não há morrer.

 

Alexandre Herculano


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Terça-feira, 18 de Dezembro de 2012
Sugestão de leituras

 

Título: A magia do Natal

Autor: Tony Wolf

Editora: Booksmile

Sinopse:

Era uma vez um coelhinho que vivia no bosque, um livro mágico cheio de histórias e um fantástico reino feito de sonhos que só se tornam realidade no Natal…

 

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Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2012
Músico da semana: Maria João Pires e Carlos do Carmo



Maria João Pires

 

Natural de Lisboa (1944), Maria João Pires desenvolve desde cedo o seu talento, fazendo a sua primeira apresentação pública no Porto, em 1951, interpretando concertos de Mozart. Em 1952 recebe a mais elevada distinção portuguesa para jovens músicos e, até ao final da década de 1950 frequenta o Conservatório de Lisboa com o Professor Campos Coelho, atendendo a cursos de composição, História e Teoria da música. Mais tarde estuda na Munich Music Academy com Rosl Scmid e em Hanover com Karl Engel. [ler mais]

 

Carlos do Carmo

 

Carlos do Carmo nasceu em Lisboa. Filho de Lucília do Carmo (uma das maiores fadistas do século XX) e de Alfredo de Almeida, livreiro e posteriormente empresário na indústria hoteleira. Pode dizer-se que Carlos do Carmo foi criado no meio de uma atmosfera artística. A casa de seus pais, na parte velha da cidade, Bairro Alto, era um lugar de reuniões de intelectuais e de artistas, algumas das figuras proeminentes da Lisboa de então. Carlos do Carmo iniciou em 1963 uma das carreiras mais sólidas no panorama artístico português, para a qual contribuiu a sua coragem de assumir o Fado no masculino e também o facto de trazer para o Fado novos elementos: contrabaixo e formação com orquestra, entre outros e ainda novos talentosos compositores, bem como a poesia e a prosa de grandes poetas e escritores contemporâneos portugueses. Por tudo isto, são inúmeros os prémios e honrarias recebidos até hoje. [ler mais]

 

 

 

Carlos do Carmo lança disco com Maria João Pires [BREVEMENTE, NA BIBLIOTECA MUNICIPAL]



Álbum conta com poemas de José Saramago e Júlio Pomar, e é dedicado a Bernardo Sassetti.

Há muito tempo que o caminho de Carlos do Carmo não se confina ao fado tradicional. O convite de Maria João Pires deu azo a mais uma reinvenção - um diálogo a dois.
«Em plena gravação, duas ou três vezes, eu era suposto estar a cantar e parei. E ela continuou a tocar e perguntou por que é que eu parei. E eu disse: "Maria João, porque a estava a ouvir"», recordou Carlos do Carmo à TVI.
Um disco que é dos poetas - está lá José Saramago ou o amigo Júlio Pomar. Um disco que tem memória, a de Bernardo Sassetti, que recebe a dedicatória.
«Ao fim da primeira sessão eu disse: "Achava tão bonito que nós dedicássemos este disco ao Bernardo". E ela olhou para mim e disse: "Mas naturalmente que sim"», revelou o cantor.
«Eu tinha muito amor ao Bernardo. O conjunto das qualidades dele levavam-me a amá-lo como ser humano.»
Três sessões de estúdio gravaram 23 minutos de um fado que apela à calma e ao silêncio para ouvir a força da palavra que é trabalhada no papel.
«Isto trabalha-se, trabalha-se, trabalha-se... Até que chega o momento de cantar e depois já se improvisa. Já chego ao estúdio e não tenho aquela preocupação, já tenho na minha cabeça os pontos nevrálgicos», explicou Carlos do Carmo à TVI.
A palavra e o fado, juntos, em Carlos do Carmo. Mais uma obra que o conduz até à próxima: os 50 anos de carreira. [tvi.iol.pt]

 

 

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal de Maria João Pires.

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal de Carlos do Carmo. 



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Prémio Leya 2012 para Nuno Camarneiro

À quarta edição o Prémio Leya (100 mil euros) vai pela segunda vez para um autor português: Nuno Camarneiro, de 35 anos, vence com Debaixo de Algum Céu.

Camarneiro tinha já uma obra publicada com a Leya, intitulada No Meu Peito Não Cabem Pássaros. A obra vencedora deverá ser publicada em Março e foi escolhida “por unanimidade” por um júri presidido por Manuel Alegre. Na conferência da manhã desta segunda-feira estiveram também Isaías Gomes Teixeira, presidente executivo da Leya, e João Amaral, director-coordenador das Edições Gerais da Leya. 

O prémio, no valor de 100 mil euros, é dado pelo grupo editorial Leya, um dos maiores grupos editoriais portugueses que reúne mais de uma dezenas de editoras e chancelas de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil. O objectivo do prémio é distinguir um romance inédito escrito em português

O último prémio foi atribuído à primeira obra de João Ricardo Pedro, autor do romance O Teu Rosto Será o Último, um engenheiro electrónico, de 38 anos, que estava desempregado. O prémio, de 100 mil euros e que é o maior em valor pecuniário no domínio da literatura de expressão portuguesa, foi criado em 2008 e nas duas primeiras edições foi conquistado pelo brasileiro Murilo Carvalho e pelo moçambicano João Paulo Borges Coelho. 

Enquanto analisa os inéditos, o júri não sabe por quem foram escritos, se são homens ou mulheres, se são iniciados ou consagrados. Só depois de a obra estar escolhida é que se abrem os envelopes com a identidade de quem concorreu. O júri do Prémio LeYa 2012, presidido por Manuel Alegre, é ainda constituído pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, crítica literária e professora da Universidade de São Paulo. [publico.pt]



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Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2012
Autor da Semana: Richard Zenith

Richard Zenith é natural de Washington DC, obteve a licenciatura em Letras (BA) na University of Virginia. Viveu na Colômbia, no Brasil e em França antes de se radicar em Lisboa, em 1987. Trabalha, em regime de freelancer, como escritor, tradutor, investigador e crítico. Fala e escreve Inglês, Português, Italiano, Francês e Espanhol. Conferencista sobre Fernando Pessoa, tradução literária e outros temas. Editor da secção portuguesa de www.poetryinternational.org entre 2003 e 2005, continua a colaborar para o sítio como tradutor. 
Colabora com a Assírio & Alvim desde 1998, ano em que publicou a sua edição do «Livro do Desassossego», de Bernardo Soares. De lá para cá tem sido o responsável pela edição de muitos livros de Fernando Pessoa nesta editora, sendo o mais recente «Teoria da Heteronímia», de 2012, em colaboração com Fernando Cabral Martins.[ler mais]

 

Richard Zenith vence Pessoa 2012

 

Escritor, tradutor e crítico literário, Richard Zenith é responsável pela tradução para inglês de autores como Camões, Sophia de Mello Breyner ou Antero de Quental. E, claro, de Fernando Pessoa.
Tem 56 anos, nasceu em Washington mas vive em Portugal (Carrapateira) há 25 anos, os últimos cinco já com dupla nacionalidade, e é um dos mais consagrados tradutores das obras de autores portugueses.

Richard Zenith, hoje distinguido com o Prémio Pessoa 2012, já tinha sido premiado anteriormente pelo Penn Club, pela Gulbenkian ou pela Academy of American Poets pelos seus trabalhos de tradução de autores como Luis de Camões, Sophia de Mello Breyner ou António Lobo Antunes. E, claro, de Fernando Pessoa um dos autores maiores da cultura portuguesa e de quem Zenith é um dos maiores divulgadores.

Este ano, Richard Zenith foi um dos curadores da exposição "Fernando Pessoa, Plural como o Universo", que decorreu entre fevereiro e maio na Fundação Calouste Gulbenkian. A mostra, que passou antes pelo Rio de Janeiro e São Paulo, foi um marco na divulgação da vida e obra do autor do "Livro do Desassosego". E um recorde absoluto de visitantes. [expresso.pt]

 


Paixão pelo conhecimento

Este ano, o júri do Prémio Pessoa decidiu distinguir Richard Zenith. Na ata que justifica a escolha, salienta-se o facto de o autor ter "posto o conhecimento acumulado ao longo de décadas ao serviço disciplinado e metódico de uma paixão". "Com lucidez, Richard Zenith é, não apenas um editor da obra pessoana, um explicador da heteronímia, mas também o grande tradutor da sua poética para a língua inglesa", acrescenta.

A atribuição, pela primeira vez do Prémio Pessoa a um cidadão português nascido no estrangeiro foi explicado pelo júri. Francisco Pinto Balsemão sublinhou que "não catalogamos os portugueses em diferentes categorias. Richard Zenith é tão português como qualquer um de nós". Para o júri, Zenith "tornou-se cidadão de Portugal, por dedicação e louvor a uma obra, a de Fernando Pessoa, uma literatura, a nossa, e uma língua, a portuguesa".

Numa iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, o prémio tem o valor de 60 mil euros e visa destacar personalidades da Cultura, Artes ou Ciência cuja obra, num determinado ano, tenha obtido destaque no panorama nacional.

O júri foi, este ano, constituído por Francisco Pinto Balsemão (presidente) e Faria de Oliveira (vice-presidente). É ainda composto por Clara Ferreira Alves, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga, António Barreto, Rui Baião, Rui Vieira Nery, Diogo Lucena, João Lobo Antunes e José Luis Porfírio. Viriato Soromenho Marques integrou, pela primeira vez, o elenco de jurados. [expresso.pt]

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2012
Estreias - cinema

Estreiam, hoje, os filmes: “O Hobbit: uma viagem inesperada” de Peter Jackson com

Martin FreemanIan McKellenRichard ArmitageElijah WoodCate BlanchettAndy SerkisChristopher LeeHugo Weaving; “Sammy 2” de Ben Stassen com as vozes de Pat CarrollWesley JohnnyCinda AdamsCarlos McCullers.

 

 

“O Hobbit: uma viagem inesperada”

Sinopse:

Aqui se conta a grande aventura de 13 anões em busca do tesouro de Dale, guardado pelo terrível dragão Smaug, no coração da Montanha Solitária onde, em tempos, se situou o Reino de Erebor. Eles são relutantemente acompanhados por Bilbo Baggins, um pequeno hobbit apreciador do conforto e quietude, pouco dado a tudo o que possa pôr em causa a normalidade da sua vida. O seu encontro com Gollum e a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos são algumas das provas por que Bilbo passará e que o levarão a revelar uma coragem inesperada que vai mudar o destino da Terra Média.
Realizado por Peter Jackson (saga "O Senhor dos Anéis", "King Kong") é o primeiro de três filmes que adapta a notável façanha de Bilbo Baggins, narrada no livro O Hobbit, escrito por J. R. R. Tolkien e cuja acção se situa 60 anos antes da aventura de Frodo contada n' O Senhor dos Anéis.
O argumento foi co-escrito por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro e no elenco encontramos, entre outros, os actores Martin Freeman, Ian McKellen, Andy Serkis, Richard Armitage, Elijah Wood, Hugo Weaving, Cate Blanchett, Christopher Lee. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Sammy 2”

Sinopse:

A tarefa dos avós Sammy e Ray é encaminhar a mais recente ninhada de tartaruguinhas em segurança em direcção ao mar. Porém, num momento de distracção, os dois acabam apanhados por um caçador que os leva para um exuberante aquário submarino no Dubai. Lá chegados, eles vão conhecer outros peixes e a sua miserável existência em cativeiro. Determinadosa encontrar uma maneira de reencontrarem a liberdade, Sammy e Ray vão tentar um arriscado plano de fuga. Infelizmente, as coisas tornam-se mais complicadas do que poderiam imaginar e a liberdade parece inalcançável. Até que descobrem que Ricky e Ella, os seus dois netinhos, os seguiram até ao Dubai. Agora os pequenos vão tornar-se na única esperança de salvação de todos.
Um filme de animação realizado pelo belga Ben Stassen ("Os Mosconautas no Mundo da Lua") e que continua a aventura começada em 2010 no filme "As Aventuras de Sammy - A Passagem Secreta 3D". [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2012
Ravi Shankar: 1920 - 2012

 

 

 

 

O músico Ravi Shankar, que ajudou a divulgar a sitar no Ocidente e influenciou músicos como os Beatles e Philip Glass morreu nesta quarta-feira, no Sul da Califórnia. George Harrison chamava-lhe "o padrinho da World Music", por ter aproximado a música Oriental da Ocidental. Vencedor de três prémios Grammy nos EUA, onde vivia, o artista e pai da cantora Norah Jones padecia há vários anos de alguns problemas de saúde. O primeiro-ministro indiano diz que o país perdeu um "tesouro nacional". [...]

A última vez que subiu ao palco foi a 4 de Novembro, em Long Beach, Califórnia. Na véspera de se submeter à cirurgia foi nomeado para mais um prémio Grammy, atribuídos pela indústria da música nos EUA, pelo álbum mais recente, The Living Room Sessions, Part 1.

Homem de múltiplos talentos, Shankar popularizou as sonoridades indianas em trabalhos que envolveram muitos outros músicos de reconhecimento global., entre os quais o violinista Yehudi Menuhin. Foi ele quem inspirou George Harrison, dos Beatles, a aprender a tocar sitar, levando a banda inglesa a gravar Norwegian Wood (1965) e Within You, Without You (1967).

Subiu ao palco de Woodstock e Monterey, dois míticos festivais, no fim da década de 1960, e escreveu a banda sonora do filme Gandhi, nomeado para os Óscares em 1982. Produziu também teatro, assinou diversos livros e chegou a exercer funções na câmara alta do parlamento indiano, entre 1986 e 1992.

Tudo começou, porém, na dança. Natural de Varanasi, a cidade santa da Índia, Robindra Shankar, como foi baptizado, viveu na pobreza até aos cinco anos, altura em que se mudou para Paris com o irmão mais velho, que levou a família para França. Durante oito anos dançou na companhia fundada pelo irmão, e que se dedicava ao folclore e danças populares indianas.

Na década de 1930 mudou de rumo dentro das artes. Em 1936 começou a estudar sitar sob a direcção de Ustad Allauddin Khan, e pouco depois começou a fazer digressões pela Europa e Estados Unidos. Em 1966 conheceu George Harrison, de quem foi professor, um encontro que mudou a sua carreira e, pela visibilidade que alcançou, também a relação entre música Oriental e Ocidental. O crescente interesse do Ocidente pelas "músicas não Ocidentais" acabaria por originar a polémica designação "world music".

Em 1967 realizou o seu primeiro dueto com o violinista Yehudi Menuhin, com o qual viria a colaborar posteriormente por diversas vezes. Em 1969 acabou por viajar para os Estados Unidos, com a intenção de aprofundar o conhecimento da música Ocidental e, ao mesmo tempo, de popularizar a música hindu. Dois anos mais tarde, a pedido da London Symphony, compôs para um espectáculo que estreou no Royal Festival Hall. Em 1976 começou a colaborar com o guitarrista John McLaughlin, com quem fundou o grupo Shakti, e gravou o álbum Touch Me There, sob direcção de Frank Zappa.

Também se destacou como compositor, sendo autor de concertos para sitar e orquestra, além de música para dança e bandas-sonoras de filmes. Protagonizou um filme centrado na sua vida, Raga, e em 1978 publicou o livro autobiográfico My Life, My Music. [publico.pt]




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Na mesa dos poetas

A morte para os tristes é ventura

 

Quem se vê maltratado e combatido
Pelas cruéis angústias da indigência.
Quem sofre de inimigos a violência,
Quem geme de tiranos oprimido;

 

Quem não pode, ultrajado e perseguido,
Achar nos Céus ou nos mortais clemência,
Quem chora finalmente a dura ausência
De um bem que para sempre está perdido,

 

Folgará de viver, quando não passa
Nem um momento em paz, quando a amargura
O coração lhe arranca e despedaça?

 

Ah! Só deve agradar-lhe a sepultura,
Que a vida para os tristes é desgraça,
A morte para os tristes é ventura

 

Manuel Maria Barbosa du Bocage

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 11 de Dezembro de 2012
Sugestão de leituras

 

Título: Leonardo da Vinci

Autor: Guido Visconti

Ilustradora: Bimba Landmann

Editora: Livros Horizonte

Sinopse: Na vida de Leonardo da Vinci houve espaço para todas as artes, todas as pesquisas, descobertas e invenções. Houve até espaço para Giacomo, um rapazinho que o acompanha, neste livro, através dos principais episódios que caracterizam a vida deste génio.

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2012
Músico da semana: Diana Krall

 

 

Diana Jean Krall (Nanaimo, 16 de novembro de 1964) é uma popular cantora e pianista canadense de jazz.

Em 1993, Krall lançou seu primeiro álbum Stepping Out juntamente com John Clayton e Jeff Hamilton. Este álbum acabou chamando a atenção de Tommy Li Puma, que produziu seu segundo álbum Only Trust Your Heart (1995). Seu terceiro álbum All For You – Dedication to Nat King Cole Trio (1996) foi indicado para o Grammy e permaneceu na lista da Bilboard (revista norte-americana dedicada à música) durante 70 semanas. [ler mais]

 

 

"Glad Rag Doll” – novo disco de Diana Krall




 

Diana Krall recria clássicos norte-americanos dos anos 1920 e 1930 em "Glad Rag Doll", o novo disco que foi lançado a 1 de outubro.

"Um álbum de canções e de dança" é o modo como a artista descreve este novo trabalho produzido por T Bone Burnett, em que as suas vocalizações e piano são acompanhados pela guitarra de Marc Ribot.

O produtor e a pianista falam sobre o disco num vídeo em respondem às questões colocadas por Elvis Costello, o conhecido músico, marido de Diana Krall. [expresso.pt]

  

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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João Rui Guerra da Mata é o grande vencedor do Festival de Cinema Luso-Brasileiro



Realizador português ganhou prémio de melhor actor e melhor longa-metragem com A Última Vez que Vi Macau e ainda venceu categoria de curtas-metragens com O que Arde Cura.

João Rui Guerra da Mata sai da 16.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que terminou neste domingo à noite, com os três melhores prémios na mão. Venceu a categoria de melhor longa-metragem com o filme A Última Vez que Vi Macau, obra feita a quatro mãos com o realizador João Pedro Rodrigues; ganhou o prémio de melhor actor no mesmo filme e conquistou ainda o lugar mais apetecido na categoria de curtas-metragens com o seu trabalho O que Arde Cura, que recua ao incêndio de Agosto de 1988 no Chiado numa história que mistura um telefonema inesperado e chamas do passado. Em A Última Vez que Vi Macau, o cineasta regressou a Macau, onde recuperou memórias e registou cerca de 150 horas de filmagens.

A longa-metragem brasileira Boa Sorte meu Amor, de Daniel Aragão, que se assume como um anti-romance do impacto entre a música e o silêncio, num encontro entre um homem e uma mulher com origens semelhantes, venceu o prémio de melhor actriz pela interpretação de Christiana Ubach, no papel de uma despojada jovem estudante de música com alma de artista. O filme foi ainda o eleito do júri dos cineclubes.

O Prémio Revelação foi atribuído a Cama de Gato, dos realizadores portugueses Filipa Reis e João Miller Guerra, que acompanha a história de uma jovem mãe e de uma adolescente que não se quer perder. Sudoeste, o filme do brasileiro Eduardo Nunes, a história de uma Clarice que tenta perceber a sua vida através do destino dos outros, levou para casa dois prémios, o da crítica e o do público.

Na categoria de curtas-metragens, com a distinção mais importante a ficar em Portugal, entregue a João Rui Guerra da Mata, o Prémio Revelação foi para o filme Poeta Cego do brasileiro Gustavo Vinagre, uma espécie de documentário de um cego sado-masoquista que dificulta o trabalho de um realizador. A Mão que Afaga, da brasileira Gabriela Amaral Almeida, que segue os planos que uma operadora de telemarketing faz para a festa de aniversário do seu filho de nove anos, recebeu o prémio especial do júri. Júri que decidiu atribuir duas menções honrosas a Sofia Dinger pela sua interpretação em Lullaby de André Lage, produção portuguesa e brasileira; e à realizadora Maya Da-Rin pela curta-metragem Versão Francesa – que também conquistou o Prémio 2: Onda Curta.   

O Facínora do português Paulo Abreu, o filme que pode ser visto de duas perspectivas, como a história de um frade justiceiro ou como o filme perdido de Conrad Whilhelm Meyersick, ganhou o Prémio dos Cineclubes e o do público do festival. O Prémio da Crítica foi para Frineia, da brasileira Aline Portugal.

As seis longas-metragens em competição no Festival de Cinema Luso-Brasileiro foram avaliadas por um júri constituído pelos portugueses Tomás Baltazar, montador, e Joana Ferreira, produtora, e pelos brasileiros Joel Pizzini, o realizador em foco nesta edição, Sandro Fiorin, programador, e Mariah Teixeira, actriz. A avaliar as 28 curtas-metragens estiveram cinco realizadores: os portugueses Carlos Conceição, Renata Sancho e Aya Koretzky, e os brasileiros Leonardo Mouramateus e Marina Meliande. [publico.pt]




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Sexta-feira, 7 de Dezembro de 2012
Autor da semana: Papiniano Carlos


Papiniano Manuel Carlos de Vasconcelos Rodrigues (Lourenço Marques, 9 de Novembro de 1918 - Pedrouços, Maia, 5 de Dezembro de 2012) foi um escritor português nascido em Moçambique e radicado no Porto desde a infância.

Escreveu várias obras literárias, geralmente de cariz poético, como A Ave Sobre a Cidade ou Sonhar a Terra Livre e Insubmissa, e também diversos livros infanto-juvenis, como A Menina Gotinha de Água ou Luisinho e as Andorinhas. É um dos nomes de topo do movimento neo-realista. [ler mais]

 

Papiniano Carlos: 1918 - 2012

o autor de A Menina Gotinha de Água

 

O escritor Papiniano Carlos, um dos últimos representantes do neo-realismo português, morreu, no Porto, informou, em comunicado, a Direcção da Organização Regional do Norte do Partido Comunista Português.

O poeta, autor de Sonhar a Terra Livre e Insubmissa, que somava mais de 60 anos de militância comunista, contava 94 anos.

Papiniano Manuel Carlos Vasconcelos Rodrigues nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, Moçambique, a 9 de Novembro de 1918, fixando-se no Porto, aos 10 anos, onde estudou.

Publicou o primeiro livro de poesia em 1942, Esboço, quatro anos antes de Terra com Sede, a sua estreia na ficção, e de Estrada Nova, com capa de Júlio Pomar, obra que seria apreendida pela PIDE, a polícia política da ditadura.

A adesão do escritor ao PCP remonta ao final da década de 1940, no pós-guerra, actuando na clandestinidade com o nome "Garcia", numa alusão ao poeta andaluz Federico Garcia Lorca.

Na mesma altura, depois de ter frequentado a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, dedicou-se ao ensino, que teve de abandonar, por se ter recusado a subscrever a “declaração anticomunista”, imposta pelo regime aos funcionários.

Deu explicações e foi delegado de propaganda médica. O escritor português foi preso três vezes pela PIDE.

Com Egito Gonçalves, Luís Veiga Leitão, António Rebordão Navarro e Daniel Filipe, dirigiu Notícias de Bloqueio, série de “fascículos de poesia”, publicados no Porto entre 1957 e 1961, designação da revista retirada do título de um poema de Egito Gonçalves.

Colaborou nas revistas Seara Nova e Vértice e integrou os corpos dirigentes do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental do Porto.

A Menina Gotinha de Água, para a infância, que viria a marcar o ressurgimento do género, a par das obras de Matilde Rosa Araújo, foi editada na década de 1960 e constitui um dos seus maiores êxitos editoriais.

Entre outros livros, Papiniano Carlos escreveu Mãe Terra (1948), As Florestas e os Ventos, A Rosa Nocturna (1961), A Ave sobre a Cidade (1973),O Rio na Treva (1975).

Na literatura infantil assinou ainda O Grande Lagarto da Pedra Azul e A Viagem de Alexandra.

Em 1998, publicou A Memória com Passaporte: Um tal Perafita na ‘Casa del Campo’ - Relato de um prisioneiro na PIDE do Porto em 1937.

Papiniano Carlos está representado na Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa,Nueva Poesia Portuguesa e em La Poésie Ibérique de Combat, entre outras recolhas.

Luís Cília e Fernando Lopes-Graça compuseram canções sobre poemas do escritor.

 

 

 

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Quinta-feira, 6 de Dezembro de 2012
Estreias - cinema

Estreiam, hoje, os filmes: “O Chef” de Daniel Cohen com Jean Reno, Michaël Youn e Raphaëlle Agogué; “Anna Karenina” de Joe Wright com Keira KnightleyJude Law e Aaron Taylor-Johnson; “Amor” de Michael Haneke com Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert; “Amanhecer violento” de Dan Bradley com Chris Hemsworth, Isabel Lucas e Josh Hutcherson; “Sininho e o segredo das fadas” de Roberts Gannaway e Peggy Holmes com as vozes de Timothy Dalton, Lucy Hale e Megan Hilty

 

“O Chef”

Sinopse:

Desde a infância que a grande paixão de Jacky Bonnot (Michaël Youn) é a culinária. Ele adora cozinhar, testando sabores e todos lhe reconhecem o dom. Mas, apesar de todos os esforços para mostrar o seu talento, Jacky sente que é muitas vezes incompreendido e recorrentemente dispensado do seu lugar em todos os restaurantes onde tentou a sorte. Alexandre Lagarde (Jean Reno), pelo contrário, é um "chef" consagrado e premiado com três estrelas Michelin. Contudo, a crise de inspiração que se arrasta há vários meses vem pôr em causa a sua carreira e a sua cadeia de restaurantes. Certo dia, o destino de ambos cruza-se. Assim, juntando o talento de um às possibilidades do outro, os dois homens começam a ver a luz ao fundo do túnel. E, ao mesmo tempo, constroem uma amizade para a vida...
Uma comédia escrita e realizada pelo francês Daniel Cohen sobre os meandros da alta cozinha. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Anna Karenina”

Sinopse:

Rússia czarista, final do século XIX. Anna (Keira Knightley) é uma jovem mulher casada com Alexei Karenin, um destacado oficial de São Petersburgo, habituada a frequentar os mais altos círculos da sociedade. A sua existência é tranquila até ao momento em que conhece o irresistível conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson ), com quem cria uma ligação que mudará a maneira como ela se vê a si mesma e ao mundo. Porém, em São Petersburgo, depressa o caso amoroso entre Vronsky e Ana se torna conhecido e Karenin (Jude Law), seu marido, sofre as humilhações da opinião pública devido ao adultério da esposa. Assim, sentido a pressão de uma sociedade profundamente machista e moralista, entre um amor que não controla e o dever de esposa e mãe, Ana acaba por se abandonar a um avassalador sentimento de dor e culpa...
Terceira colaboração entre Keira Knightley e o realizador Joe Wright, depois dos premiados sucessos de "Orgulho e Preconceito" e "Expiação", a épica história de amor adaptada do clássico de Leo Tolstoy, publicado entre 1875 e 1877 no "The Russian Messenger", uma dos mais influentes revistas russas da época. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Amor”

Sinopse:

Georges e Anne são dois professores de música reformados que já passaram dos oitenta. Vivem comodamente num belo apartamento de Paris, têm uma vida cultural activa e sentem-se felizes e realizados. Até Anne ter um acidente cardiovascular. Saída do hospital, paralisada de um braço e impedida de voltar a tocar, torna-se totalmente dependente dos outros. Os dias vão passando até que todos se apercebem que a doença também lhe afectou o cérebro e que ela caminha para uma demência progressiva. E é assim que, a braços com uma situação sem retorno, eles vão ter de aprender a lidar com o medo e com a consciencialização do fim que, inexoravelmente, se aproxima.
Um filme dramático sobre o amor e a velhice, realizado pelo aclamado realizador austríaco Michael Haneke. O filme, aplaudido pelo público e pela crítica no Festival de Cannes de 2012, valeu a Haneke a segunda Palma de Ouro (depois d' "O Laço Branco" em 2009) e foi o vencedor da 25.ª edição dos Prémios do Cinema Europeu, conquistando as quatro categorias principais: melhores filme, realizador, actor (Jean-Louis Trintignant, depois de uma ausência de mais de uma década) e actriz (Emmanuelle Riva). [cinecartaz.publico.pt]

 

“Amanhecer violento”

 

Sinopse:

Jed Eckhert (Chris Hemsworth) é um oficial da Marinha que acaba de regressar à sua cidade natal, depois de alguns anos em missão. Tom (Brett Cullen), o pai, é um sargento da polícia local e Matt (Josh Peck), o seu irmão mais novo, um rapaz ressentido e com dificuldades em superar a morte da mãe. Certa manhã, os três acordam com a cidade a ser invadida pelo Exército norte-coreano, que vai destruindo tudo e tomando a população prisioneira. Conscientes da gravidade da situação em que se encontram, os dois rapazes fogem e escondem-se na floresta com alguns amigos. Porém, vendo o seu pai ser executado diante dos seus olhos, Jed chega à conclusão de que precisam de se preparar para a guerra. Assim, torna-se o líder dos Wolverine, um grupo de guerrilheiros que se treina bravamente para atingir um propósito muito preciso: lutar pelo seu país e salvar as suas famílias contra um exército determinado a eliminá-los.
Com realização de Dan Bradley, "remake" do filme com o mesmo nome, realizado em 1984. A versão dos anos oitenta, realizada por John Milius, tinha os soviéticos e os seus aliados cubanos e nicaraguenses a invadir os EUA. O sucesso do filme junto ao público ajudou a lançar no estrelado actores como Patrick Swayze, Charlie Sheen, Darren Dalton ou Jennifer Grey. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Sininho e o segredo das fadas”

 

Sinopse:

Além do Vale das Fadas, existe um reino onde predomina o frio, a neve e o gelo: é o chamado Bosque do Inverno. Embora seja proibido entrar, a curiosa e imprevisível Sininho (voz de Mae Whitman) decide aventurar-se por lá. Um prodígio ocorre quando ela passa a fronteira: as suas asas começam a brilhar com mil luzes coloridas. Decidida a encontrar as razões para o acontecido, acaba por conhecer a adorável Periwinkle (Lucy Hale), uma fada de gelo extraordinariamente parecida consigo. Porém, as duas pequenas fadas, agora amigas inseparáveis, ao quererem partilhar o mundo uma da outra, vão quebrar o equilíbrio das estações entre os dois reinos. E é assim que, ignorando o perigo, vão acabar por pôr em causa a segurança de todos os seres vivos. [cinecartaz.publico.pt]



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Oscar Niemeyer: 1907 - 2012



Nascido no Rio de Janeiro, a 15 de Dezembro de 1907, estava perto de celebrar os 105 anos. Niemeyer foi um dos grandes criadores da arquitectura do século XX, revolucionando o uso do betão.

O arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer morreu aos 104 anos, num hospital do Rio de Janeiro. Tinha sido internado no início do mês passado, pela terceira vez este ano. Desde então, o estado clínico tinha vindo a agravar-se, com problemas respiratórios e renais.

Para a presidente Dilma Rousseff, o Brasil perdeu “um dos seus génios”. “É dia de chorar a sua morte. É dia de saudar a sua vida”, disse num comunicado oficial. “Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitectura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva", continua o texto, acrescentando que "da sinuosidade da curva, Niemeyer desenhou casas, palácios e cidades".

Niemeyer, com a sua arquitectura livre, permitiu que o betão armado criasse pela primeira vez formas verdadeiramente plásticas, gerando uma nova espacialidade para um novo Brasil. O arquitecto foi o principal artífice de Brasília, cuja a construção começou em 1957.

No Hospital Samaritano, onde morreu, ainda trabalhou, contou o seu médico Fernando Gjorup. Só perdeu a consciência na manhã de quarta-feira. O prefeito de Rio, Eduardo Paes, declarou que no hospital todos estavam tristes com a morte “dessa grande figura” e que Niemeyer nos “ensinou como era amar a vida nestes 104 anos". “Foi uma pessoa que acreditou até o fim nos seus ideais.”

Nascido no Rio de Janeiro, a 15 de Dezembro de 1907, estava perto de celebrar os 105 anos. Oriundo de uma família carioca, conservadora e católica com ascendência germânica, que acompanhou a corte portuguesa, em 1807, na sua mudança para o Rio de Janeiro, Niemeyer viveu uma juventude despreocupada e protegida. Foi estudar arquitectura só tardiamente. No terceiro ano do curso, já casado com Annita Balbo, ofereceu-se para trabalhar gratuitamente no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão.

Com Lúcio Costa, cinco anos mais velho, inicia-se na leitura das ideias de Le Corbusier, com quem teria a possibilidade de colaborar logo em 1936, no projecto para o Ministério da Educação e Saúde, no Rio. O edifício seria o resultado de uma equipa montada por Costa, tendo Le Corbusier como consultor.

Niemeyer teria grande responsabilidade no desenho final, influenciando a posição do bloco principal no quarteirão, ou determinando a direcção horizontal dos “quebra-sóis”. Em 1939, também em uma parceria com Costa, projectou o pavilhão do Brasil para a Feira Internacional de Nova Iorque, abeirando-se já de uma espacialidade gestual, concretizada no desenho da rampa e na permeabilidade do volume, características que assinalariam a sua primeira grande ruptura com o racionalismo internacional.

O melhor, portanto, insinuava-se: “Minha arquitectura começou depois na Pampulha”. Estava-se em plena Segunda Guerra Mundial na Europa e, a serviço de Juscelino Kubitschek, futuro presidente do Brasil, construiria quatro obras-primas à beira da lagoa da Pampulha, bairro residencial sofisticado na periferia da capital mineira de Belo Horizonte. Aqui estreava-se na exploração das capacidades plásticas que a nova técnica do betão armado possibilitava, dotando os seus edifícios de uma forte conotação formal.

Várias personalidades vieram a público prestar a sua homenagem. O cantor Chico Buarque, que conheceu Niemeyer ainda criança, porque o pai teve uma casa projectada pelo arquitecto nunca construída, disse que o arquitecto teve uma vida muito bonita. “Foi um dos maiores artistas do seu tempo e um homem maior que a sua arte", afirmou o cantor, citado pela TV Globo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, sublinhou que “é um orgulho trabalhar na obra preferida de Niemeyer em Brasília, como ele afirmara diversas vezes. Solução simples e monumental para o edifício projectado para os grandes debates nacionais, o que, de facto, acontece”, cita o Estado de São Paulo na sua edição online.

O ex-presidente da República e actual presidente do Senado José Sarney lembrou que teve o privilégio de conviver com Niemeyer e que, enquanto presidente do Brasil, pediu ao arquitecto para fazer várias obras. “Se a arte brasileira tem reconhecimento internacional, deve-se à extraordinária presença que Oscar Niemeyer deixa no mundo inteiro, com o seu génio e a sua capacidade de invenção e de reinvenção a qualquer tempo." [publico.pt]

 

 

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Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2012
Na mesa dos poetas

Manuel Maria Barbosa du Bocage

(1765-1805)

 

À Restauração de Portugal em 1640

Cesarões, Viriatos, Apimanos,
Vós que, brandindo vingadora espada,
Tentastes sacudir da Pátria amada
O vil, o férreo jugo dos Romanos.

Surgi, vede-a no sangue de tiranos
Inda piores outra vez banhada,
E a nossa liberdade edificada
No estrago dos intrusos Castelhanos.

Aos senhores do mundo armipontentes
Arrancastes, em bélica porfia,
Parte do loiro que lhe honrava as frentes;

Porém com milagrosa valentia
Os vossos memoráveis descendentes
Fizeram mais livraram-se num dia!

 

Manuel Maria Barbosa du Bocage



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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2012
Sugestão de leituras



Título: Um rapaz chamado Giotto

Autor: Paolo Guarnieri

Ilustradora: Bimba Landmann

Editora: Livros Horizonte

Sinopse: «Giotto nasceu há mais de 700 anos, perto de Florença. Da sua infância só se sabe que era um pastorinho e, da primeira juventude, que foi discípulo do Cimabue. Tudo o resto é lenda, como esta história». Fala da vida de um pintor, dos seus medos, do seu gosto pela pintura e como conseguiu tornar-se um pintor famoso.

 

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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012
Músico da semana: Michael Jackson



Michael Joseph Jackson  (Gary, 29 de agosto de 1958 — Los Angeles, 25 de junho de 2009) foi um cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário,arranjador vocal e filantrópico norte-americano.

Começou a cantar e a dançar aos cinco anos de idade, iniciando-se na carreira profissional aos onze anos como vocalista dos Jackson 5; começou logo depois uma carreira solo em 1971, permanecendo como membro do grupo. Reconhecido nos anos seguintes como Rei do Pop (King Of Pop), cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) eHIStory (1995). Lançou-se em carreira solo no início da década de 1970.

Em idade adulta, gravou o álbum mais vendido e popular da história, Thriller. Jackson é frequentemente citado como "O maior ícone negro de todos os tempos"… [ler mais]

 

 

'Thriller' de Michael Jackson foi editado há 30 anos

 

O álbum que fez história e elevou definitivamente Michael Jackson ao estatuto de popularidade global foi lançado a 30 de novembro de 1982. Trinta anos depois é um marco maior na história da música.

Há muitos anos que Michel Jackson era uma voz sobejamente (re)conhecia. Não só pelo trabalho nos Jackson 5 em inícios dos anos 70 como por uma carreira a solo também encetada nesses dias em que foi uma das grandes vozes de uma nova geração de figuras reveladas pela editora Motwon (que nos anos 60 tinha já sido a mais importante fonte de divulgação de música negra para um público branco). Mas em 1979, sob a produção de Quincy Jones, o álbum Off The Wall, que assimilava ideias entre o disco sound e a pop para propor novas formas de encarar as heranças dorhythm"n"blues, lançava novas ideias. Ideias que ganhariam forma maior (e definitiva) em Thriller, disco que Michael Jackson editou a 30 de novembro de 1982. Faz hoje 30 anos.

Reduzi-lo à ideia de "álbum mais vendido da história" é reparar apenas nos números feitos por um disco que, na verdade, foi muito longe tanto no plano artístico como no espaço social no qual agiu de forma marcante, contribuindo para um progressivo esbatimento entre lógicas de separação pela cor da pele que eram ainda bem visíveis em inícios da década de 80, sobretudo nos espaços de decisão e poder. Ao "coroar-se" rei da pop (é certo que foi estatuto do qual o marketing só falaria anos depois, mas assenta-lhe tão bem quanto a icónica luva que então usava), Michael Jacskon mostrou que um homem que não tinha nascido com pele branca podia ser mais que apenas uma referencia de popularidade. Podia ser um ícone. E se era preto ou branco, como ele mesmo cantaria anos depois, isso não importava. Ou começava a deixar de importar.

Thriller representou o aperfeiçoar de uma visão pop que resulta da confluência de uma série de referencias e raízes, não apenas nos espaços da chamada música negra, mas entre o panorama pop da época. Contém uma invulgar coleção de canções irrepreensíveis, de Billie Jean a Beat It, de Wanna Be Startin" Something ao tema-título e um dos dois duetos que na altura Michael Jackson gravou com Paul McCartney. E, apesar das experiências feitas nos dias de Off The Wall, é aqui que a relação de Michael Jackson com o teledisco se aprofunda, daí resultando episódios inesquecíveis como o foram os que vimos ao som de Billie Jean (caminhando naquela rua em que as pedras do chão se acendem passo a passo), Beat It (numa alusão ao clássico West Side Story) ou, naturalmente, Thriller, o filme de Michael Landis que mudou a história do teledisco. Só o mais distraído dos marcianos não saberá de que canções estamos a falar... [dn.pt]

 

 

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



publicado por bibliotecadafeira às 14:55
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Sábado, 1 de Dezembro de 2012
16º Festival de Cinema Luso Brasileiro

 

A biblioteca municipal de Santa Maria da Feira acolhe, mais uma vez, de 02 a 09 de dezembro, o 16º Festival de Cinema Luso Brasileiro, iniciativa do Cineclube da Feira.

 

Nesta edição, o festival acentua a aposta nos novos valores (marca indelével de Santa Maria da Feira), criando um excelente contraponto entre cineastas emergentes e autores consagrados. O festival coloca propostas inovadoras da mais pura ousadia em contacto direto com a segurança narrativa dos mestres, numa mistura feliz que procura a abrangência de públicos.

 

Consulte a programação aqui.



publicado por bibliotecadafeira às 15:30
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