"acho que Emerson escreveu algures que uma biblioteca é uma espécie de caverna mágica cheia de mortos. e esses mortos podem renascer, podem voltar à vida quando abrimos as suas páginas." [BORGES, Jorge Luis in Este ofício de poeta]
Quinta-feira, 31 de Outubro de 2013
Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje, os filmes: “Dá tempo ao tempo” de Richard Curtis com Domhnall GleesonRachel McAdamsBill Nighy; “O Super Coala” de Kyung Ho-Lee com as vozes de Charlie BewleyLielle Tova BlinkoffAlan Cumming e Rob Schneider; “Dragão” de Peter Chan com Donnie YenTakeshi KaneshiroWei Tang; “Thor: O mundo das trevas” de Alan Taylor com Chris HemsworthNatalie PortmanChristopher EcclestonAnthony HopkinsBenicio Del ToroStan Lee; “Carrie” de Kimberly Peirce com Chloë Grace MoretzJulianne MooreJudy GreerAnsel Elgort.

 

“Dá tempo ao tempo”

Sinopse:

Aos 21 anos, Tim desvenda um segredo extraordinário: ele, tal como todos os homens da família, tem a peculiar capacidade de viajar no tempo. Ao perceber o alcance do que acabou de descobrir, decide retirar todo o proveito da situação e melhorar vários aspectos da sua vida, que sempre considerou medíocre. É então que, ao mudar-se para Londres, onde tenciona singrar como advogado, conhece Mary, uma rapariga doce e encantadora por quem se apaixona irremediavelmente. Contudo, na sua obsessão de tornar tudo perfeito naquela relação, Tim acaba por se exceder nas múltiplas viagens ao passado. Depois de mil e uma tentativas para aperfeiçoar o presente, Tim conclui que a autenticidade dos sentimentos não tem preço e que a dor e a mágoa têm um papel fundamental na busca pela felicidade.
Uma comédia romântica com argumento e realização de Richard Curtis ("O Amor Acontece" e "O Barco do Rock"), com Domhnall Gleeson, Rachel McAdams e Bill Nighy nos principais papéis. [cinecartaz.publico.pt]

 

“O Super Coala”

Sinopse:

Cansado de ser ostracizado pelos companheiros devido à cor da sua pele, Johnny (voz de Rob Schneider), um coala albino, resolve deixar a floresta australiana e partir. Acaba por encontrar refúgio num circo, onde criaturas de todos os tipos se exibem em troca de dinheiro e reconhecimento e onde o seu exotismo depressa o transforma numa das principais atracções. Mas as coisas são como são e ele é rapidamente ultrapassado por um recém-chegado ainda mais incomum do que ele. Assim, pela segunda vez na sua curta existência, o pobre Johnny sente-se a pior das criaturas. Mas tudo se altera quando, ao deixar o circo na companhia de Hamish (Bret McKenzie), um diabo-da-Tasmânia, e Higgens (Frank Welker), um macaquinho fotógrafo, Johnny se depara com um grupo de animais aterrorizado por Bog (Alan Cumming), um crocodilo feroz, e a sua trupe de malfeitores. Quando, por um acaso do destino, Johnny salva os animaizinhos das garras de Bog, transforma-se no herói de que todos necessitavam. Deste modo, absolutamente crente nas suas novas faculdades de super-herói, depressa se assume como Super Coala, uma versão valente e obstinada de si mesmo. Mas não tardará a arrepender-se de tamanha ousadia...[cinecartaz.publico.pt]

 

“Thor: O mundo das trevas”

Sinopse:

Thor (Chris Hemsworth), deus do trovão, filho de Odin, é o lendário herdeiro de Asgard. Ele sabe que está destinado a defender o planeta Terra e a totalidade dos Nove Reinos das temíveis garras de uma antiga linhagem liderada pelo vingativo Malekith, que se prepara para conquistar todas as raças e mergulhá-las nas trevas. Perante algo que já ninguém tem esperança em vencer, Thor embarca na sua mais pessoal e perigosa aventura, que o levará a reencontrar Jane Foster e o irá forçar aos maiores sacrifícios para salvar o Universo.
Pelas mãos do realizador Alan Taylor, surge a sequela do filme de 2011, realizado pelo inglês Kenneth Branagh, numa nova adaptação das aventuras do famoso super-herói da Marvel, criado por Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby, na década de 60. Os actores Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins, Stellan Skarsgård e Christopher Eccleston dão vida a algumas das personagens. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 30 de Outubro de 2013
Na mesa dos poetas

A minha mãe

 

As ilusões semelham-se a um colar

De pérolas alvíssimas, de espuma.

Se o fio que as segura se quebrar,

Caem no chão, dispersas, uma a uma.

 

Caem no chão, dispersas, uma a uma,

Se o fio que as segura se quebrar;

Ma entre tantas sempre fica alguma,

Sempre alguma suspensa há-de ficar.

 

Das minha ilusões, dos meus afectos,

Longo colar de amores predilectos,

Muitos rolaram já no pó também.

 

Um só dentre eles não cairá jamais:

Aquele que eu mais prezo entre os demais,

- O teu amor santíssimo de mãe.

 

Augusto Gil

in “Musa Cérula”

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 29 de Outubro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: Enquanto o meu cabelo crescia

Autor: Isabel Minhós Martins

Ilustrador: Madalena Matoso

Editora: Planeta Tangerina

Sinopse:

Os cabelos não são um assunto fácil:
Quem os tem lisos, prefere os encaracolados.
Quem os tem escuros, acha os loiros mais bonitos.
Quem os tem curtos, espera que cresçam depressa...
Mila, a cabeleireira deste livro, compreende tudo isto e é capaz de surpreender os clientes com as transformações mais mirabolantes.
Mas há mudanças súbitas que nem todos estamos preparados para aceitar. 
E um dia, uma pequena tragédia aconteceu entre as paredes do salão...

Um livro sobre penteados, mudanças e preconceitos cortados à tesoura... e também sobre os pequenos (grandes) desgostos que acompanham a infância e ajudam a crescer. 

Inclui CD com narração e música de Sérgio Pelágio.

Notas: Recomendado por Gulbenkian/ Casa da leitura
Aconselhado por Plano Nacional de Leitura

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 28 de Outubro de 2013
Músico da semana: Lou Reed

 

Loius Fairbank (Lou Reed, Nova York, 02/03/1942) começa a tocar piano e guitarra ainda na infância. A partir de 1965, passa a integrar os VELVET UNDERGROUND, dos quais é co-fundador. Logo após a gravação de Loaded, em 1970, decide seguir a carreira solo. [ler mais]

  

  

Lou Reed, o músico que transformou o rock

 

Olhou para o outro lado de espelho, o lugar que a moralidade burguesa se recusava encarar. Morreu um dos músicos mais influentes da história do rock.

Sou um triunfo da medicina, física e química modernas. Estou maior e mais forte do que nunca. O meu chen tai chi e um regime saudável trataram-me bem ao longo de todos estes anos", escrevia Lou Reed na sua página de Facebook no final de Maio. "Anseio estar em palco a actuar, e escrever mais canções para me ligar aos vossos corações e espíritos e ao universo, bem dentro do futuro", acrescentava. Ler esta nota, escrita quando foi revelado que Reed fora submetido a um transplante de fígado, tem agora um sabor particularmente amargo. O fundador dos Velvet Underground, autor de Walk on the wild side, Vicious ou Perfect day, ícone do rock"n"roll que o transformou profundamente, por trazer à superfície uma noção de perigo, de interdito e de marginalidade inexistente até à sua chegada, morreu na manhã de domingo, aos 71 anos.

O médico responsável pelo transplante de fígado, Charles Miller, afirmou aoNew York Times que Reed "morreu pacificamente, rodeado pelos seus entes queridos" - Reed era casado desde 2008 com a música e artista Laurie Anderson. O médico revelou ainda que fora admitido no início da semana passada no hospital de Ohio no qual fora efectuado o transplante, tendo regressado a Nova Iorque quando informado pela equipa médica do estado irreversível de uma não especificada doença de fígado. "Ele queria muito estar em casa", disse Miller.

Ao Guardian, o agente inglês confirmou a notícia da morte, avançada em primeira mão pela Rolling Stone, declarando em seguida: "Estou muito perturbado." Estamos todos. A dimensão de Lou Reed enquanto figura tutelar de tanto da música popular urbana das últimas cinco décadas é tal que algo tão definitivo quanto isto, a sua morte, parecia uma impossibilidade, como se a mortalidade não ligasse bem com o homem nascido a 2 de Março de 1942em Nova Iorque, a cidade que o moldou e da qual retirou todos os impulsos criativos - "primeiro os meus pais, depois Nova Iorque", dizia ele no documentário de 1998 Rock"n"Roll Heart.

Em reacção à sua morte, Lloyd Cole escreveu na sua conta do Twitter: "Sem Lou Reed não existiria David Bowie tal como o conhecemos. Eu? Seria provavelmente um professor de Matemática." Brian Eno estava quase certo quando proferiu uma tirada célebre: que quase ninguém comprou os discos dos Velvet Underground, onde se fundou a lenda de Reed, quando da sua edição original, mas que todos os que os compraram formaram bandas. "Quase" porque os Velvet, e com eles Lou Reed, não se limitaram a fenómeno multiplicador de grupos rock. Reed foi influência marcante para o glam, para o punk ou para a new-wave, mas a força evocativa das suas letras, a música violenta na sua exigência perante o ouvinte, a postura confrontante e polémica ou o negro que vestia (é sempre essa a cor que lhe vemos, negro noite, negro mistério, negro perigo) tornou-o uma inspiração mais abrangente, das artes plásticas (não por acaso, os Velvet Underground nasceram verdadeiramente na Factory de Andy Warhol) ao cinema (não é a canção New age, de Loaded, o último álbum dos Velvet Underground, com a sua "gorda e loura actriz" que beijara Robert Mitchum, homenagem à idade de ouro de Hollywood?) ou à literatura (não foi o nome da sua banda retirado a um romance?, não dedicou ele o seu último grande álbum, The Raven, a Edgar Allan Poe?).

Robert Wilson, o encenador, colaborou com ele em diversas ocasiões. Julian Schnabel, o artista e cineasta, ajudou-o a concretizar finalmente em palco, em2008, avisão que tinha para Berlin, a trágica e dramática história de amor entre dois toxicodependentes, hoje considerado uma obra-prima, mas reduzido, à data da edição (1973), a "álbum mais deprimente de sempre". Irvine Welsh, o escritor escocês, expressava-lhe ontem o seu agradecimento - pela obra, por ter autorizado a inclusão de Perfect day na banda-sonora deTrainspotting. E ainda haverá, mundo fora, outro tipo de artistas a prestarem-lhe homenagem: múltiplas variações de Chico Fininhos a correrem as ruas ao som de Lou Reed, "sempre na sua", "sempre cheios de speed".

A música foi a forma de expressão que escolheu quando, criança, se apaixonou pela aspereza do rock"n"roll e pelas harmonias vocais do doo-wop. Escolheu-a pela exclusão de tudo o resto. E tornou-se maior que ela. Em 2004, na revistaUncut, perguntavam-lhe o que tinha mudado desde os primeiros tempos. "Nada mudou", respondeu. "Tento fazer algo directo e verdadeiro. Fazer algo puro e sem filtros. É completamente real e isso é uma constante. Não é uma encenação, nunca foi uma encenação." E por isso foi desde sempre e até ao fim, quando já estavam distantes os anos de boémia e excessos com todo o tipo de drogas (o tai chi, de que era praticante fervoroso, era por estes dias o seu vício), surpreendente, contraditório e imprevisível.

Depois do renascimento artístico, patrocinado pelo fã David Bowie e protagonizado com o histórico segundo álbum a solo, Transformer (1972), o deVicious, Satellite of love, Perfect day e de Walk on the wild side, a sua canção assinatura, vimo-lo sabotar a popularidade adquirida com Metal Machine Music", duplo álbum de experiências com feedback que deixou o mundo perplexo em 1975 - esforço vanguardista, provocação, simples brincadeira de mau gosto? Mais recentemente, surpreendeu ao reunir-se aos Metallica, banda charneira do thrash-metal, para gravar Lulu, álbum conceptual inspirado em peças do dramaturgo Frank Wedekind e considerado quase unanimemente um fracasso total. Seria também o seu último álbum. Um ponto final na carreira que, de certa forma, ilustra a sua muito nova-iorquina obstinação: Lou Reed fazia o que queria e quando queria, sem se preocupar com as expectativas que o rodeavam. De previsível, tinha o lendário temperamento irascível, capaz de levar às lágrimas os jornalistas mais experientes.

Em tempos de colorido "paz e amor", quando o vimos surgir com os Velvet Underground, formados em 1965 com John Cale, Maureen Tucker e Sterling Morrison, mostrou o outro lado: o submundo violento e interdito de dealers e agarrados, a sexualidade sob todas as formas, a erupção de vida que pulsava no outro lado do espelho, para onde o conforto burguês e o moralismo hipócrita se recusavam a olhar. Quatro décadas depois, gravou (no álbum The Raven) Imp of the Perverse, baseado num conto de Poe, que questiona a nossa tentação pelo abismo. Por que somos atraídos para aquilo que sabemos ser-nos prejudicial? "Se existe algum ser humano que não tenha sentido isto, não o conheci", disse Lou Reed. Esta pulsão, este questionamento, atravessou grande parte da sua obra.

Sobre o rock, disse: "Um acorde é bom. Dois acordes e já estás a abusar. Três acordes e já estás no jazz." Era uma boutade, naturalmente. Reed era compositor complexo e prezava o virtuosismo, mas ilustrava na perfeição o impulso primitivo que dá ritmo e significado ao rock. O que Reed fez foi criar novos cenários e dar vida inesperada e corpo a esse impulso. O New York Times citava ontem uma entrevista conduzida pela jornalista Kristine McKenna. Dizia nela Reed: "Sempre acreditei que existe um incrível número de coisas que se podem fazer através de uma canção rock, e que se pode fazer escrita séria numa canção rock se o fizermos sem perder o ritmo. As coisas sobre as quais tenho escrito não seriam consideradas nada de mais se aparecessem num livro ou num filme." Foi a sua grande virtude. Não dar seriedade literária ao rock, mas transformar-lhe a natureza. E por isso a sua obra ressoou tão fortemente. E por isso ouvimo-lo ainda: a voz nasalada, aquele canto que é quase discurso falado, ora urgente, ora lançado com desdém ou com abandono. Ouvimos e depois lemos: Lou Reed morreu. Lemos e não acreditamos. [publico.pt]

 

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 25 de Outubro de 2013
Autor da semana: Agustina Bessa Luís

 

Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, em1922. A família do seu pai era do Norte do país e a sua mãe era espanhola. 

Viveu durante a infância e adolescência na região de Entre-Douro e Minho e depois em Coimbra até 1948. Casou em 1945 com Alberto de Oliveira Luís. A partir de 1948 fixou residência no Porto. [ler mais]

 

 

  

Textos inéditos de Agustina Bessa-Luís vão ser publicados

 

Material literário inédito de Agustina Bessa-Luís, como contos, pensamentos, reflexões e pequenos textos, constitui o livro "Caderno de Significados", que é publicado na próxima semana.

Este é o terceiro livro de inéditos de Agustina Bessa-Luís, desde que a escritora se retirou da vida pública, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral, após a edição de "A Ronda da Noite".

Em relação a "Caderno de Significados", Mónica Baldaque, filha da escritora e coordenadora da edição, afirmou à Lusa que inclui "contos inesperados, perfeitamente fora da estrutura de escrita habitual de Bessa-Luís", nomeadamente um, intitulado "Os dois amigos", redigido "em forma de cantilena".

"Caderno de Significados", publicado pela Guimarães Editores, casa que sempre editou a obra de Agustina Bessa-Luís, tem seleção, organização e fixação de texto de Alberto Luís e Lourença Baldaque, respetivamente marido e neta da escritora.

A coleção de inéditos da autora de "A Sibila" começou em fevereiro passado, com "Kafkiana", um conjunto de quatro ensaios sobre Franz Kafka, e o segundo título, "Cividade", um conto que, até à data, era inédito.

Há ainda outros inéditos para editar, nomeadamente alguns romances, que serão publicados pela Fundação Calouste Gulbenkian, precedidos de um estudo de Silvina Rodrigues Lopes, especialista da obra de Agustina Bessa-Luís. [dn.pt]

 

 

  

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013
Aviso

Estimado(a) Leitor(a),

  

Informamos que, por despacho do Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Dr. Emídio Sousa, os serviços municipais e, neste caso, a biblioteca municipal, encerrarão, dia 28 de outubro, segunda-feira, às 16 horas.

 

Pedimos desculpa pelo incómodo.


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Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje, os filmes: “Ernest e Célestine” de Stéphane AubierVincent PatarBenjamin Renner com as vozes de Lambert WilsonPauline BrunnerAnne-Marie Loop; “Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios” de Beto Brant com Gustavo MachadoZé Carlos MachadoAdriano Barroso; “Romeu e Julieta” de Carlo Carlei com Hailee SteinfeldDouglas BoothPaul GiamattiLaura MoranteDamian LewisStellan Skarsgård; “Quatro Leões” de Christopher Morris com Will AdamsdaleRiz AhmedAdeel Akhtar; “Capitão Phillips” de Paul Greengrass com Tom HanksBarkhad Abdi e Barkhad Abdirahman; “Fuga” de Jeff Nichols com Matthew McConaugheyTye Sheridan e Jacob Lofland; “Plano de Fuga” de Mikael Håfström com Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, 50 Cent, Jim Caviezel e Vincent D'Onofrio; “Uma Família de Estranhos” de Billy Bob Thornton com Tippi Hedren, Kevin Bacon, Ray Stevenson, John Hurt e Katherine LaNasa; “Grand Central” de Rebecca Zlotowski com Tahar Rahim, Léa Seydoux e Olivier Gourmet.

 

“Capitão Phillips”

Sinopse:

Abril de 2009. No Índico, a 500 quilómetrosda Costa da Somália, um porta-contentores norte-americano de 17 mil toneladas - o "Maersk Alabama" - é atacado por piratas somali. O capitão Richard Phillips (Tom Hanks), um homem com mais de três décadas de experiência no mar, percebe a gravidade da situação e aceita ser feito refém em troca da liberdade da sua tripulação. Os cinco dias que se seguem, a bordo de um pequeno bote salva-vidas com o jovem chefe somali Abde Wale Abdul Kadhir Muse (Barkhad Abdi), são de pura tensão. Finalmente, numa operação organizada por uma equipa SEAL (corpo de operações especiais da Marinha norte-americana), que resulta na morte de três piratas e na detenção de Muse, o capitão é resgatado com vida.
Com realização de Paul Greengrass ("Ultimato", "Supremacia", "Green Zone: Combate pela Verdade") e argumento de Billy Ray, um "thriller" psicológico que adapta o livro de não-ficção "A Captain's Duty" escrito pelo próprio capitão Richard Phillips em parceria com o jornalista Stephan Talty. O elenco conta ainda com a presença de Catherine Keener, Michael Chernus, Max Martini e Corey Johnson, entre outros. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Uma Família de Estranhos”

Sinopse:

1969, EUA. Trinta anos antes, ela deixou o marido, os filhos e o país para ir viver um novo amor em Inglaterra. O marido seguiu em frente, superando a dor e criando os filhos o melhor que conseguiu. Ela refez a sua vida na Europa, com uma nova família. Agora, chega a notícia de que ela faleceu e que, no testamento, deixou explícita uma última vontade: ser enterrada no Alabama, perto do lugar onde nasceu e foi criada. E é assim que as suas duas famílias se reúnem, numa última homenagem. Se ao princípio ainda há lugar para ressentimentos, dor e desejo de vingança, depressa todos compreendem que chegou o momento de aceitar as circunstâncias e enterrar o passado...
Um filme dramático, escrito e realizado por Billy Bob Thornton, que teve a sua estreia na 62.ª edição do Festival de Berlim, onde competiu pelo Urso de Ouro. Com Thornton estão também os actores Robert Duvall, John Hurt, Kevin Bacon, Ray Stevenson, Frances O'Connor, Ron White e Robert Patrick, entre outros. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 23 de Outubro de 2013
Na mesa dos poetas

Balada da neve

 

Batem leve, levemente,

como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.

 

É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho...

 

Quem bate, assim, levemente,

com tão estranha leveza,

que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,

nem é vento com certeza.

 

Fui ver. A neve caía

do azul cinzento do céu,

branca e leve, branca e fria...

- Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!

 

Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

os passos imprime e traça

na brancura do caminho...

 

Fico olhando esses sinais

da pobre gente que avança,

e noto, por entre os mais,

os traços miniaturais

duns pezitos de criança...

 

E descalcinhos, doridos...

a neve deixa inda vê-los,

primeiro, bem definidos,

depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!...

 

Que quem já é pecador

sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

porque lhes dais tanta dor?!...

Porque padecem assim?!...

 

E uma infinita tristeza,

uma funda turbação

entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

- e cai no meu coração.

 

Augusto Gil

in “Luar de Janeiro”

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.

 



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Terça-feira, 22 de Outubro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: A coisa perdida

Autor e ilustrador: Shaun Tan

Eeditora: Kalandraka

Sinopse:

O narrador começa por perguntar se os leitores querem escutar uma história. E diz que não se lembra das mais “divertidas” nem das mais “terríveis” que sabia dantes. Mas dispõe-se a contar uma: “A daquela vez em que encontrei uma coisa perdida.” Era Verão e o narrador estava a cuidar da sua coleção de caricas, junto ao mar. “(…) a certa altura parei para olhar em redor, sem nenhum motivoem particular. Quandovi a coisa pela primeira vez.” A forma que Shaun Tan dá “à coisa” faz lembrar uma cafeteira gigante com pernas viscosas, portas e gavetas a toda a volta, uma espécie de chaminé lateral e, às costas, uns suportes, tipo mochila, com uns sininhos nas pontas. Em linguagem coloquial: “Não se parece com nada.” É esse “não encaixar” que faz pensar que está perdida e não pertence a lugar nenhum. Por isso está triste, mas ninguém quer saber. Os livros de Shaun Tan revelam sempre preocupações sociais e políticas, traduzidas numa linguagem subtil e numa expressão plástica envolvente. Aqui mistura atmosfera futurista com grafismo algo retro. As guardas de A Coisa Perdida, com a montagem da colecção de caricas, hipnotizam o leitor.

Notas: O filme baseado nesta obra, The Lost Thing, venceu o Óscar de Melhor Curta de Animação em 2011.

No mesmo ano Shaun Tan recebeu o Prémio Astrid Lindgren Memorial Award.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



publicado por bibliotecadafeira às 18:32
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Segunda-feira, 21 de Outubro de 2013
Músico da semana: Arcade Fire

 

Arcade Fire é uma banda de indie rock da cidade de Montreal, Quebec, no Canadá. Fundada em 2003 pelo casal Win Butler e Régine Chassagne, a banda é conhecida por suas apresentações ao vivo, como também pelo uso de um grande número de instrumentos musicais; principalmente guitarra, bateria e baixo; mas também piano, violino, viola, violoncelo, xilofone, teclado, acordeão e harpa.

Arcade Fire ganhou numerosos prémios, incluindo o Grammy 2011 de álbum do ano, o Juno 2011 de álbum do ano e o Brit Award 2011 de melhor álbum internacional, pelo seu terceiro álbum de estúdio, The Suburbs, lançado em 2010, sucesso comercial e de crítica. Os três álbuns de estúdio foram indicados ao Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa. [ler mais]

 

 

Arcade Fire: novo álbum revelado com máscaras em Nova Iorque

 

 

Mais dançantes, mais teatrais, a paixão de sempre. Foi assim na madrugada de sexta a festa-concerto de apresentação do novo duplo álbum dos canadianos, num barracão industrial onde era obrigatório o público levar máscara.

Podiam ter escolhido a melhor e mais espaçosa sala de Nova Iorque para a festa-concerto de lançamento do novo álbum, mas os canadianos Arcade Fire optaram por um barracão industrial em Brooklyn para o fazerem. Não foi um acaso.

Há três anos, quando lançaram The Suburbs, tocaram no esgotado Madison Square Garden, com muita fanfarra à mistura. Agora optaram por não fazer publicidade, adoptando um nome falso – The Reflektors – e acabando por apresentar-se num espaço industrial semiabandonado.

Os poucos bilhetes colocados à venda foram-se num ápice e, ontem, no eBay, havia quem os tentasse revender por 500 dólares. Com três álbuns lançados o grupo de Montreal tornou-se numa das mais celebradas bandas rock da última década e seu novo registo, Reflektor, que sai a 28 de Outubro, é o álbum mais esperado dos últimos meses.

Queriam regressar ao início, voltar a sentir-se entre os seus, tocar num espaço de menores dimensões perante aqueles que os admiraram desde a primeira hora pela intensidade da sua música. E que melhor local para o fazerem senão em Williamsburg, em Brooklyn, o bairro adoptado nos últimos anos por todos os que querem ser artistas ou músicos?

Não foi um concerto vulgar. Longe disso. O público, cerca de 2000 pessoas, tinha que ir obrigatoriamente mascarado ou então apresentar-se numa versão mais refinada de si próprio. Vimos por lá Batman, Marilyn Monroe e até Obama.

Mais uma vez as máscaras não foram um acaso. O grupo tem surgido com elas nas últimas semanas. Aliás cada um dos membros do grupo tem uma réplica em forma de gigantone, que também se passearam pela festa. E em toda a operação do novo disco os binómios falso-verdadeiro ou teatralidade-autenticidade desempenham um papel muito relevante. Aliás a festa começou por aí. Com um jogo de enganos.

Mal as portas do barracão abriram, o público colocou-se rapidamente em frente ao palco. Depois surgiu o ex-LCD Soundsystem, James Murphy, e um dos produtores do novo álbum, no papel de anfitrião, a apresentar os The Reflektors. 

Surgiram então gigantones em palco – supostamente os próprios Arcade Fire –  a tocarem de forma deficiente, mas com o público em delírio. Minutos depois, para espanto geral, as cortinas de uma das laterais da sala abriram-se e surgiram os verdadeiros Arcade Fire inundados por um festival de som e luz. Foi a loucura, com o público a colocar-se rapidamente, em grande alvoroço, junto ao novo palco.

Com o decorrer do concerto o calor tornou-se insuportável e muita gente se queixava de que era difícil ver o palco em condições. Mas essa tinha sido a aposta do grupo: apresentar o álbum num local improvável, sem grandes sofisticações, como se fosse realmente a primeira vez. E foram quase uns novos Arcade Fire que realmente se fizeram sentir e ouvir.

Dez músicos em palcos, entre eles dois percussionistas e Owen Palett (Final Fantasy) nos teclados, que tocaram essencialmente ao longo de oitenta minutos as canções do novo duplo álbum – as excepções de anteriores discos foram Sprawl II (mountains beyond mountains) e Neighborhood #3 (power out). O novo material segue uma linha mais dançante, há mais balanço rítmico, mais temperaturas e variações, sem que se perca a intensidade, com influências mais diversas – do dub ao funk, do ‘disco’ ao pós-punk. Ou seja, os Arcade Fire do novo álbum estão mais próximos de outras bandas que exploraram o cruzamento de rock com linguagens de pendor rítmico, como os Clash, Talking Heads, New Order ou LCD Soundsystem, do que de Springsteen.

A atitude em palco também é diferente. A emoção autêntica dos primeiros anos não foi abandonada, mas existe mais autoconsciência. Há mais complexidade, jogos de sombra, duplicidades: “Todos nós temos alguma coisa para esconder”, diz às tantas o cantor Win Butler, enquanto na canção seguinte lança: “sabem, não tenho nada a esconder.”

De alguma forma são os próprios Arcade Fire a reflectirem sobre a sua condição: aquela que era a banda que há anos mais sentimento de pertença gerava entre a comunidade alternativa do rock, cresceu desmesuradamente. Tornou-se transversal. Mas esse facto não significa que deixem de ousar, de se reinventar e de manterem a paixão de sempre.
As máscaras (algumas máscaras), se devidamente utilizadas, para além de divertido, como aconteceu durante a noite, podem ser também reveladoras, parecem querer dizer eles.

Das canções novas destaque para Here comes the night time, que começa e acaba em desvario rítmico, com subidas e descidas de temperatura constantes, ou para a toada rock & roll de Normal person. Começaram com o single Reflektor e acabaram com Win Butler a lançar-se para os braços do público, passando pelo meio deste, até alcançar um computador. Aí chegado, para surpresa geral, fez soar música dançante, qual DJ experimentado, enquanto os músicos abandonavam o palco no extremo oposto da sala.

O público queria mais concerto. Mas o que houve a partir dali foi festa dançante, com alguns dos Arcade Fire no meio do público, como se nos quisessem dizer: sim, crescemos imenso, mas no fim de contas somos apenas como vocês. [publico.pt]

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 18 de Outubro de 2013
Autor da semana: Eleanor Catton

 

Eleanor Catton, nasceu 24 de Setembro de 1985, na Nova Zelândia. [ler mais]

 

 

Neozelandesa Eleanor Catton ganhou o Man Booker Prize aos 28 anos

 

A escritora neozelandesa Eleanor Catton tornou-se nesta terça-feira, aos 28 anos, a distinguida mais nova com o Man Booker Prize, o galardão literário mais prestigiado do Reino Unido, com a sua novela The Luminaries.

O romance é centrado na figura do aventureiro Walter Moody e tem por pano de fundo a corrida ao ouro na Nova Zelândia em meados do século XIX.

O presidente do júri, Robert Macfarlane, descreveu o livro, de 832 páginas, o mais longo dos que já ganharam o prémio, como “deslumbrante”.

Catton tinha 25 anos quando começou a escrever o livro e 27 quando o terminou.

A duquesa da Cornualha, mulher do Príncipe Carlos, entregou à autora o prémio de 50 mil libras (60 mil euros), que é considerado a maior honra literária britânica. [publico.pt]



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Quinta-feira, 17 de Outubro de 2013
Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje, os filmes: “Uma Boa Dose de Sexo” de Stuart Blumberg com Mark RuffaloGwyneth PaltrowTim Robbins; “Frances Ha” de Noah Baumbach com Greta GerwigMickey SumnerAdam Driver; “Killing Season - Temporada de Caça” de Mark Steven Johnson com Robert De NiroJohn TravoltaMilo Ventimiglia; “O Martelo dos Deuses” de Farren Blackburn com Charlie BewleyAlexandra DowlingClive Standen; “E Viveram Felizes Para Sempre...?” de Agnès Jaoui com Agathe BonitzerAgnès JaouiArthur Dupont; “Machete Mata” de Robert Rodriguez com Danny TrejoAlexa VegaMel Gibson; “Raptadas” de Denis Villeneuve com Hugh JackmanJake GyllenhaalViola Davis; “O Último Elvis” de Armando Bo com John McInernyGriselda SicilianiMargarita Lopez; “Códigos de Defesa” de Kasper Barfoed com John CusackMalin AkermanLiam Cunningham; “Os Cavalos de Deus” de Nabil Ayouch com Abdelhakim RachiAbdelilah RachidHamza Souidek.

 

“Os Cavalos de Deus”

Sinopse:

A 16 de Maio de 2003, cinco atentados terroristas simultâneos são registados no centro da cidade de Casablanca, Marrocos, causando 45 mortos e várias dezenas de feridos. Os bombistas suicidas pertenciam a bairros de lata da zona de Sidi Moumen. Este filme segue a história de quatro amigos que, numa tentativa de fugir à miséria do seu bairro, são seduzidos por um fundamentalista islâmico, pertencente ao Grupo Islâmico Combatente Marroquino (GICM), a aderirem às suas crenças religiosas e políticas. Assim, jovens cujas vidas estavam destinadas à pobreza e infortúnio são atraídos por uma religião que oferece, para além de esperança e companheirismo, a disciplina e a orientação de que precisavam.
Em competição no Festival de Cannes, um filme dramático com realização do franco-marroquino Nabil Ayouch ("Whatever Lola Wants") que se inspira na obra "Les Étoiles de Sidi Moumen" escrita por Mahi Binebine, sobre os atentados de Casablanca. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Killing Season - Temporada de Caça”

Sinopse:

Muito perto dos montes Apalaches, numa região inabitada, vive Benjamin Ford (Robert De Niro), um ex-coronel que fez carreira na NATO e que ali chegou determinado a retirar-se do mundo e entregar-se à solidão. Certo dia, a caminho da cabana onde vive, encontra Kovač (John Travolta), um turista europeu perdido na montanha depois de uma caçada, no que se presume ser um encontro casual. Porém, nada é o que parece e há já vários anos que aquele encontro tem vindo a ser planeado. O viajante é, na verdade, um soldado sérvio que percorreu milhares de quilómetros com um único objectivo em mente: vingar-se de um homem que combateu duas décadas antes, durante os terríveis anos da Guerra na Bósnia. Assim se desencadeia uma caçada sanguinolenta entre dois homens altamente treinados, que apenas terminará com a morte de um deles.
Um "thriller" de acção realizado por Mark Steven Johnson ("O Inesquecível Simon Birch", "Demolidor - O Homem Sem Medo", "Ghost Rider"). [cinecartaz.publico.pt]

 

“O Último Elvis”

Sinopse:

Num bairro pobre de Buenos Aires, Argentina, vive Carlos Gutiérrez, um trabalhador fabril que, durante a noite, se transforma em Elvis Presley. Numarecusa da sua própria existência, que considera medíocre, entregou-se a esta nova identidade, que é para ele mais real do que a sua. Porém, quando vê aproximar-se a idade da morte de Elvis, depara-se com um vazio para o qual não se sente preparado. Assim, quando a ex-mulher sofre um acidente e ele é obrigado a cuidar da filha de ambos, Carlos descobre nela a verdadeira realidade que sempre insistiu em negar. Agora, com este facto em mente, terá de decidir o que faz mais sentido: seguir a sua vocação de imitador ou aceitar as responsabilidades - e o amor- da família que, com a sua obsessão, quase destruiu.
Estreado no Festival de Sundance em 2012, um filme dramático sobre identidade, que marca a estreia na longa-metragem de Armando Bó (co-argumentista de "Biutiful", com González Iñárritu e Nicolás Giacobone). No papel de Carlos temos John McInerny, um homem que é, tal como a sua personagem no filme, um imitador de Elvis a tempo parcial. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013
Na mesa dos poetas

 

 

Augusto Gil

 

Augusto César Ferreira Gil

(Lordelo do Ouro, 31 de julho de 1873 - Guarda, 26 de fevereiro de 1929)

advogado e poeta português, viveu praticamente toda a sua vida na Cidade da Guarda onde colaborou e dirigiu alguns jornais locais.

Na sua poesia notam-se influências do Parnasianismo e do Simbolismo. Influenciado por Guerra Junqueiro, João de Deus e pelo lirismo de António Nobre, a sua poesia insere-se numa perspetiva neo-romântica nacionalista.

  

Passeio de Santo António                    

 

Saíra Santo António do convento,

A dar o seu passeio costumado

E a decorar, num tom rezado e lento,

Um cândido sermão sobre o pecado.


Andando, andando sempre, repetia

O divino sermão piedoso e brando,

E nem notou que a tarde esmorecia,

Que vinha a noite plácida baixando…


E andando, andando, viu-se num outeiro,

Com árvores e casas espalhadas,

Que ficava distante do mosteiro

Uma légua das fartas, das puxadas.

 

Surpreendido por se ver tão longe,

E fraco por haver andado tanto,

Sentou-se a descansar o bom do monge,

Com a resignação de quem é santo…

 

O luar, um luar claríssimo nasceu.

Num raio dessa linda claridade,

O Menino Jesus baixou do céu,

Pôs-se a brincar com o capuz do frade.

 

Perto, uma bica de água murmurante

Juntava o seu murmúrio ao dos pinhais.

Os rouxinóis ouviam-se distante.

O luar, mais alto, iluminava mais.

 

De braço dado, para a fonte, vinha

Um par de noivos todo satisfeito.

Ela trazia ao ombro a cantarinha,

Ele trazia… o coração no peito.

 

Sem suspeitarem de que alguém os visse,

Trocaram beijos ao luar tranquilo.

O Menino, porém, ouviu e disse:

- Ó Frei António, o que foi aquilo?…

 

O Santo, erguendo a manga de burel

Para tapar o noivo e a namorada,

Mentiu numa voz doce como o mel:

- Não sei o que fosse. Eu cá não ouvi nada…

 

Uma risada límpida, sonora,

Vibrou em notas de oiro no caminho.

- Ouviste, Frei António? Ouviste agora?

- Ouvi, Senhor, ouvi. É um passarinho.

 

- Tu não estás com a cabeça boa…

Um passarinho a cantar assim!…

E o pobre Santo António de Lisboa

Calou-se embaraçado, mas por fim,

 

Corado como as vestes dos cardeais,

Achou esta saída redentora:

- Se o Menino Jesus pergunta mais,

… Queixo-me à sua mãe, Nossa Senhora!

 

Voltando-lhe a carinha contra a luz

E contra aquele amor sem casamento,

Pegou-lhe ao colo e acrescentou: - Jesus,

São horas…

........................E abalaram pró convento.

 

Augusto Gil

in “Luar de Janeiro”

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.

 



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Terça-feira, 15 de Outubro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: Ir e vir

Autor: Isabel Minhós Martins

Ilustrador: Bernardo Carvalho

Editora: Planeta Tangerina

Sinopse: Na terra, não somos os únicos a percorrer grandes distâncias. Tal como nós, muitas aves, peixes e mamíferos deslocam-se centenas de quilómetros, em busca de alimento, terras amenas ou de um bom lugar para ter as suas crias. Estes viajantes incríveis deixam-nos espantados com as distâncias que percorrem, mas não só. Há mais qualquer coisa no modo como viajam que nos pode fazer abrandar e pensar... Ir e Vir acompanha as viagens extraordinárias das andorinhas-árticas, das borboletas-monarca ou dos gnus africanos e desafia-nos a refletir sobre o modo pouco discreto como vivemos e nos movimentamos, muitas vezes pondo em risco o frágil equilíbrio do planeta.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 14 de Outubro de 2013
Músico da semana: Mísia

 

Mísia nasceu um dia (18) de Junho, na cidade do Porto, fruto de um caso de amor sem a bênção de bons presságios: pai engenheiro, educado numa burguesia que nunca veria com bons olhos o passado artístico colorido e saleroso da mãe bailarina, espanhola, habituada a enquadramentos sociais menos formais. A menina, Susana, começa assim a sua estranha forma de vida, entre dois mundos. Fado de início, para continuar anos fora. [ler mais]

 

  

O milagre de Mísia é um disco novo que não é de fado mas do coração

 

É no fado que Mísia se distingue mas quem a conhece sabe que não é mulher de uma só área. “Tenho dificuldade em ser una, sou várias”, diz-nos a cantora, que apresentou há dias o seu mais recente trabalho, Delikatessen - Café Concerto. Um álbum onde Mísia partilha a sua música com nomes conhecidos como Iggy Pop, The Legendary Tiger Man, Melech Mechaya ou Dead Combo. Fados, esses, apenas dois entram no disco.

Delikatessen - Café Concerto é por isso um trabalho especial. Não só por estas colaborações, como também pela forma como foi feito. Mísia queria trabalhar num novo disco mas deparou-se com as dificuldades que uma crise económica impõe. Sozinha não conseguiria, pelo menos tão cedo, lançar um novo disco e por isso pediu ajuda na sua página do Facebook. A resposta foi surpreendente e o resultado está à vista. O disco chegou às lojas há uma semana.

“Vivemos numa grande crise e pensei que se isto continua assim um dia o frigorífico vai estar vazio”, diz a cantora, explicando a ideia original do disco, que define como uma “refeição caótica”, onde podemos saborear algumas das músicas de que mais gosta. “Pensei em comer as minhas canções, ou seja, em fazer um menu das minhas canções que é um bocado como eu como. Eu como de uma maneira impulsiva, posso começar por uma coisa doce e depois comer a sopa”, continua Mísia, que na terça-feira à noite no Restaurante Buenos Aires cantou algumas destas músicas.

O que aconteceu, conta Mísia, foi que deu para adopção 13 músicas. “Parece estranho mas limitei-te a perguntar no Facebook quem é que queria adoptar estas canções que iam entrar no disco”, explica. O que Mísia pedia na verdade era que cada pessoa ajudasse na produção de cada canção. “E de repente não faltaram pessoas. É nos momentos de crise que também sobressai o melhor de nós, é por isso que para mim este é um disco com muito coração.”

Também os músicos com quem colaborou participaram “generosamente”. “É um milagre”, diz. E talvez por isso Mísia se tenha entregado em Delikatessen - Café Concerto a uma experiência sónica. “Quem ouvir este disco vai perceber que ele é o meu universo. Tenho dificuldade em ser una, sou muitas. Não é preciso escolher entre uma coisa e outra. Prefiro antes uma coisa e mais outra e mais outra.”

Daí a diversidade do o álbum, que inclui apenas um inédito – Rasto do infinito, um poema de Tiago Torres da Silva. “Este menu são canções que normalmente não canto”, conta, destacando então os nomes com quem gravou o disco. Com os Melech Mechaya, Mísia já tinha colaborado no passado no disco da banda e por isso “este foi o caminho natural”. O mesmo aconteceu com a brasileira Adriana Calcanhoto. Dos Dead Combo diz-se uma “fã total e incondicional”, o Paulo Furtado, ou The Legendary Tiger Man, foi dos primeiros em quem pensou chamar para o disco. E depois há ainda o mexicano Ramón Vargas e o dinossauro americano Iggy Pop, com quem Mísia gravouChanson D'Hélène, música original do filme de 1970 Les choses de la vie, cantada por Romy Schneider e Michel Piccoli.

“Não somos amigos, temos o mesmo agente. Eu propus esta música, que para mim é muito interessante, e ele aceitou”, explica a cantora, para quem o resultado final do disco é muito cinematográfico e kitsch. “Há músicas aqui que descobri por acaso”, conta, exemplificando com Estación de Rossio. “Ia na rua do alecrim e passei numa loja de antiguidades onde vi uma caixa que dizia telegramas. Fui ver o que havia e encontrei alguns telegramas de artistas espanhóis que vinham cá nos anos50”, recorda Mísia. “Fui ao Google ver algumas daquelas referências e descobri uma cantora que se chama Juanita Ruenca que tinha gravado uma canção muito bonita, a Estación do Rossio[música que pode ser ouvida neste álbum].”

Depois desta apresentação, quase em ambiente familiar, Mísia parte para Espanha. Vai apresentar Delikatessen - Café Concerto no dia 18 no El Molino, em Barcelona, um lugar que bem conhece. “Foi onde a minha avó, a minha mãe e eu trabalhámos e por isso, como este trabalho é especial, apeteceu-me voltar às raízes”, explica.

Para Portugal ainda não há datas mas está a ser preparada uma digressão que deverá acontecer “no final do ano ou no início do próximo”. [publico.pt]

 

 

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013
Autor da semana: Alice Munro

 

Alice Ann Munro, apelido de solteira LaidlawHue hue (Wingham, Ontário, 10 de julho de 1931) é uma escritora canadiana de contos, considerada uma das principais escritoras da atualidade em língua inglesa. Foi galardoada com o prémio nobel da literatura em 2013. [ler mais]

 

 

Um Nobel para Alice Munro é um Nobel para o conto

 

Contista canadiana, a quem chamam o Tchekov dos nossos dias, venceu o Nobel da Literatura. Japonês Haruki Murakami e bielorrussa Svetlana Alexievich terão de aguardar pela próxima oportunidade.

Nascida na província canadiana de Ontário em1931, aescritora Alice Munro venceu nesta quinta-feira o Prémio Nobel da Literatura, atribuído pela Academia Sueca, que nela reconheceu um “mestre do conto contemporâneo”. Munro recebera já alguns dos mais importantes prémios literários, incluindo, em 2009, o prestigiado Man Booker International Prize, e era há muito uma candidata recorrente ao Nobel da Literatura.

Mas quando o secretário permanente da Academia Sueca, Peter Englund, se dirigiu aos jornalistas para anunciar o Nobel da Literatura de 2013, o nome de que se falava era o da jornalista de investigação e prosadora bielorrussa Svetlana Alexievich, que tinha acabado de ultrapassar o japonês Haruki Murakami nas cotações das casas de apostas.

Quando recebeu o Man Booker International Prize, o júri justificou a escolha afirmando que a autora, “embora seja essencialmente conhecida como contista, mostra a profundidade, sabedoria e precisão que a maior parte dos ficcionistas só consegue alcançar numa vida inteira a escrever romances”. Foi Cynthia Ozick, ela própria uma talentosa contista, que, reconhecendo a consumada mestria de Munro na história breve, lhe chamou há alguns anos o Tchekov do nosso tempo, uma aproximação que, desde então, muitos críticos têm glosado.

Tal como nos contos do mestre russo, o enredo é relativamente secundário nas histórias desta canadiana, povoadas de personagens e assuntos triviais, e cuja força está muitas vezes no súbito impacto de um momento iluminante e revelador. Quase todos os seus contos têm como cenário a região sudoeste da província canadiana de Ontário, o que tem levado a que seja comparada a outros ficcionistas cujas obras se centram na vida de pequenas cidades, como Sherwood Anderson, Flannery O'Connor ou Carson McCullers.

A notícia do Nobel chegou ao Canadá de noite, quando Munro dormia. A autora contou à televisão canadiana CBC que foi acordada pela filha: “Sabia que era uma das candidatas, mas nunca pensei que fosse ganhar.”

Munro disse ainda que ganhar o prémio é “formidável” e mostrou-se feliz por o mundo descobrir a sua escrita.

Nascida numa família de criadores de raposas, Alice Munro começou a escrever na adolescência, tendo publicado o seu primeiro conto, The Dimensions of a Shadow, em 1950, quando frequentava a universidade. Ao mesmo tempo, ia ganhando dinheiro em empregos ocasionais, trabalhando em restaurantes, na apanha de tabaco, ou como bibliotecária.

A sua primeira colectânea de histórias, Dance of the Happy Shades, saiu em 1968 e foi um sucesso imediato, tendo ganho o mais importante prémio literário canadiano e recebido o elogio unânime da crítica. O livro seguinte,Lives of Girls and Women (1971), é ainda hoje o seu único romance, e não falta quem ache que se trata, na verdade, de uma sucessão de contos articulados entre si.

Munro publicou mais de uma dúzia de colectâneas de histórias curtas, muitas delas editadas em Portugal pela editora Relógio d’Água, incluindo a mais recente, Amada Vida (Dear Life, 2012), traduzida pelo poeta José Miguel Silva.

Outros livros de Monro disponíveis em edição portuguesa são O Progresso do Amor (The Progress of Love, 1986), O Amor de Uma Boa Mulher (The Love of a Good Woman, 1998), Fugas (Runaway, 2004), A Vista de Castle Rock(The View from Castle Rock, 2006) e Demasiada Felicidade (Too Much Happiness, 2009). [publico.pt]

  

Títulos, deste  autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2013
Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje, os filmes: “Um Quarteto Único” de Yaron Zilberman com Philip Seymour HoffmanChristopher Walken e Wallace Shawn; “Os Filhos da Meia-Noite” de Deepa Mehta com Satya BhabhaShahana GoswamiRajat Kapoor; “Na Minha Morte” de James Franco com James FrancoDanny McBrideLogan Marshall-Green; “A Chamada” de Brad Anderson com Halle BerryEvie ThompsonAbigail Breslin; “Haute Cuisine - Os Sabores do Palácio” de Christian Vincent com Catherine FrotArthur DupontJean d'Ormesson; “Don Jon” de Joseph Gordon-Levitt com Joseph Gordon-LevittScarlett JohanssonJulianne Moore; “Gravidade” de

Alfonso Cuarón com Sandra BullockGeorge ClooneyEd Harris; o documentário “Abelhas e Homens” de Markus Imhoof.

 

“Um Quarteto Único”

Sinopse:

Após um quarto de século de existência, um famoso quarteto de cordas vê a sua continuidade posta em causa quando a um deles é diagnosticada a doença de Parkinson. Sem saberem muito bem lidar com a dor do companheiro de tantos anos, os outros três acabam por sentir-se à deriva, numa profunda crise emocional e criativa. E surge a dúvida: será possível substituí-lo por um novo elemento ou terá chegado o momento de cada um seguir o seu caminho? Realizado por Yaron Ziberman e com Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener e Mark Ivanir como protagonistas, um filme dramático sobre a amizade, o companheirismo e o amor à música. [cinecartaz.publico.pt]

 

“Os Filhos da Meia-Noite”

Sinopse:

Dois bebés nascem num mesmo hospital, na cidade de Mumbai, Índia. Seria uma situação comum, não fosse a data: 15 de Agosto de 1947, o dia em que a Índia conseguiu a sua independência de Inglaterra. O nascimento àquela primeira hora torna os bebés especiais, dando-lhe poderes mágicos. Mas, num momento de precipitação da enfermeira que os acolhe, Saleem, o filho ilegítimo de uma mulher pobre, e Shiva, o bebé de um casal endinheirado, são trocados, sendo cada um deles entregue à família do outro. Assim, a viver a existência que estava destinada ao outro ao longo de vários anos, as vidas destes dois rapazes vão cruzar-se, numa ligação indissociável da situação política e social do país onde nasceram...
Com assinatura da realizadora indiana Deepa Mehta, radicada no Canadá (duas vezes nomeada para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com "Terra", em 1998, e "Água", em 2005), um filme que se baseia na obra homónima que valeu a Salman Rushdie o Booker Prize de 1981 e o Booker of Bookers Prize, em 1993. Rushdie, para além de argumentista deste filme, empresta também a sua voz ao narrador. No elenco, Satya Bhabha, Shahana Goswami, Shriya Saran, Seema Biswas e Siddharth, entre outros. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 9 de Outubro de 2013
Na mesa dos poetas

 

Paisagens de Inverno

 

I

Ó meu coração, torna para trás.
Onde vais a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o pecado
Queimou! o sol! Volvei, noites de paz.
Vergam da neve os olmos dos caminhos.
A cinza arrefeceu sobre o brasido.
Noites da serra, o casebre transido...
Ó meus olhos, cismai como os velhinhos.
Extintas primaveras evocai-as:
_ Já vai florir o pomar das maceiras.
Hemos de enfeitar os chapéus de maias._
Sossegai, esfriai, olhos febris.
_ E hemos de ir cantar nas derradeiras
Ladainhas...Doces vozes senis..._

II

Passou o outono já, já torna o frio...
_ Outono de seu riso magoado.
llgido inverno! Oblíquo o sol, gelado...
_ O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Ficai, cabelos dela, flutuando,
E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando...
Onde ides a correr, melancolias?
_ E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias...

 

Camilo Pessanha

in 'Clepsidra'

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 8 de Outubro de 2013
Sugestão de leituras

 

 

Título: Um dia…

Autor: Alison McGhee

Ilustrador: Peter H. Reynolds

Editora: Presença

Sinopse:

«Um dia contei os teus dedinhos e beijei-os um por um». É assim que tem início o livro Um Dia... onde uma mãe se dirige ao seu filho pequeno. Tendo sempre como ponto de partida a frase «Um dia», vamos acompanhando o relato poético da relação entre pais e filhos, desde o nascimento, crescimento, vida adulta e velhice. Enquanto são crianças estão sob a guarda dos pais, necessitando da sua ajuda e proteção para atravessar a rua, andar de bicicleta e dormir aconchegados. Mas cedo farão as primeiras descobertas, onde experimentarão sentimentos como a alegria, o medo, o desafiar de limites e a amizade. Percorrendo o ciclo de vida, iremos encontrar a criança transformada em adulto, sendo ela própria mãe, carregando nas costas o filho. E finalmente, quando envelhecer, lembrar-se-á da sua vida e da mãe que neste momento pensa nela. Um Dia... é um livro que fala daquilo que é essencial: a vida, o amor e o tempo que passa. Um clássico para todas as idades...

 

Títulos, deste autor, disponivel na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 7 de Outubro de 2013
Músico da semana: Nitin Sawhney

  

 

Produtor, compositor, Dj, multi-instrumentista, argumentista, actor, escritor… o talento de Nitin Sawhney não se esgota numa frase. Mais do que um homem multifacetado, Nitin Sawhney é um «pioneiro cultural», um «homem da renascença», que consegue ser bem sucedido no campo das artes: música, dança, teatro, cinema e televisão.
Nitin Sawhney é um dos produtores e compositores mais criativos da música actual. A sua música é uma celebração das espécies, das raças, das culturas, da vida. [lastfm.pt]

 

 

Novo disco: Onezero


  

 

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Domingo, 6 de Outubro de 2013
Autor da semana: Tom Clancy

 

Thomas Leo "Tom" Clancy Jr. (Condado de Baltimore, 12 de abril de 1947 — Baltimore, 1 de outubro de 2013) foi um escritor americano. Ficou conhecido por seus thrillers políticos, e mais tarde adaptações de seus livros para os videojogos, dos quais os mais conhecidos são Rainbow Six e Splinter Cell. [ler mais]

 

Tom Clancy – Mestre da literatura de espionagem

 

O autor de romances de espionagem Tom Clancy morreu na terça-feira, aos 66 anos, num hospital de Baltimore. A confirmação foi dada ao The New York Times pelo seu editor. Ainda não se sabe a causa da morte.

É o criador do consultor e antigo agente da CIA Jack Ryan que chega à presidência dos Estados Unidos. Foi o criador do género techno-thriller. Os seus romances, que são muito documentados tecnologicamente, abordaram temas como o terrorismo nuclear, a guerra bacteriológica, a espionagem industrial ou entre Estados. Vários dos seus livros chegaram ao primeiro lugar do top dos livros mais vendidos nos EUA e foram adaptados ao cinema, entre eles A Caça ao Outubro Vermelho (Publicações Europa-América), Jogos de Poder, Perigo Imediato e A Soma de Todos os Medos.

Os seus romances também serviram de base para videojogos (A Caça ao Outubro Vermelho, Red Storm Rising, Rainbow Six, Splinter Cell). Em 1990, Clancy fundou a Red Storm Entertainment, que desenvolveu videojogos a partir das suas ideias e mais tarde foi comprada pela Ubisoft.

Em 2007, lembra a BBC no seu obituário online, Tom Clancy disse numa entrevista que deu a uma cadeia de televisão norte-americana que o seu sucesso como romancista lhe vinha da sua persistência e da investigação aprofundada que fazia para escrever os seus livros. Tinha, aliás, uma teoria : “Aprendemos a escrever como aprendemos a jogar golfe. Jogamos e continuamos a jogar até acertar [no buraco]. Muitas pessoas acreditam que alguma de coisa de místico nos acontece, que a musa nos beija o ouvido. Mas escrever não é uma inspiração divina – é fruto de muito trabalho.”

Foi a obra A Caça ao Outubro Vermelho, o seu primeiro romance que foi primeiro publicado pela Naval Institute Press antes de ser adquirido pela editora Putnam, em 1984, que o tornou conhecido. O Presidente Ronald Reagan ajudou na altura ao sucesso do livro, que vendeu mais de cinco milhões de exemplares, dizendo que era uma "narração perfeita". O romance foi adaptado ao cinema anos depois, em 1990, com Alec Baldwin a interpretar Jack Ryan, e Sean Connery na pele do capitão do submarino soviético, Marko Ramius. 

Mais tarde, a personagem de Jack Ryan foi interpretada no cinema por Harrison Ford, em Jogos de Poder e em Perigo Imediato. Em 2002, coube a Ben Affleck interpretar o agente da CIA em A Soma de Todos os Medos. Todos os filmes foram blockbusters. E em Dezembro, nos Estados Unidos estreará nos cinemas, realizado por Kenneth Branagh, Jack Ryan: Shadow One em que o actor Chris Pine interpretará o Jack Ryan em jovem, nos seus tempos de agente na CIA.

Tom Clancy nasceuem Baltimore. Licenciou-seem língua inglesa no Loyola College e foi agente de seguros antes de se tornar um escritor de best-sellers. Como não conseguiu entrar no exército por causa de problemas de visão, começou a escrever. É autor de 28 livros – incluindo o seu novo romance,Command Authority,  cuja publicação estava prevista para Dezembro nos Estados Unidos. [publico.pt]

 

 

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Quinta-feira, 3 de Outubro de 2013
Estreias - cinema

 

Estreiam, hoje os filmes: “Além da Estrada” de Charly Braun com Hugo AriasNaomi CampbellEsteban Feune de Colombi; “Eu e Tu” de Bernardo Bertolucci com Tea FalcoJacopo Olmo AntinoriSonia BergamascoVeronica Lazar; “Jogo de Risco” de Brad Furman com Ben AffleckJustin TimberlakeGemma Arterton; “Hannah Arendt” de Margarethe von Trotta com Barbara SukowaAxel MilbergJanet McTeer; “Rush - Duelo de Rivais” de Ron Howard com Daniel BrühlChris HemsworthOlivia Wilde; “Isto é o Fim!” de Evan GoldbergSeth Rogen com James FrancoJonah HillSeth RogenJay BaruchelDanny McBride e Emma Watson; “Reino Animal” de David Michôd com James FrechevilleGuy PearceJoel Edgerton; “A Parte dos Anjos” de Ken Loach com Paul BranniganJohn HenshawRoger Allam; “Ao Som de Um Outro Amor” de Ry Russo-Young com John KrasinskiOlivia ThirlbyRosemarie DeWitt; “Mahjong” de João Rui Guerra da MataJoão Pedro Rodrigues com João Rui Guerra da MataAnne PhamJoão Pedro Rodrigues; “Interior. Leather Bar.” de James FrancoTravis Mathews com Val LaurenChristian PatrickBrenden GregoryBrad Roberge.

 

“Eu e Tu”

Sinopse:

Lorenzo (Jacopo Elm Antinori), de 14 anos, é um jovem tímido e anti-social que, apesar disso, se recusa a cumprir uma existência banal. Do que mais gosta é ler e ouvir música. A sua maior ambição é viver só, sem conflitos, ruído ou qualquer tipo de interferência. Para isso, durante uma semana de férias, diz aos pais que vai esquiar com um grupo de amigos e resolve esconder-se na cave da sua casa. Mas tudo muda quando Olivia (Chá Falco), uma prima afastada, chega para uma visita inesperada. Conhecê-la vai alterar radicalmente a maneira como Lorenzo vê a vida. Olivia torna-se assim a sua melhor amiga e confidente, que lhe ensinará tudo o que ele nunca aprendeu sobre o mundo ou sobre como sobreviver nele...
Depois de "Os Sonhadores", em 2003, "Eu e Tu" marca o regresso à realização do veterano Bernardo Bertolucci ("O Último Tango em Paris", "O Último Imperador", "Um Chá no Deserto"). A história inspira-se na obra homónima escrita, em 2010, pelo italiano Niccolò Ammaniti. [cinecartaz.publico.pt]

  

“Hannah Arendt”

Sinopse:

Hannah Arendt (1906-1975), filósofa e jornalista judia, exilou-se nos EUA em 1941, após a fuga do campo de concentração de Gurs, durante os anos negros da Segunda Grande Guerra.  Em 1951, obteve cidadania norte-americana e nesse mesmo ano foi publicado o seu livro "As Origens do Totalitarismo". Esta obra tornou-se um clássico dentro da comunidade intelectual e lançou a sua carreira nos Estados Unidos. Em 1961, deslocou-se a Jerusalém para cobrir o julgamento do criminoso de guerra nazi Adolf Eichmann para a revista "The New Yorker" e o seu artigo, publicado em cinco partes, teve um enorme impacto mediático. As suas ideias foram alvo de críticas violentíssimas quer pela descrição dos conselhos judaicos, quer pela exposição da personalidade de Eichmann. Porém, a obra seguinte, "Eichmann em Jerusalém: Uma reportagem sobre a banalidade do mal", alcançou um lugar de destaque e grande respeito, ainda que sempre controverso, na maior parte dos debates acerca do Holocausto. Esse livro é hoje tido como uma das suas obras mais importantes.
Este filme, realizado por Margarethe von Trotta ("A Honra Perdida de Katharina Blum") é o retrato de um génio incompreendido, de alguém que se atreveu a fazer uma reflexão sobre o Holocausto de um modo absolutamente inovador e que, mesmo sob duras críticas, se manteve fiel às suas convicções. [cinecartaz.publico.pt]



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Quarta-feira, 2 de Outubro de 2013
Na mesa dos poetas

 

Camilo de Almeida Pessanha

(Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de Março de 1926)

foi um poeta português considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de antecipar o princípio modernista da fragmentação

 

Caminho

 

I

Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d_harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.

II

Encontraste-me um dia no caminho
Em procura de quê, nem eu o sei.
d Bom dia, companheiro, te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho
É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.
É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!... Foi no entanto
Que choramos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto.

III

Fez-nos bem, muito bem, esta demora:
Enrijou a coragem fatigada...
Eis os nossos bordões da caminhada,
Vai já rompendo o sol: vamos embora.
Este vinho, mais virgem do que a aurora,
Tão virgem não o temos na jornada...
Enchamos as cabaças: pela estrada,
Daqui inda este néctar avigora!...
Cada um por seu lado!... Eu vou sozinho,
Eu quero arrostar só todo o caminho,
Eu posso resistir à grande calma!...
Deixai-me chorar mais e beber mais,
Perseguir doidamente os meus ideais,
E ter fé e sonhar d encher a alma.

 

Camilo Pessanha

in 'Clepsidra'



publicado por bibliotecadafeira às 12:42
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Terça-feira, 1 de Outubro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: Nweti e o mar : exercícios para sonhar sereias

Autor e fotografia: José Eduardo Agualusa

Editora: Dom Quixote

Sinopse: Às palavras de José Eduardo Agualusa, preenchidas de poesia e de delicadeza, juntam-se, também, as suas fotografias. Neste livro descobrimos o poder dos sonhos, da amizade e do amor através do olhar de uma menina de seis anos. Com ela aprendemos que o nosso imaginário nos oferece caminhos mais fáceis de chegar à felicidade. Um livro para nunca deixarmos de sonhar.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



publicado por bibliotecadafeira às 16:26
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