O escritor brasileiro Moacyr Scliar, autor de livros como "O Exército de Um Homem Só", "O Centauro no Jardim" e "Max e os Felinos" (ed. Caminho), morreu esta madrugada, com 73 anos.
Moacyr Scliar, também médico especialista em Saúde Pública, encontrava-se internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e segundo o boletim médico citado pelo jornal brasileiro O Diário morreu na sequência de uma falência orgânica múltipla.
O escritor estava internado desde o passado dia 11 de Janeiro para ser submetido a uma cirurgia para extracção de tumores no intestino. Na sequência da operação sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e acabou por não resistir às complicações que surgiram.
Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre, a 23 de Março de 1937, e, apesar da sua formação em medicina, deixa um legado de mais de 70 livros. Em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O escritor foi galardoado três vezes com o prémio Jabuti, em 1988, em 1993 e em 2009. Em 1989 recebeu o prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte e, nesse mesmo ano, a distinção da Casa de las Americas.
Em Fevereiro de 2009, Moacyr Scliar esteve em Portugal para participar no Correntes d'Escritas, o encontro literário da Póvoa de Varzim onde se cruzam vários sotaques e línguas e cuja edição de 2011 terminou precisamente ontem. João Paulo Cuenca, que está em Portugal a lançar o seu último romance e esteve a participar este sábado no encontro de escritores de expressão ibérica esteve com Moacyr Scliar há pouco tempo. Os dois participaram num festival literário em Minas Gerais e estiveram juntos numa mesa com um moderador.
"Fiquei impressionado, como é que um escritor com dezenas de livros publicados, ele dizia que eram 80, continuava com tanta vitalidade a escrever, a publicar e participar de debates e mesas com a paciência e com a generosidade que ele tinha com novatos como eu", disse ao PÚBLICO o escritor carioca. Nessa altura os dois jantaram juntos e ficaram amigos. "Moacyr parecia muito mais saudável do que eu mesmo, por isso é chocante ele ter morrido". [publico.pt]