Joanne Rowling nasceu em julho de 1965, no Yate General Hospital, na Inglaterra. Passou a infância em Chepstow, Gwent, e estudou na Wyedean Comprehensive.
Jo deixou Chepstow para estudar na Exeter University, onde obteve um diploma de Francês e Línguas Clássicas; seu curso incluiu um ano em Paris. Após a graduação, ela se mudou para Londres e trabalhou como pesquisadora da Anistia Internacional, entre outros empregos. A série Harry Potter começou a ser escrita durante uma viagem de trem, que atrasou, entre Manchester e King’s Cross, em Londres. Durante os cinco anos seguintes, ela delineou os enredos para cada livro e começou a escrever o primeiro. [ler mais]
JK Rowling apresentou o novo livro, é para adultos e já vende milhões
O primeiro livro para adultos da autora da saga Harry Potter foi lançado nesta quinta-feira em Inglaterra. Dividiu a crítica mas foi um sucesso de vendas imediato. No Southbank Centre, em Londres, JK Rowling fez uma leitura da obra, um romance de denúncia social.
A apresentação levaria inevitavelmente a que JK Rowling, a autora de The Casual Vacancy, romance para adultos, fosse confrontada com JK Rowling, a criadora de Harry Potter, saga juvenil.
“Já escrevi para adultos anteriormente, antes de Harry Potter. Não tive que lutar para encontrar a minha voz”, disse ao entrevistador que a recebeu esta noite no Southbank Centre, em Londres, assinalando o lançamento do seu novo romance.
Numa apresentação iniciada às 19h30, perante uma plateia lotada com 900 espectadores e transmitida online para todo o mundo, Rowling leu excertos do romance que terá edição portuguesa em Novembro, pela Editorial Presença, e apontou que o cenário em que decorre The Casual Vacancy>, a cidade Pagford, na Inglaterra profunda, foi inspirado nos seus anos de juventude, crescendo “numa pequena sociedade”, habitada “por pessoas mais velhas e por pessoas de classes diferentes vivendo em diversos contextos”.
A obra, um retrato cruel da sociedade inglesa, das suas misérias, pequenos e grandes crimes e intrigas crescendo na sombra, não tem sido consensual entre a crítica, que, elogiando a clareza da escrita e a actualidade do tema, lhe denuncia uma certa previsibilidade narrativa.
Dos Estados Unidos chegou, através de Michiko Kakutani, do New York Times, uma das críticas mais negativas: “O mundo da vida real que ela [JK Rowling] retratou nestas páginas é tão deliberadamente banal, tão deprimentemente cliché que The Casual Vacancy não é apenas uma desilusão – é aborrecido”.
Nada que tenha tido correspondência na recepção pública ao lançamento inglês, que correspondeu às pré-encomendas recorde de 2,6 milhões de exemplares. “Registámos os melhores números de vendas de primeiro dia desde O Símbolo Perdido, de Dan Brown, em 2009”, revelou ao Mail Online um porta-voz da cadeia de livrarias Waterstones.
Em Portugal, a edição em Novembro terá números significativos: 50 mil exemplares. Os números não surpreendem, tendo em conta o fenómeno mediático em que se tornou Harry Potter, herói em livro (mais de 450 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo) e em tela de cinema. Fenómeno que, consequentemente, arrastou também a sua autora.
No Southbank Centre, os números de vendas não foram tema. Falou-se de The Casual Vacancy, “um estudo de vida na província”, um “romance inglês sólido, tradicional e convictamente pouco aventureiro”, como escreveu hoje o crítico do Guardian, Theo Tait. Falou-se dele para chegar à sua autora.
O livro acompanha em narrativas cruzadas as consequências da morte de Barry Fairbrother, presidente da câmara local, e do revelador jogo eleitoral que se segue: “os ricos em guerra com os pobres, os adolescentes em guerra com os pais, as mulheres em guerra com os maridos, os professores em guerra com os alunos”, lê-se na sinopse. Num romance de denúncia social onde abundam drogas, sexo e vernáculo, nos antípodas, portanto, do mundo de fantasia de Harry Potter, a morte é, afirmou o entrevistador no Southbank Centre, um tema recorrente. “A morte e a mortalidade são uma obsessão minha e não percebo como não o são para todos”, afirmou Rowling, imediatamente depois de classificar a maternidade como “um processo contínuo de perda”, e imediatamente antes de lançar um aparte descontraído ao público: “Isto está mesmo animar toda a gente”.
A apresentação desta nova JK Rowling, autora de ficção para adultos, vagueou entre o peso da referida obsessão com a morte, pormenores como o respeito pela religião Sikh – “é o Sikhismo que define a moralidade neste livro; a Igreja Anglicana está lá, mas grande e vazia” – e, claro, as constantes remissões a Harry Potter. [publico.pt]