Deolinda é um grupo de música popular portuguesa (MPP), inspirado pelo fado e pelas suas origens tradicionais. O projecto musical surgiu em 2006, quando os irmãos Pedro da Silva Martins e Luís José Martins (ex-Bicho de 7 Cabeças) convidaram a prima, Ana Bacalhau, então vocalista dos Lupanar, para cantar quatro canções que tinham escrito. Após perceberem que a voz da prima se adequava na perfeição às rimas e melodias por eles criadas, convidaram também José Pedro Leitão, contrabaixista dos Lupanar (actual marido de Ana Bacalhau), para se juntar aos três, nascendo assim os Deolinda.
O tema "Contado Ninguém Acredita" foi incluído na compilação Novos Talentos de 2007, lançado pelas lojas FNAC.
Em 21 de Abril de 2008, foi lançado o disco de estreia, Canção ao Lado. Desde então, em finais de Outubro de 2008, chegou à sua posição cimeira, o 3º lugar, do Top Oficial da AFP, a tabela semanal dos 30 álbuns mais vendidos em Portugal, tendo saído (e reentrado) por duas vezes nos primeiros tempos, ficado um total de quatro semanas fora desta tabela. [ler mais]
Álbum Deolinda mostram como vêem a música em 'Mundo pequenino'
‘Mundo pequenino’ é o terceiro álbum dos Deolinda, que sucede a ‘Dois selos e um carimbo’ (2010) e ‘Canção ao lado’ (2008), registos que tiveram sucesso em Portugal, e que levaram o grupo a uma bem-sucedida internacionalização.
Pelo meio gravaram um álbum ao vivo, fruto de um concerto no Coliseu de Lisboa, no qual revelaram a música ‘Parva que sou’, cuja repercussão os ultrapassou e os levou a reflectir sobre o que fazem.
O contrabaixista José Pedro Leitão conta que, com aquela música, os Deolinda chegaram às pessoas de outra maneira e que eles próprios se sensibilizaram, como cidadãos, com o sucesso inesperado, adoptado como uma espécie de hino de uma geração precária.
As 14 novas músicas de ‘Mundo pequenino’ são assinadas pelo guitarrista Pedro Silva Martins e as letras estão marcadas por essa cidadania activa, optimista, não resignada, em relação ao que rodeia os Deolinda.
Exemplo disso é o tema ‘Algo de novo’, espécie de nova carta de intenções da banda, quando Ana Bacalhau canta ‘Eu, contigo, hei de por isto na rua/que eu também sinto que o melhor está para vir’.
Às guitarras dos irmãos Luís José Martins e Pedro Silva Martins, ao contrabaixo de José Pedro Leitão e à voz de Ana Bacalhau, neste disco juntam-se mais instrumentos: o piano de Joana Sá, a bateria de Sérgio Nascimento, sopros, cordas e ainda António Zambujo, no dueto ‘Não ouviste nada’.
Para a produção, chamaram o britânico Jerry Boys, porque procuravam uma visão de fora, que enriquecesse musicalmente as novas canções, explicou Ana Bacalhau.
A ideia era refinar a sonoridade dos Deolinda, cuja matriz está embebida na música popular, tradicional e no fado, como acontece no exercício linguístico que é a canção ‘Concordância’, em que entram a bateria, uma tuba e um trompete, ou em ‘Semáforo da João XXI’, com o piano de Joana Sá, em diálogo com a guitarra acústica.
Muitas das canções foram feitas na estrada, em digressão, mas as histórias nelas cantadas estão próximas dos portugueses, o que faz de tudo isto um "mundo pequenino", disseram. [noticiasaominuto.com]