José Bento de Almeida e Silva Nascimento (Pardilhó, Estarreja, 17 de novembro de 1932) é um poeta e tradutor português, e importante divulgador da cultura hispânica em Portugal, tendo começado a fazer traduções do espanhol para o português há mais de meio século
Fez os seus primeiros estudos em Pardilhó, continuando-os no Porto e em Lisboa, onde concluiu, em 1955, o curso do extinto Instituto Comercial de Lisboa e ingressou no ensino secundário, que abandonou para trabalhar em diversas empresas. Ainda estudante colaborou no jornal "O Concelho de Estarreja" e em algumas revistas de poesia como Árvore, Sísifo, Eros e Cadernos do Meio-Dia. Foi um dos fundadores, nos anos 50, da revista de poesia Cassiopeia. De 1963 a 1969, fez parte da redacção da revista O Tempo e o Modo. Publicou crítica literária em jornais e revistas, designadamente na Colóquio-Letras e na Brotéria.
Só nos finais dos anos setenta é que José Bento deu a público dois livros, Sequência de Bilbau e In Memoriam, onde continua o verso livre dos seus primeiros textos mais representativos, o qual se aproxima, pela amplidão e pela disciplina a que se sujeita, do versículo bíblico. Cruza-se, assim, a sua poesia, cujo carácter meditativo ou religioso num sentido amplo está em perfeita consonância com o verso escolhido, por via do discursivismo em que inequivocamente aposta, com a que, na década de setenta, procura alternativas válidas para a tendência antidiscursivista dominante nos anos sessenta. A sua atividade de tradutor de poesia em língua castelhana toca a sua própria produção poética, pelo trato íntimo que essa atividade proporciona: por vezes a intertextualidade com os poetas que traduz é visível na sua poesia.[ler mais]
José Bento distinguido com Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2013
O tradutor português José Bento foi distinguido com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2013 pelo livro "Sítios", editado pela editora Assírio & Alvim, revelou a Fundação Luís Miguel Nava.
O prémio, de cinco mil euros, é atribuído com periodicidade bienal e José Bento sucede a Hélder Moura Pereira, vencedor em 2011, com a obra "Se as coisas não fossem o que são".
Instituído pela Fundação Luís Miguel Nava desde 1997, por vontade expressa em testamento do poeta e ensaísta português, falecido em 1995, o galardão teve periodicidade anual até 2009, tendo sido Sofia de Mello Breyner Andresen a primeira vencedora com a obra “O búzio de cós”.
Fernando Echevarría, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Manuel António Pina, Luís Quintais, António Ramos Rosa, Pedro Tamen e A. M. Pires Cabral e Helder Moura Pereira foram os outros contemplados com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava.
O júri deste ano foi constituído, como habitualmente, por quatro membros da direção da Fundação Luís Miguel Nava - Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz e Luís Quintais - e por um elemento convidado, o poeta e ensaísta Fernando J. B. Martinho. [ionline.pt]
Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.