A Google fez as primeiras concessões aos autores e editores europeus relativamente aos direitos de autor, na tentativa de amolecer a oposição de vários países da União Europeia relativamente ao seu projecto para digitalizar e colocar em linha os milhões de livros publicados mas que já não estão disponíveis para venda nas livrarias.
Realizou-se a primeira sessão da audição que a Comissão Europeia está a fazer sobre este projecto da empresa que está por detrás do motor de busca mais usado da Web, que tem a oposição jurada da Itália e da Alemanha, por exemplo.
A oferta da Google, destinada a acalmar os receios de que crie um monopólio de direitos de autor, é que os livros publicados e ainda comercializados na Europa não poderão ser vendidos em formato electrónico pela Google nos Estados Unidos – a não ser que exista uma autorização expressa dos detentores dos direitos de autor, adianta a agência AFP.
Esta oferta foi feita numa carta enviada este fim-de-semana pela Google a várias organizações nacionais de editores europeus, que fizeram soar os sinais de alerta face ao acordo conseguido pela empresa da Califórnia com os editores e autores norte-americanos.
O acordo assinado pela Google em Outubro previa que a empresa pudesse vender, sem ter de solicitar autorização, livros europeus que não estivessem disponíveis no mercado norte-americano.
Ora este compromisso levantou uma onda de receios na Europa. A Associação de Editores Italianos estimava, na sexta-feira, que este preceito “viola vários pontos da Convenção de Berna sobre os Direitos de Autor", que afirma a necessidade de um acordo prévio para toda a utilização das obras.
Agora, a Google oferece a garantia de que “os livros que estiveram estiverem disponíveis para venda na Europa serão considerados como comercialmente disponíveis [nos Estados Unidos]”, adianta a AFP, que teve acesso ao documento, discutido ontem em Bruxelas. “Estes livros só poderão ser propostos aos utilizadores americanos do Google com autorização expressa dos detentores dos direitos de autor”, estipula o comunicado da Google.
Mais, a empresa convida dois representantes europeus – um ligado aos editores e outro aos autores – para a direcção do serviço de registos de direitos de autor que o acordo assinado com editores e autores norte-americanos já previa, para fazer a gestão dos direitos de autor (a Google deverá receber 37 por cento dos lucros ligados à comercialização de obras digitalizadas, e os editores e autores 63 por cento). [publico.pt]
Não é uma estreia. Mas é um regresso em força depois de uma tentativa tímida e falhada no início da década. Ontem, e numa altura em que o sector dos e-books está agitado, a centenária livraria Barnes&Noble, cujo império se fundou nos tradicionais livros de papel, anunciou uma nova aposta no mercado dos livros electrónicos, que tem tido dificuldades em arrancar.
No site da livraria estão agora 700 mil e-books para serem descarregados (ainda significativamente menos do que os 1,2 milhões de livros impressos que estão disponíveis para compra online). Meio milhão dos e-books na Barnes&Noble são textos no domínio público e podem ser lidos gratuitamente - estão no site graças a uma parceria com a Google, que se tem empenhado em digitalizar todo o tipo de obras. Os restantes 200 mil livros electrónicos custam 9,99 dólares (sete euros), um valor que, para descontentamento dos editores, se tornou o padrão neste mercado, depois de ter sido adoptado pela poderosa livraria online Amazon.
Com esta reentrada no mundo dos livros digitais, a Barnes&Noble torna-se a maior livraria de e-books. A Amazon, que tem tentado impulsionar o sector através do leitor Kindle, tem para venda cerca de 330 mil títulos neste formato. E a Sony, que fabrica o Sony Reader, disponibiliza 600 mil e-books, boa parte dos quais também digitalizados pela Google.
A abordagem da Barnes&Noble é, porém, muito diferente da estratégia da Amazon. A livraria online vende e-books que só podem ser lidos no Kindle. Neste caso, pode-se comprar e descarregar e-books em 60 segundos em qualquer altura, graças a uma ligação sem fios (que só funciona nos EUA).
Já a Barnes&Noble permite que os seus livros sejam lidos em vários dispositivos, em vez de obrigar um leitor a comprar um aparelho específico. Os clientes desta livraria podem ler e-books no computador ou em smartphones, como o iPhone e o Blackberry - mas não o poderão fazer nem no Kindle, nem no Sony Reader. A empresa assinou já um acordo de exclusividade com a Plastic Logic, que tem agendado para o próximo ano o lançamento de um aparelho para concorrer com o leitor da Amazon. [publico.pt]
A Wook.pt, a maior livraria virtual portuguesa, coloca a partir de hoje um milhão de livros grátis na Internet, numa iniciativa inédita de promoção da leitura, anunciou hoje a Porto Editora, proprietária desta livraria on-line.Nos próximos dias, livros como A Viagem do Elefante, A Vida num Sopro ou O Priorado do Cifrão estarão disponíveis a preço zero", refere a Porto Editora, num comunicado enviado à Lusa, aludindo aos mais recentes livros de José Saramago, José Rodrigues dos Santos e João Aguiar.