O pintor Júlio Resende morreu esta quarta-feira, em Valbom, Gondomar, aos 93 anos. O corpo do artista ficará em câmara-ardente na igreja paroquial de Valbom.
Júlio Resende, nascido no Porto a 23 de Outubro de 1917, frequentou as Escolas de Belas-Artes do Porto e de Paris, tendo iniciado a sua actividade artística como ilustrador em semanários infantis e na imprensa diária ainda quando era jovem.
Em 1946, ano em que apresentou a sua primeira exposição em Lisboa, José Resende obteve uma bolsa de estudo no estrangeiro do “Instituto para a Alta Cultura”, tendo sido nesta sua passagem pela Europa, em especial por Paris e Madrid, onde teve contacto com as obras de Picasso e Goya, que Júlio Resende despertou para a pintura abstraccionista.
"Mas eu queria, efectivamente, ser pintor! Talvez o destino me tenha proporcionado o primeiro passo. Aurora Jardim, figura conhecida nos meios literários e jornalísticos do Porto, intercedera junto do pintor Alberto Silva que dirigia, então, a Academia Silva Porto, para que eu viesse a frequentar as lições de pintura aí ministradas. Comprei a primeira caixa de tintas «a sério», e aprendi a colocar as cores na paleta, segundo as boas regras", escreveu o pintor, no site Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, instituição onde está reunido um espólio de cerca de dois mil desenhos que Júlio Resende reuniu ao longo da sua carreira.
Na década de 1950, o pintor fixa-se no Porto, partilhando o tempo entre a arte e o ensino. Por influência da região, a gente do mar passou a constituir o tema dominaste da sua pintura, tendo apresentado a sua obra em exposições individuais em países como Espanha, Bélgica, Noruega e Brasil. Por vários anos, foi o representante de Portugal em exposições colectivas nas Bienais de Veneza, Ohio, Londres, Paris e São Paulo, nesta última destacando-se em 1951, quando venceu o Prémio Especial da Bienal. Em 1959, volta a surpreender, conseguindo uma menção honrosa, e dez anos depois, vence o Prémio Artes Gráficas na Bienal de Artes de S. Paulo, com ilustrações do romance "Aparição".
Nos anos 1960, Resende interessou-se ainda por projectos de decoração e arquitectura, colaborando na decoração do Palácio da Justiça de Lisboa, para onde realizou seis painéis em grés. No Porto, criou dois painéis cerâmicos para o Hospital de São João e ainda o gigantesco painel de azulejos "Ribeira Negra" existente à saída do tabuleiro inferior da Ponte de D. Luís I. Os painéis acabariam mesmo por se tornarem num dos seus trabalhos mais apreciados.
Júlio Resende foi nomeado Membro da Academia Real das Ciências, Letras e Belas-Artes Belgas, em 1972, e em 1982 recebeu as insígnias de Comendador de Mérito Civil de Espanha atribuídas pelo Rei de Espanha.
Em Portugal foi distinguido com o Prémio AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) em 1985. [publico.pt]
O pintor inglês Lucian Freud morreu esta quarta-feira à noite, aos 88 anos, em Londres. O artista plástico morreu na sequência de uma doença súbita, disse William Acquavella, das Acquavella Galleries, galerista de Freud, citado pelo New York Times. Neto do célebre psicólogo Sigmund Freud, Lucian emigrou, com a família, da Alemanha para Inglaterra no início dos anos 30 para fugir ao regime nazi, tendo adquirido naturalidade britânica em 1939.
Ingressou no mundo da arte cedo, iniciando os estudos na Central School Of Art, em Londres, cidade onde morreu nesta quarta-feira à noite, aos 88 anos.
Lucian Freud aproximou-se, numa primeira fase, da estética do surrealismo, mas durante os anos 1950 muda de registo estilístico. Começa a pintura de retratos, geralmente de nus humanos acompanhados de objectos, recorrendo à técnica de impasto.
"Eu pinto as pessoas não pelo que elas parecem, não exactamente como elas são, mas como elas deviam ser", disse o autor das pinturas "Naked Man With The Rat" e "After Cézanne".
Vinculado a uma linguagem figurativa, centrada na representação do corpo humano, pintou familiares e amigos no seu atelier durante décadas. Numa entrevista por ocasião de uma exposição do pintor no Centro Georges Pompidou, em Paris, em 2010, Freud sublinhava a importância da confiança e da intimidade com os modelos e das atmosferas. Uma ideia que atravessou a sua carreira, a atender a uma entrevista datada de 1974: "Trabalho a partir das pessoas que me interessam e com as quais me preocupo, em espaços em que eu vivo e conheço".
Num estudo sobre a cena artística londrina dos anos 60, o crítico de arte John Russell destacava na obra de Freud a relação entre o pintor e o corpo pintado, associando-a à "mais clássica relação do século XX, a do inquisidor e o inquirido".
Lucian Freud preferia a designação de biólogo – a sua outra profissão – à de artista, ressalvando a sua distância dos pintores românticos e da própria herança da psicanálise, desenvolvida pelo avô. Ao longo de uma carreira de cerca de 60 anos, o artista concentrou-se na representação da fisionomia humana, relegando para segundo plano a psicologia.
"Eu quero que a pintura seja carne. Para mim o quadro é a pessoa", disse em 2010, acrescentando que, embora apreciasse o orgânico, não lhe chegava reproduzi-lo. A "intensificação do real" foi o caminho que escolheu para pintar o "lado animal" do corpo humano.
Além do nu reflexivo – salientado numa exposição permanente de corpos obesos, desproporcionados e enrugados - que domina a obra do pintor, nascido em Berlim a 8 de Dezembro de 1922, o neto mais célebre de Sigmund Freud interessou-se ainda pela intertextualidade com pinturas de artistas como Cézanne, Watteau e Chardin, cujos quadros reinterpretou à sua maneira.
Em Portugal, "Naked Girl with Egg", uma obra da autoria do pintor britânico, pode ser vista, desde a passada sexta-feira, na Fundação EDP, no Porto, no âmbito da exposição "My Choice", composta por obras da colecção do British Council seleccionadas por Paula Rego. [publico.pt]
O escultor inglês de origem indiana Anish Kapoor e a actriz britânica Judi Dench foram dois dos laureados dos Prémios Praemium Imperiale, um dos mais altos galardões culturais japoneses, que distingue anualmente cinco personalidades do mundo artístico.
O pintor norte-americano Bill Viola, o arquitecto mexicano Ricardo Legorreta e o músico japonês chefe de orquestra Seiji Ozawa receberam igualmente a prestigiosa distinção, atribuída às várias disciplinas artísticas. Os vencedores foram anunciados no final do dia de segunda-feira simultaneamente em Londres, Paris, Roma, Nova Iorque e Tóquio.
O prémio, no valor de 15 milhões de ienes (aproximadamente 130 mil euros), distingue as personalidades que se tenham destacado "pelo impacto que intencionalmente tiveram nas artes e pelo seu papel enriquecedor na comunidade global". A distinção é uma iniciativa da Japan Art Association, apoiada pela família imperial japonesa. O Prémio Praemium Imperiale destina-se às áreas da pintura, escultura, arquitectura, música e teatro/cinema.
O prémio para os jovens artistas foi dividido pela primeira vez por duas organizações britânicas, a The Royal Court Young Writers Programme e a Southbank Sinfonia, as duas situadas em Londres. A distinção, no valor de 21.500 euros, foi anunciada na segunda-feira numa conferência de imprensa em Londres. Criado em 1997, o prémio dos jovens artistas distingue anualmente uma organização ou instituição que favoreçam a integração dos jovens nas profissões artísticas.
O Reino Unido foi assim o grande vencedor da edição dos prémios deste ano, somando aos dois artistas, Kapoor e Dench, as duas instituições. A rainha de Inglaterra felicitou os vencedores numa recepção que aconteceu depois do anúncio no Buckingham Palace.
O Prémio Praemium Imperiale é entregue deste 1989, sendo já um marco no mundo das artes. A cerimónia de entrega dos prémios está marcada para o dia 19 de Outubro em Tóquio. [publico.pt]
O pintor norte-americano Cy Twombly, um dos mais singulares continuadores do expressionismo abstracto, morreu em Roma, aos 83 anos.
Muito influenciado, tal como outros artistas da sua geração, pelos grandes nomes do expressionismo abstracto, como Jackson Pollock, Arshille Gorky ou Willem de Kooning, Twombly, que vivia em Itália desde os anos 50, foi-se contudo distanciando daquele movimento, tal como fizeram os seus amigos Robert Rauschenbeg e Jasper Johns, criadores da pop art.
Embora acolhesse nas suas obras muitos elementos da cultura popular, Twombly seguiu outros caminhos e é um pintor mais difícil de catalogar. Atraído pela cultura e literatura europeias, desde o classicismo grego e latino até ao modernismo, a sua obra está cheia de alusões literárias e referências mitológicas, de Vírgílio a Mallarmé ou Rilke.
Numa entrevista a Nicholas Serrota, director da Tate Modern – que exibiu uma grande retrospectiva de Twombly em 2008 –, o pintor afirma que “se pudesse escolher, gostaria de ter sido [Nicolas] Poussin”. Esta sua assumida afinidade com o pintor francês do século XVII serviu mesmo de pretexto a uma exposição inaugurada há dias na galeria Dulwich, em Londres, que associa obras de Poussin e Twombly, mostrando os laços que unem dois artistas separados por mais de três séculos. [publico.pt]
A pintora Maria Flores, 32 anos, venceu o Prémio Rainha Isabel de Bragança, no valor de 2000 euros, atribuído pelo XXIV Salão Primavera do Casino Estoril, que é inaugurado no próximo sábado, anunciou ontem a organização.
Maria Flores, licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, tinha sido já distinguida no XVII Salão de Primavera com uma Menção Honrosa, em 2005, e em 2004 foi a primeira classificada do Prémio de Pintura -- Cena D'Arte, promovido pela Câmara de Lisboa
A tela vencedora este ano, em acrílico, intitula-se "New Born" e passará integrar a coleção de arte da Estoril Sol.
O júri foi constituído por Nuno Lima de Carvalho, diretor da galeria de arte do Casino, o pintor e crítico de arte da AICA Edgardo Xavier, Jaime Silva, pela pintora Isabel Sabino, coordenadora do curso de pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e o arquiteto e pintor argentino Cohen Fusé.
O júri atribuiu ainda 11 menções honrosas, nomeadamente aos pintores Ana Teles, Elias Gato, Filipe Cortez, Gonçalo Gonçalves, Hugo Marques, Mariana Carvalho, Mariana Moura, Mário Vitória, Rui Neto, Sara Belo e Vânia Coelho.
Todos estes artistas integram o Salão de Primavera onde estarão também patentes telas de Analice Campos, André Borges, Ângela Rodrigues, Carlos Mensil, Cristina Troufa, Diogo Costa, Diogo Goes, Fernanda Lima, Flávia Costa, Isabel Quaresma, Janina, Joana Lacerda, Jorge Marinho, Lara Roseiro, Luís Malho, Maísa Champalimaud, Manuel Penteado, Mara Costa, Maria da Câmara e Tiago Doliveira. [dn.pt]
O pintor dominicano Candido Bidó, um dos artistas plásticos mais representativos, morreu de ataque cardíaco, confirmaram fontes médicas.
Candido Bidó foi um dos mais importantes pintores dominicanos dos últimos 40 anos e as suas obras estão espalhadas em vários pontos do Globo como Estados Unidos, Europa e Médio Oriente.
O artista criou um centro cultural em Bonao, município do centro do país de onde era natural, além de partilhar os seus conhecimentos na Escola Nacional de Belas Artes e na escola de pintura da Força Aérea.
Nas suas obras, Candido Bidó, que recebeu do Governo francês a insígnia de Cavaleiro da ordem das Artes e das Letras, utilizava cores intensas como o azul, amarelo e o laranja. [cmjornal.pt]
A pintora, figurinista e cenógrafa Vera Castro, 63 anos, morreu esta madrugada no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC).
A professora aposentada encontrava-se internada no IPO há cerca de uma semana.
Num comunicado, a ESTC lamenta a morte de Vera Castro, e considera este "um momento de grande perda para a cultura em Portugal".
Aposentada da ESTC desde 2007, Vera Castro trabalhou como cenógrafa e figurinista para espetáculos de teatro e ópera com encenadores como Ricardo Pais, José Wallenstein, João Lourenço, Ana Tamen, Jorge Listopad, Rogério de Carvalho, Nuno Carinhas, Filipe La Féria e Cucha Carvalheiro.
Criou ainda figurinos para obras de Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Né Barros, Rui Lopes Graça e Mehmet Balkan.
Como pintora, está representada na coleção do Ministério da Cultura e em coleções particulares. Realizou exposições, entre outros espaços culturais, na Casa da Cerca, em Almada (2002), e na Galeria do Teatro Municipal de Almada (2007).
Prémio Estrela da Manhã de cenografia
Obteve em 1993 o Prémio da crítica de Cenografia, por "Estrelas da Manhã".
Nascida em Angola, a 11 de Setembro de 1946, viria a estudar pintura em Lisboa, na Escola António Arroio e na Escola Superior de Belas-Artes, e, mais tarde, gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.
Ingressou no ensino nos anos 1970, e foi requisitada pela ESTC em 1991, onde lecionou até 2007 técnicas de desenho e pintura, figurinos, cenografia e cenotécnica. [expresso.pt]
O pintor grego Yannis Moralis, um dos mais célebres do país e que integrou a chamada «Geração de 30» de artistas gregos, morreu, aos 93 anos, em Atenas.
Nascido em 1916, em Arta, no oeste da Grécia, Yannis Moralis fundou, em 1949, com os principais pintores do país, como Nicos Hatzikyriakos-Ghikas, Yannis Tsarouchis, Nicos Engonopoulos, Nicos Nicolau ou Panayotis Tetsis, o grupo Armos que veio a dominar o mundo das artes visuais gregas.
A sua primeira exposição individual data de 1959, em Atenas e, após uma fase figurativa, Yannis Moralis enveredou, nos anos 70, para um «severo sistema geométrico», inspirado nas escolas do construtivismo e Bauhaus.
O pintor envolveu-se também profundamente na cenografia teatral e na ilustração das obras de dois Prémios Nobel da Poesia, ambos gregos, Georges Séferus e Odysseas Elytis.
Será apresentada ao público, no dia 28 de Março, pelas 17h00, a exposição de pintura "Áxis Mundi" de Alexandra de Pinho na Galeria Ao-Quadrado.
Esta exposição estará patente até ao dia 2 de Maio.
O artista Katsumi Tsue é o vencedor da XIII edição do Prémio Ibérico de Pintura Doñana, que atribuiu o segundo lugar a Victor Pulido e o terceiro a Moises Mahique, todos residentes em Espanha.
De acordo com a organização do galardão, os vencedores foram escolhidos pelo júri entre 19 finalistas apurados num total de 216 concorrentes, 50 dos quais portugueses.
Katsumi Tsue irá receber um prémio pecuniário de 4.000 euros, Victor Pulido 3.200 euros e Moises Mahique 2.500 euros, indicou a fonte.
As obras dos 19 finalistas - entre elas uma pintura de Ana Pais Oliveira, a única portuguesa seleccionada para a final - poderão ser vistas até dia 20 de Abril na Pinacoteca de Almonte, Espanha, enquanto que em Portugal poderão ser conhecidas no Convento de S. Paulo, no Redondo, de 16 de Maio a 30 de Junho.
Com esta parceria entre as duas entidades, além da dinamização cultural entre os países ibéricos, a organização do galardão pretende também a apresentação e divulgação das obras de artistas plásticos e companhias de dança de Portugal e de Espanha.
A Fundação Henrique Leote é uma instituição sem fins lucrativos, constituída em 2000 para o estudo, recuperação e desenvolvimento da identidade cultural das populações raianas, em especial dos naturais e residentes no concelho de Redondo.
A Universidade do Porto (UP) e o Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR) instituíram 2009 como o Ano de Pousão, assinalando desta forma o 150º aniversário do nascimento do pintor Henrique Pousão.
Considerado um dos mais importantes pintores portugueses do século XIX, Henrique Pousão é também um dos mais ilustres antigos alunos da universidade portuense, formado em Desenho Histórico, Arquitectura Civil, Escultura e Pintura Histórica na Academia Portuense de Belas-Artes, antecessora directa da actual Faculdade de Belas-Artes da UP.
Em comunicado, a universidade considera que «o percurso artístico de Henrique Pousão foi curto, mas notável (o pintor faleceu, por doença, com apenas 25 anos de idade)».
«Reconhecido e acarinhado por figuras maiores da cena artística portuguesa como Soares dos Reis, o jovem artista produziu uma vasta e original obra afirmada com surpreendente confiança dada a sua juventude», acrescenta a UP.
A maior parte desse corpo de desenhos e pinturas foi entregue, por vontade expressa do pai do artista, à Academia Portuense de Belas-Artes.[diariodigital.pt]
Títulos disponíveis sobre o pintor.