"acho que Emerson escreveu algures que uma biblioteca é uma espécie de caverna mágica cheia de mortos. e esses mortos podem renascer, podem voltar à vida quando abrimos as suas páginas." [BORGES, Jorge Luis in Este ofício de poeta]

Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2014
Autor da semana: Miguel Miranda

 

Miguel Miranda, de nome completo Miguel Paulo Barrosa Pinto de Miranda (Porto, 18 de Maio de 1956) é um escritor português. Obteve o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (Associação Portuguesa de Escritores) em 1996 com o livro Contos à Moda do Porto; O prémio Caminho de Literatura Policial em 1997 com o livro O Estranho Caso do Cadáver Sorridente; O Prémio Fialho de Almeida SOPEAM 2011 com o livro A Maldição do Louva-a-Deus. A sua obra percorre os géneros literários do romance, do conto e da literatura policial, com uma pequena incursão na literatura infanto-juvenil. [ler mais]

 

 

“A fome do Licantropo e outras histórias” - o novo livro de Miguel Miranda - será apresentado na biblioteca municipal de Santa Maria da Feira a 22 de março de 2014.

 

Miguel Miranda, Um invulgar 'profissionário'

A pergunta repete-se e a resposta também não varia. Está a escrever um novo livro? Está sim. Ainda não saiu “A Fome do Licantropo e outras Histórias”, que chega às livrarias na próxima sexta, 24, e Miguel Miranda já mergulhou num novo romance. E acrescenta: "Na editora já lá deixei outro, um policial. Este que agora comecei talvez saia em 2015". Escrever, para este médico, nascido no Porto, em 1956, é um "prazer enorme", que o transporta para os mais inesperados mundos. Como os das personagens que compõem este "profissionário". São adivinhos, exumadores, jardineiros, quiromantes e usuários que ora têm uma vida exuberante por fora, ora escondem um universo sem limites por dentro. Um A a Z sobre artes, ofício e vocações que deixaria boquiaberto qualquer funcionário de um centro de emprego. Ficção em estado puro, numa inesgotável vontade de contar histórias e retratar almas. [visão.sapo.pt]

 

Títulos, deste autor, na biblioteca municipal.



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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2014
Na mesa dos poetas

Caranguejola


Ah, que me metam entre cobertores,
E não me façam mais nada!...
Que a porta do meu quarto fique para sempre fechada,
Que não se abra mesmo para ti se tu lá fores!

Lã vermelha, leito fofo. Tudo bem calafetado...
Nenhum livro, nenhum livro à cabeceira...
Façam apenas com que eu tenha sempre a meu lado
Bolos de ovos e uma garrafa de Madeira.

Não, não estou para mais; não quero mesmo brinquedos.
Pra quê? Até se mos dessem não saberia brincar...
Que querem fazer de mim com estes enleios e medos?
Não fui feito pra festas. Larguem-me! Deixem-me sossegar!...

Noite sempre plo meu quarto. As cortinas corridas,
E eu aninhado a dormir, bem quentinho– que amor!...
Sim: ficar sempre na cama, nunca mexer, criar bolor –
Plo menos era o sossego completo... História! Era a melhor das vidas...

Se me doem os pés e não sei andar direito,
Pra que hei-de teimar em ir para as salas, de Lord?
Vamos, que a minha vida por uma vez se acorde
Com o meu corpo, e se resigne a não ter jeito...

De que me vale sair, se me constipo logo?
E quem posso eu esperar, com a minha delicadeza?...
Deixa-te de ilusões, Mário! Bom édredon, bom fogo –
E não penses no resto. É já bastante, com franqueza...

Desistamos. A nenhuma parte a minha ânsia me levará.
Pra que hei-de então andar aos tombos, numa inútil correria?
Tenham dó de mim. Co'a breca! levem-me prá enfermaria! –
Isto é, pra um quarto particular que o meu Pai pagará..

Justo. Um quarto de hospital, higiénico, todo branco, moderno e tranquilo;
Em Paris, é preferível, por causa da legenda...
De aqui a vinte anos a minha literatura talvez se entenda;
E depois estar maluquinho em Paris fica bem, tem certo estilo...

Quanto a ti, meu amor, podes vir às quintas-feiras,
Se quiseres ser gentil, perguntar como eu estou.
Agora no meu quarto é que tu não entras, mesmo com as melhores maneiras...
Nada a fazer, minha rica. O menino dorme. Tudo o mais acabou.

Mário de Sá-Carneiro

in  “Últimos Poemas”, Paris, Novembro 1915



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Terça-feira, 28 de Janeiro de 2014
Sugestão de leituras

 

título: Este livro está a chamar-te (não ouves?)

autora: Isabel Minhós Martins

ilustradora: Madalena Matoso

editora: Planeta Tangerina

sinopse: Este livro está a chamar-te (não ouves?) Não é nenhuma novidade que os livros têm vozes lá dentro. Algumas falam, outras cantam, outras gritam... e outras sussurram.
Neste livro, há uma voz que chama os leitores com insistência, uma voz que ora se aproxima, ora se afasta, e que parece empenhada em fazer chegar os leitores a qualquer lugar.
De quem será esta voz? E onde nos levará ela?
Para o descobrirmos, teremos de atravessar uma floresta, um rio e uma tempestade e seguir as pistas deixadas pelo caminho.
No final, talvez cheguemos à conclusão de que os grandes amigos não se fazem a correr. A confiança não se conquista num piscar de olhos e um amigo exige tempo e paciência.
Preparados para viver esta aventura?

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2014
Músico da semana: Eric Clapton

Eric Patrick Clapton (Ripley, 30 de março de 1945) é um guitarrista, cantor e compositor britânico. Apelidado de Slowhand, foi considerado o segundo melhor guitarrista da história pela revista norte-americana Rolling Stone.

Embora seu estilo musical tenha variado ao longo de sua carreira, Clapton sempre teve suas raízes ligadas ao blues. Clapton foi considerado inovador pelos críticos em várias fases distintas de sua carreira, atingindo sucesso tanto de crítica quanto de público e tendo várias canções listadas entre as mais populares de todos os tempos, tais como "Layla", "Wonderful Tonight" e a regravação de "I Shot the Sheriff", de Bob Marley. [ler mais]

 

 

Reedição de CDs de Eric Clapton

[JÁ DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA MUNICIPAL]

 

 “Give Me Strength: The '74/'75 Recordings” celebra o período entre Abril de 1974 e Junho de 1975, quando Eric Clapton produziu 3 icónicos álbuns: “461 Ocean Boulevard”, “There's One In Every Crowd”, e ainda “E.C. Was Here”. São esses trabalhos que estão incluídos nesta fantástica reedição, com todos os temas remasterizados e em versão alargada. “461 Ocean Boulevard” traz ainda 4 outtakes raros, enquanto “There's One In Every Crowd” inclui ambos os lados do single “Knockin' On Heaven's Door” e 2 temas inéditos: “Burial” e “Fools Like Me”. Já “E.C. Was Here” não foi apenas remasterizado, como também remixado. São 2 os CDs dedicados a este trabalho, com extras nunca antes divulgados, como versões alternativas de “Layla” e “Little Wing”.

 

 

Títulos, deste músico, disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014
Autor da semana: Flávio Capuleto

 

Flávio Capuleto, pseudónimo literário de Flávio Luís de Jesus Costa, nasceu no concelho de Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, a 29 de novembro de 1942.
A sua paixão pelos livros manifestou-se cedo, levando-o a publicar diversos romances, edições de autor, que vendeu diretamente ao público. Ganhou também a vida como vendedor de coleções de literatura universal. Conheceu a amarga experiência da Guerra Colonial, sendo-lhe concedida a Medalha Comemorativa das Campanhas do Norte de Angola. De regresso da campanha militar,prosseguiu os estudos como autodidata, sem nunca perder de vista o seu sonho: tornar-se escritor. No Calor dos Trópicos é o seu primeiro romance histórico. [ler mais]

 

 

O novo livro de Flávio Capuleto “Inferno no Vaticano” será apresentado, a 01 de fevereiro, pelas 17.00h no auditório da biblioteca municipal de Santa Maria da Feira.

 

Sinopse:

Há um morto nas catacumbas do Vaticano. Francesco Barocci, curador do Tesouro, é encontrado sem vida na Sala das Relíquias. Foi assassinado: chuparam-lhe o sangue. Há bispos e cardeais em pânico. Um português, o inspector Luís Borges, e uma simbologista, a escaldante Valeria Del Bosque, encarregam-se da investigação. Um tesouro que todos conhecem e todos querem esconder, uma conspiração que ameaça o Papa, uma sociedade secreta que semeia as igrejas de cadáveres.
São estes os mistérios que o inspector e a simbologista têm de decifrar. Uma batalha cruel, florentina, com mais ouro e sexo do que incenso e mirra.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
Na mesa dos poetas

Dispersão

 

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.

(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:

Porque um domingo é familia,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem familia).

O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que te abismaste nas ânsias.

A grande ave dourada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.

Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traíu a si mesmo.

Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projecto:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projecto.

Regresso dentro de mim,
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.

Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.

Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo

A sua bôca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.

(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!...)

E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.

Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.

Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...

Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas pra se dar...
Ninguém mas quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...

E tenho pêna de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...

Desceu-me nalma o crepusculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.

Alcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em uma bruma outonal.

Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, mas permaneço...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

 

Mário de Sá-Carneiro

in 'Dispersão'

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2014
Sugestão de leituras

 

Título: Nicomedes, o careca

Autor e ilustrador: Pinto & Chinto

Editora: Kalandraka

Sinopse: Nicomedes não encontra nenhuma solução perfeita para a sua calvice prematura. A cada alternativa para voltar a ostentar a sua abundante cabeleira, sucede-se um inesperado e incómodo inconveniente, cada um mais surrealista que o anterior, que o deixa novamente calvo: desde um cabeleireiro que lhe aparece na cabeça e lhe corta a cabeleira a uma velhinha que dela se aproveita para tricotar… Mas felizmente, e antes de eventualmente perder a paciência - e a cabeça -, ocorre-lhe uma ideia muito prática.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2014
Autor da semana: Afonso Cruz

 

Afonso Cruz nasceu em 1971, na Figueira da Foz e estudou nas Belas Artes de Lisboa, no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e na António Arroio. É escritor, músico, cineasta e ilustrador.

Afonso Cruz publicou, até à data, treze livros de ficção: A Carne de Deus, em 2008, um thriller satírico e psicadélico; Enciclopédia da Estória Universal, em 2009, um engenhoso e divertido exercício borgesiano com o qual venceu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco e Os Livros que Devo­ra­ram o Meu Pai, em 2010, livro infanto-juvenil vencedor do Prémio Literário Maria Rosa Colaço de 2009. A este seguiram-se, também em 2010, A Boneca de Kokoschka - Prémio da União Europeia para a Literatura - e A Contradição Humana, vencedor do Prémio Autores 2011 SPA/RTP, escolhido para a exposição White Ravens 2011, menção especial do Prémio Nacional de Ilustração, Lista de Honra do IBBY (International Board on Books for Young People) e Prémio Ler/Booktailors na categoria Melhor Ilustração Original. Em 2011 publicou o livro O Pintor Debaixo do Lava-Loiças e em 2012 "Enciclopédia da Estória Universal - Recolha de Alexandria" e "Jesus Cristo Bebia Cerveja" Prémio Time Out - Melhor Livro do Ano. Em 2013 saíram os livros "Enciclopédia da Estória Universal - Arquivos de Dresner", "O Livro do Ano", "O Cultivo de Flores de Plástico", "Assim, Mas Sem Ser Assim" e "Para Onde Vão os Guarda-Chuvas". Para além disso, colaborou, na edição portuguesa do Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas com o ficcional "Síndroma da Culpa Absoluta"; no livro Prazer da Leitura com o conto O Cavaleiro Ainda Persegue/A Mesma Donzela; na novela policial O Caso do Cadáver Esquisito; n' Antologia de Ficção Científica Fantasporto; na antologia de contos de literatura fantástica Volluspa; no livro Histórias Daninhas; no Isto Não É um Conto e "21 Cartas de Amor"; no livro Micro-Enciclopédia; no romance colectivo A Misteriosa Mulher da Ópera. Assina uma crónica mensal no Jornal de Letras, Artes e Ideias sob o título Paralaxe. [ler mais]

 

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2014
Juan Gelman: 1930 - 2014

 

Deixa uma obra marcada pelo amor, a dor e a morte. Lutou contra a ditadura militar responsável pelo assassinato do seu filho e foi forçado ao exílio em 1976. Nunca deixou de se bater pelos direitos humanos, contra qualquer forma de poder absoluto.

Disse numa entrevista ao diário El País no ano passado, quando já estava muito doente, que não desprezava a vida, mas que também não temia a morte. Depois de décadas de poesia e de resistência, marcadas pela morte do filho às mãos da ditadura, o argentino Juan Gelman morreu esta terça-feira, na Cidade do México, onde vivia. Tinha 83 anos.

“Não creio que chegue aos 100 anos”, disse ao jornal espanhol. “E ainda que queira ver casar os meus netos e ter algum bisneto, acredito que Deus, se existe, deve estar entediadíssimo com a sua eternidade.”

Gelman, que segundo a imprensa espanhola morreu tranquilamente, rodeado de familiares, sofria de uma disfunção ligada à medula óssea. “Cada día/ me acerco más a mi esqueleto”, escreve num poema em que fala da morte que se aproxima, disponível no site do El País. “Esqueleto saqueado, pronto/ no estorbará tu vista ninguna veleidade./ Aguantarás el universo desnudo.”

Autor de uma vasta obra em que a crítica social e política assume papel de destaque, foi por amor que começou a escrever, dedicando os seus primeiros poemas às paixões de juventude em Buenos Aires, onde nasceu. Esqueceu-se desses primeiros versos, mas não se esqueceu do nome de uma delas – Ana –, conta o El País.

Apesar de ter também assinado textos de prosa e até traduções, foi com a poesia, que a mãe sempre duvidou que viesse a servir para o sustentar, que Gelman se afirmou: Violín y otras cuestiones (1956), El Juego en que andamos I (1959), Velorio del solo (1961), Cólera Buey (1965), Fábulas (1971) e Hacia el Sur (1982) estão entre os seus títulos mais populares, num percurso que lhe valeu vários prémios, como o Cervantes (2007), o mais importante das letras espanholas, o Neruda (2005) ou o Rainha Sofia de Poesia Latino-americana (2005).

Nas actas em que justificavam a escolha de Gelman, os júris dos vários prémios salientaram com frequência a sua lírica centrada nas coisas simples do dia-a-dia, nas pessoas e na natureza, atenta à injustiça e sensível à dor dos outros.

Filho de emigrantes ucranianos, deve ao irmão mais velho, Boris, que lhe dava a conhecer os grandes autores russos no original, língua que o então ainda muito jovem Juan Gelman desconhecia, boa parte do seu fascínio pela poesia e pela obra de Dostoievski, que começou a ler aos oito anos. Seguiram-se, segundo o diário francês Libération, Aleksandre Puchkine e os grandes clássicos espanhóis, como Luis de Góngora, Lope de Vega e Francisco de Quevedo.

Um reencontro

O combate contra a ditadura na Argentina viria a marcar a sua vida e a sua obra. Um ano antes do golpe de Estado de 1976 que levou ao poder a junta militar de Emilio Eduardo Massera, na sequência do qual se veria obrigado a deixar o país, Juan Gelman entrou para os Montoneros, guerrilheiros ligados à oposição de esquerda, de que mais tarde se distanciaria. Esta associação, assim como a que mantinha com vários grupos de escritores que se opunham frontalmente ao regime, como Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa, valeram-lhe uma ordem de captura que só seria levantada em 1988, ano em que trocou o seu exílio Europeu pelos Estados Unidos e, pouco depois, pelo México. [...][publico.pt]

 



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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014
Sugestão de leituras

 

Título: Assim, mas sem ser assim: considerações de um misantropo

Autor e ilustrador: Afonso Cruz

Editora: Caminho

Sinopse:

«O meu pai diz que passo muito tempo em casa, diz que devo comunicar com as pessoas, e eu, claro, obedeço porque o meu pai costuma dar bons conselhos e usa barba. Muito bem, disse-lhe eu, mas o que significa misantropo?»
Um brilhante conjunto de situações e de personagens do quotidiano com um acento de reflexão sobre a atualidade social - a Crise - de forma acessível e sensível aos mais jovens.

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal. 



publicado por bibliotecadafeira às 18:16
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Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2014
Músico da semana: Bruce Springsteen

 

 

Bruce Frederick Joseph Springsteen (Long Branch, 23 de setembro de 1949) é um influente cantor, compositor, violonista e guitarrista dos Estados Unidos. Em sua carreira, iniciada em 1969, Bruce já recebeu vários prêmios importantes, como vinte Grammys, quatro American Music Awards e um Óscar.

Bruce, em suas letras, deixa evidenciado seu patriotismo, e é uma espécie de porta-voz dos trabalhadores, muitas vezes mencionados em suas canções. O álbum Born to Run está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. [ler mais]

  

 

Não é um álbum típico de Bruce Springsteen, mas é tipicamente Springsteen

 

 

“Há aquele velho ditado que diz ‘a luz do comboio que se aproxima torna a mente mais focada’”, riu-se Bruce Springsteen numa entrevista recente à Rolling Stone. Perguntavam-lhe pelo ritmo das edições desde que, em 2002, se juntou à E Street Band para gravar The Rising. Sete anos separaram esse disco do anterior, The Ghost of Tom Joad. Desde The Rising, porém, editou seis álbuns. O último saiu esta segunda-feira. Intitula-se High Hopes e não é um álbum convencional de Bruce Springsteen – é a primeira vez que lança um disco em que reúne versões e canções deixadas inacabadas em estúdio ou canções interpretadas ao vivo mas nunca gravadas.

O título do álbum, que é também o título do primeiro single, mostra-nos, porém, que High Hopes é obra do homem que conhecemos há muito: o músico que cartografou o espírito do americano comum, o cantor que ergue a voz contra os desmandos de quem tem demasiado poder nas mãos e uma relação complicada com a moral.

Springsteen tinha então citado o ditado da luz a aproximar-se e tinha-se rido depois de o citar. O entrevistador insistirá: “Mas vê um comboio a vir na sua direcção?” Ao que Springsteen responde: “Você não vê? Que idade tem?” Trinta e dois anos, responde o jornalista. E Springsteen ri-se mais um pouco. “Ah. Ainda não o vês. Mas ele está a aproximar-se.” O Boss tem 64 anos. E não sabemos se a luz que se aproxima começa a ser preocupante. Certo é que o mundo que o rodeia e a passagem dos anos tem estimulado nele uma urgência no gesto criativo pouco comum nos veteranos da sua geração. O seu último álbum, o celebrado Wrecking Ball, foi editado em 2012 – era um álbum de denúncia da ganância corporativa que levou à crise financeira global; um álbum de retratos de vidas caídas em desespero e um álbum que procurava a esperança indispensável para que um futuro, outro futuro, possa ser ambicionado. […] [publico.pt]

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.

 



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Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2014
Autor da semana: Gastão Cruz

 

Gastão Santana Franco da Cruz (Faro, 20 de Julho de 1941) é um poeta, crítico literário e encenador português.

Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino secundário e leitor de Português no King's College, pertencente à Universidade de Londres.

Como poeta, o seu nome aparece inicialmente ligado à publicação colectiva Poesia 61 (que reuniu Gastão Cruz, Casimiro de Brito, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta), uma das principais contribuições para a renovação da linguagem poética portuguesa na década de 60. Como crítico literário, coordenou a revista Outubro e colaborou em vários jornais e revistas ao longo dos anos sessenta - Seara NovaO Tempo e o Modo ou Os Cadernos do Meio-Dia (publicados sob a direcção de Casimiro de Brito e António Ramos Rosa). Essa colaboração foi reunida em volume, com o títuloA Poesia Portuguesa Hoje (1973), livro que permanece hoje como uma referência para o estudo da poesia portuguesa da década de sessenta. [ler mais]

 

Mário de Carvalho e Gastão Cruz distinguidos pela Fundação Inês de Castro

 

O romancista Mário de Carvalho venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2013 com o livro de contos "A liberdade de Pátio" e o poeta Gastão Cruz recebeu o prémio de carreira, disse à Lusa fonte da fundação.

O prémio literário e o de carreira foram atribuídos por unanimidade aos dois escritores por um júri composto pelo catedrático José Carlos Seabra, pelo escritor Mário Cláudio, pelo poeta e ensaísta Fernando Guimarães, pelo tradutor e poeta Frederico Lourenço e pelo escritor e crítico literário Pedro Mexia.

Mário de Carvalho e Gastão Cruz receberão os prémios a 15 de março na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro, que vai na sétima edição, distingue anualmente obras literárias sobre motivos do "mito inesiano".

Maria do Rosário Pedreira, Pedro Tamen, Teolinda Gersão, José Tolentino de Mendonça, Hélia Correia e Gonçalo M. Tavares venceram as edições anteriores do Prémio Literário. [rtp.pt

 

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Quarta-feira, 8 de Janeiro de 2014
Na mesa dos poetas

 

Mário de Sá Carneiro

Lisboa, 19 de maio de 1890 — Paris, 26 de abril de 1916

 

poeta contista e ficcionista português é um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu

 

Quási

 

Um pouco mais de sol - eu era brasa,

Um pouco mais de azul - eu era além

Para atingir, faltou-me um golpe de asa...

Se ao menos eu permanecesse aquém...

 

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído

Num grande mar enganador d´espuma;

E o grande sonho despertado em bruma,

O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...

 

Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,

Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...

Mas na minh´alma tudo se derrama...

Entanto nada foi só ilusão!

 

De tudo houve um começo... e tudo errou...

- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim...

Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,

Asa que se elançou mas não voou...

 

Momentos de alma que desbaratei...

Templos aonde nunca pus um altar...

Rios que perdi sem os levar ao mar...

Ânsias que foram mas que não fixei...

 

Se me vagueio, encontro só indícios...

Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;

E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,

Puseram grades sobre os precipícios...

 

Num ímpeto difuso de quebranto,

Tudo encetei e nada possuí...

Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei mas não vivi...

 

Um pouco mais de sol - e fora brasa,

Um pouco mais de azul - e fora além.

Para atingir faltou-me um golpe d´asa...

Se ao menos eu permanecesse aquém...

 

Mário de Sá-Carneiro

in 'Dispersão'

 

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Terça-feira, 7 de Janeiro de 2014
Sugestão de leituras

 

Título: Um nome para o cão: uma conversa entre uma rapariga e um rapaz

Autor e ilustrador: Ivan Chermayeff

Editora: Bruaá

Sinopse:

Este livro faz-se com a conversa entre um rapaz e uma rapariga que tentam dar um nome a um cão. Que género de cão? Não sabemos. O cão ainda não existe, ou melhor, existe mas ainda não lhes pertence. Mas será um ele ou uma ela?
Dar um nome a um animal é um assunto muito sério e nem sempre fácil, especialmente se houver um casamento em jogo e os noivos não conseguirem chegar a um acordo. As escolhas são infinitas, porque há nomes mais alegres que outros, nomes só com quatro letras, nomes com cores, nomes de sítios como Faro ou Casablanca, nomes que para nós são simples, mas para outros complicados. E como será o cão? Amigável? Corajoso? Grande ou pequeno? Já alguém baptizou um cão de Tenente-General? Se estão a pensar nisso, fiquem a saber que já existe um chamado Major-General. Já agora fiquem também a saber como acaba esta conversa. Se é que ela acaba...

 

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Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2014
Músico da semana: Juana Molina

 

 

 

Juana Molina (01 de outubro de 1962, Buenos Aires) é uma cantora, compositora e atriz argentina. É filha do cantor de tango Horacio Molina e da atriz Chunchuna Villafañe.

Joana Molina cresceu em um ambiente musical, ao seis anos de idade começou a aprender a tocar violão com seu pai, um notável cantor de tango. Em 1976, após o golpe de estado na Argentina, sua família fugiu do país e viveu exilada em Paris até 1981.

Iniciou sua carreira artística em 1988 como atriz de televisão na Argentina, no programa humorístico La Noticia Rebelde (alusão ao filme estadunidense A noviça rebelde. O sucesso de seuas atuações fizeram com que ganhasse seu próprio programa, Juana y sus hermanas (alusão a outro filme americano, Hannah e suas irmãs, de Woody Allen), um quadro sobre o mundo da língua hispânica, pelo qual ela se tornou mais conhecida na América Latina.

Em 1996 ela passou se dedicar à carreira de cantora. As letras em seus álbuns são cantadas em espanhol e acompanhadas por violão acústico, entre outros instrumentos. [ler mais]

 

JÁ DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA MUNICIPAL

 

 

Juana Molina arrisca-se a ser ouvida

 

Durante o hiato editorial de cinco anos, Juana Molina viu-se apanhada no campo gravitacional da guitarra eléctrica. "Wed 21" mostra-a a tentar domar o instrumento como método para não repetir os discos anteriores

A música da argentina Juana Molina cresceu discretamente nos auscultadores. Durante muito tempo, a cantora não quis que a vizinhança percebesse aquilo a que se dedicava. “Se me ouvirem a fazer determinadas coisas, ficam conscientes da minha existência e não quero isso. Não quero que pensem em mim”, diz num tom que pode soar a resmunguice (mas não é) e a misantropia (talvez um bocadinho). 
Ainda hoje, prefere que o interior das suas paredes seja imperscrutável. Provavelmente porque, durante três intensos anos, protagonizou a sitcom Juana y sus Hermanas e foi uma actriz idolatrada pela lupa da televisão, popular o suficiente para cada gesto ser observado em câmara lenta. Mas depois fartou-se de ser aquilo que nunca quis ser, fez as contas à vida durante uma gravidez, largou a ficção no pequeno écrã e foi à procura de algo mais real, uma música que começou a escarafunchar dentro de si.
Tinha já 32 anos, uma passadeira vermelha estendida para uma carreira a saltitar entre papéis que nunca deixassem esquecer o original e, afinal, queria antes dedicar-se a uma pop pouco fadada a ser exibida na mesma televisão que beijava cada centímetro de solo em que calcasse os pés. Nas primeiras subidas a palco, tremiam-lhe as pernas e a voz. E o seu público não lhe perdoou a traição quando percebeu que não se tratava de um capricho domingueiro. Não tanto, ainda assim, por Juana ter mudado de vida, mas sobretudo por ter optado por uma via em que recusava a adoração dos seus fiéis. Que poderiam fazer com aquela música, entre a sofisticação electrónica e a crueza tribal nas mãos? “Reagiram muito mal, mas isso já foi há 20 anos”, diz sem saudade.
Juana Molina ainda se sentiu tentada a regressar com as propostas que iam caindo para ressuscitar a personagem que tão assertivamente enterrara. Só uma vez cedeu, ao aceitar a proposta publicitária de uma operadora telefónica. E recomeçaram os convites financeiramente obscenos para não atirar mais terra sobre o passado. Mas não funcionou. Até porque, finalmente, começou a não deixar que a ameaça da curiosidade da vizinhança se sobrepusesse a certos apetites musicais. Wed 21, o seu quinto álbum, traz para a linha da frente a guitarra eléctrica, instrumento que até agora Molina tratava com uma delicadeza que mais facilmente se imagina a acariciar o pêlo de um gato. 
“Antes, só muito nova tinha tocado guitarra eléctrica e estudado jazz”, explica-nos na varanda da Casa Independente, em Lisboa, onde tocou há um par de semanas. “O papel da eléctrica era semelhante ao da acústica. Vivia num apartamento muito pequeno, de uma só divisão, vizinhos por todo o lado, e tocava muito gentilmente.”
Daí que, ao redescobrir agora o instrumento, se tenha sentido na obrigação de rever todas as suas convicções sobre música a acolher ou escorraçar do seu gosto. “Percebi até o mundo do heavy metal, porque não é o mesmo ouvi-lo sem ter tocado”, entusiasma-se. “Finalmente percebi por que o fazem – é o som que nos diz: ‘Faz-me isto’. É curioso porque confirma a ideia de que os instrumentos nos dizem o que fazer com eles.” E uma das coisas que a guitarra lhe deu a entender é que podia tratá-la com menos cautelas: entre o quase silêncio de quem não quer acordar a casa do lado e o exagero de quem chicoteia as cordas sem a memória muscular de que há um amplificador a ajudá-la nesse gesto.
Confusa e perdida
Em 2011, Juana Molina esteve ligada a uma experiência em que teve de repetir para si mesma: “não posso ser uma control freak”. O projecto Congotronics vs. Rockers, que promovia uma ponte entre os grupos renovadores da tradição musical congolesa (Konono nº1 ou Kasaï All Stars) e umas quantas luminárias do universoindie ocidental (Molina e Deerhoof, por exemplo), sugar-lhe-ia muita da energia e da disponibilidade criativa. Sabe que “podia ter assumido a liderança num segundo”, mas precisava mesmo de se refrear – até porque teria sido contra todas as regras de boa etiqueta chamar a si a chefia de algo que não lhe pertencia. Em vez disso, teve de lutar interiormente contra o impulso contínuo de tomar de assalto as operações.
Essa postura foi parcialmente recuperada para Wed 21. Juana Molina teve de aprender a gerir algum desapego da certeza absoluta em cada passo. O novo álbum parte precisamente daí: “Não queria simplesmente fazer o que já tinha feito, sabendo ao mesmo tempo que não me poderia afastar muito daquilo que sou”. Essa foi a regra que se impôs. Tão lata e tão complicada de domar que depois de avançar dez passos numa direcção — “não sei se foi para a frente ou para trás”, admite — teve de retroceder “talvez uns quatro” para sentir que a sua assinatura ainda fazia sentido e não acabara numa espécie de autoexílio criativo, rodeada de paisagens absolutamente inóspitas.
“Sei exactamente como fazer os discos anteriores e podia ter feito outro talvez tão bom, menos bom, ligeiramente melhor, mas dentro da mesma linha. Mas já tinha quatro discos daqueles, por isso fiquei um pouco confusa e perdida.” Ou seja, os dez passos de que Juana nos fala foram uma daquelas fugas cegas que num filme de acção implicaria arranhões na cara, uma queda que a deixasse manca e um precipício como destino final evitado no derradeiro segundo. “Todo o ambiente das gravações foi um pouco assim, sem saber o que estava a fazer”, conta. E as indecisões a acumularem-se de acordo com o mesmo código processual das canções: por camadas. Esta pista entra ou não? Este instrumento, com ou sem? Por isso, confrontada com o pânico de ter de tomar decisões pouco convictas, Molina diz que habitualmente deixa “manter o ‘com’ até já não o suportar mais e depois fica ‘sem’”. “Não sei se é pior arrependemo-nos do que fizemos ou do que não fizemos”, desabafa. A culpa, castigadora, é sempre a mesma: a sensação – e não a certeza – de que pode não estar a arriscar o suficiente. […] [ipsilon.publico.pt]

 



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Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2014
Autor da semana: Mário Zambujal

 

Mário Joaquim Marvão Gordilho Zambujal (Moura, 5 de Março de 1936) é um escritor e jornalista português.

Tornado conhecido da maioria dos portugueses como jornalista desportivo na RTP, como apresentador do "Domingo Desportivo", colaborou para além da televisão em programas de rádio, dos quais se destaca o "Pão com Manteiga", na Rádio Comercial com Carlos Cruz.

Foi também jornalista de A Bola, chefe de redação do jornal desportivo Record,do jornal O Século e do Diário de Notícias, diretor do jornal de espetáculos Se7e e do semanário Tal & Qual, e colunista do diário 24 Horas.

Também foi autor de guiões de várias séries de televisão, como "Lá em casa tudo bem" (juntamente com Raul Solnado e Nuno Teixeira), "Isto é o Agildo", Nós os Ricos, e Os Imparáveis. [ler mais]

 

«O diário oculto de Nora Rute» é o novo livro de Mário Zambujal, editado mais uma vez pelo Clube do Autor.

«Nora Rute é uma personagem de romance e, ao escrever o seu diário, vai escrevendo, no desconhecimento do que virá a seguir, o seu próprio romance. Ao mesmo tempo, acrescenta-lhe o registo de acontecimentos e usos que marcaram um ano (1969) desde a chegada do Homem à Lua à moda da minissaia, das manifestações estudantis a guerras em África, aos bares e cafés de Lisboa. 
Narrativa de marcada originalidade, «O diário oculto de Nora Rute» coloca os leitores no caminho irrequieto de uma jovem que desafia as regras, as de uma sociedade machista de um pai austero. Predominam as personagens  que são membros da família, não só uma misteriosa tia Nanda, a prima Mé mas um quase desconhecido que parece ter conquistado, em definitivo, o amor de Nora Rute. E um primo ribatejano que lhe revelará o reverso das luzes e sombras da cidade.
Ao colocar-se na sua mente de uma forma travessa, Mário Zambujal, sem abandonar o seu estilo próprio de escrita, incorpora-o no espírito e na conduta de uma jovem que descreve no seu diário a agitação dos seus dias.» [diariodigital.pt]

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal



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Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
Músico da semana: Anna Calvi

 

Anna Calvi (Londres, 1982) é uma cantora e compositora britânica de indie rock. Anna tem sido comparada a artistas como Patti Smith, PJ Harvey e Siouxsie Sioux.

Em 2011 edita o álbum de estreia homónimo, sendo nomeado para o Mercury Prize 2011, concorrendo assim, com os álbuns de Adele e PJ Harvey, sendo o prémio atribuído a Harvey. Ainda no mesmo ano, Calvi foi incluída na lista BBC Sound of 2011, que elege os 15 artistas mais promissores.[ler mais]

 

[BREVEMENTE NA BIBLIOTECA MUNICIPAL]

 

Anna Calvi: 'Ser vulnerável não é uma fraqueza'

Com o primeiro disco arrebatou Brian Eno e Nick Cave. Agora regressa com One Breath, onde expõe um período da sua vida em que se sentiu "fora de controlo". Ontem esteve no Porto, esta noite toca em Lisboa.

Quando lançou o disco homónimo de estreia, em Janeiro de 2011, foram vários os nomes consagrados da música mundial que se levantaram para elogiar Anna Calvi. Brian Eno (produtor, entre outros, de gente como U2 e David Bowie) chegou mesmo a dizer que a cantora, compositora e guitarrista britânica era “o acontecimento musical mais importante desde Patti Smith”. Nas palavras do ex-Roxy Music, a música da londrina “é repleta de inteligência, romance e paixão”. Os ingredientes certeiros para engrossar a lista de seguidores, com Nick Cave a assumir-se como o admirador que se seguiu a Eno.

O apoio dos dois veteranos serviu, naturalmente, de rampa de lançamento, mas o talento de Anna Calvi fez o resto. Com o disco de estreia correu o mundo em digressão, vendeu milhares de cópias numa altura em que os discos mal se vendem e acabou 2011 nomeada para o Mercury Prize, a distinção mais importante na área da música no Reino Unido.

Em Setembro desse ano, quando actuou no Porto e em Lisboa em nome próprio pela primeira vez (a estreia tinha acontecido meses antes no Optimus Alive), extasiou os espectadores com as suas canções intensas e uma força invulgar em palco, que lhe parece sair das entranhas. Fora de palco, Anna Calvi revela-se como a pessoa mais frágil do mundo. Além de falar muito baixinho, aparenta ser bastante tímida e as respostas são sempre frases curtas. Em disco, porém, a voz é altiva, majestosa até. Essa ambiguidade está patente no novo One Breath, um disco que diz ser mais pessoal do que o anterior Anna Calvi, composto depois da morte de um familiar próximo.

Depois de um disco de estreia tão bem recebido, sentiu a pressão do sucessor?

Nem por isso. Senti mais pressão no primeiro disco porque não fazia ideia se alguém o iria ouvir. Essa sensação é muito mais assustadora. Como só escrevo sobre o que gosto não há nada, à partida, exterior a determinar o que vou fazer. Logo, também não há pressão.

O título One Breath refere-se a quê?

Explica a temática do disco: assinalar um momento de mudança forçada. Além disso, transmite a sensação de estar fora de controlo que senti quando estava a escrever as canções. Essa sensação pode ser assustadora, mas também excitante e acho que há um balanço entre essas coisas.

O que provocou esse descontrolo?

Coisas que aconteceram na minha vida pessoal, como a morte de um familiar... Mas tenho optado por não falar disto nas entrevistas. Basicamente essa ideia de estar a perder o controlo veio à superfície e, às tantas, percebi que estava a escrever canções sobre essa experiência e não tentei combater.

Este é um disco mais pessoal do que o anterior?

Sim, sem dúvida.

Não teve medo de se expor em demasia?

Não. Até porque ser vulnerável não é uma fraqueza, mas sim algo que nos fortalece. E a música pode ser terapêutica, uma maneira de explorar o que estamos a sentir a um nível muito íntimo e pessoal e, até, encontrar uma forma de ultrapassar a situação.

Sendo um disco tão pessoal, como quer que as pessoas se relacionem com ele?

Não me cabe a mim decidir isso, não é algo que consiga controlar. Mas quando comecei a compor, queria que o disco reflectisse um espectro alargado de emoções, que tivesse momentos de beleza e outros mais feios, de modo a que estes extremos pudessem coexistir, um pouco como acontece na vida do dia-a-dia.

Em termos sonoros, também é mais experimental. Foi algo que quis deliberadamente fazer?

Sim, queria brincar mais e experimentar coisas novas. Não queria fazer novamente o mesmo disco. Queria evoluir e, nesse aspecto, redescobrir a discografia de Tom Waits foi algo que me interessou. Especialmente a forma como ele utiliza as percurssões e as guitarras. Fá-lo de forma totalmente original.

Mas há claramente uma nova amplitude sonora, com vários momentos ambíguos entre distorção e coisas mais orquestrais, entre uma voz segura numa canção e frágil noutra...

Isso tem a ver, mais uma vez, com o que se estava a passar na minha vida pessoal. Mas independentemente dos problemas que enfrentamos, acho que acaba por ser sempre assim: às vezes sentimo-nos fortes e poderosos, como se nada nos conseguisse atingir, e depois não é preciso muito para acontecer uma reviravolta e sentimo-nos bastante vulneráveis. Inconscientemente isso passou para o disco e há um sentimento constante de desconstrução que obriga a que se tenha que erguer tudo outra vez.

Daí a interpretação também ser mais teatral?

Aí já não concordo, até porque faz-me alguma confusão quando usam a palavra ‘teatral’ para me tentarem definir. Não há nada ensaiado no que faço, não estou a actuar. Trabalho, claro, faço experiências, mas as coisas saem-me com naturalidade.

Mesmo em palco, onde assume uma postura de femme fatal que não tem no dia-a-dia?

Actuar faz sobressair o meu lado mais destemido e, no dia-a-dia, não sei como aceder a esse lado. A música é o único canal para chegar lá. Por isso, não é uma personagem que sobe o palco. Sou genuinamente eu, mas um eu que só aparece quando estou a actuar. Continuo reservada com quem acabo de conhecer e a música não mudou isso em mim.

Ainda assim, neste disco parece uma mulher mais forte e intensa do que na estreia.

Acho que é a mesma, mas agora está num lugar diferente. A experiência de termos de lidar com algo difícil obriga-nos a entrar em contacto com um lado nosso mais forte. Talvez seja isso que ouve em One Breath. [sol.sapo.pt]

 

 

 

 



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Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
Autor da semana: José Bento

 

José Bento de Almeida e Silva Nascimento (Pardilhó, Estarreja, 17 de novembro de 1932) é um poeta e tradutor português, e importante divulgador da cultura hispânica em Portugal, tendo começado a fazer traduções do espanhol para o português há mais de meio século

Fez os seus primeiros estudos em Pardilhó, continuando-os no Porto e em Lisboa, onde concluiu, em 1955, o curso do extinto Instituto Comercial de Lisboa e ingressou no ensino secundário, que abandonou para trabalhar em diversas empresas. Ainda estudante colaborou no jornal "O Concelho de Estarreja" e em algumas revistas de poesia como Árvore, Sísifo, Eros e Cadernos do Meio-Dia. Foi um dos fundadores, nos anos 50, da revista de poesia Cassiopeia. De 1963 a 1969, fez parte da redacção da revista O Tempo e o Modo. Publicou crítica literária em jornais e revistas, designadamente na Colóquio-Letras e na Brotéria.

Só nos finais dos anos setenta é que José Bento deu a público dois livros, Sequência de Bilbau e In Memoriam, onde continua o verso livre dos seus primeiros textos mais representativos, o qual se aproxima, pela amplidão e pela disciplina a que se sujeita, do versículo bíblico. Cruza-se, assim, a sua poesia, cujo carácter meditativo ou religioso num sentido amplo está em perfeita consonância com o verso escolhido, por via do discursivismo em que inequivocamente aposta, com a que, na década de setenta, procura alternativas válidas para a tendência antidiscursivista dominante nos anos sessenta. A sua atividade de tradutor de poesia em língua castelhana toca a sua própria produção poética, pelo trato íntimo que essa atividade proporciona: por vezes a intertextualidade com os poetas que traduz é visível na sua poesia.[ler mais]

 

José Bento distinguido com Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2013

 

O tradutor português José Bento foi distinguido com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2013 pelo livro "Sítios", editado pela editora Assírio & Alvim, revelou a Fundação Luís Miguel Nava.

O prémio, de cinco mil euros, é atribuído com periodicidade bienal e José Bento sucede a Hélder Moura Pereira, vencedor em 2011, com a obra "Se as coisas não fossem o que são".

Instituído pela Fundação Luís Miguel Nava desde 1997, por vontade expressa em testamento do poeta e ensaísta português, falecido em 1995, o galardão teve periodicidade anual até 2009, tendo sido Sofia de Mello Breyner Andresen a primeira vencedora com a obra “O búzio de cós”.

Fernando Echevarría, António Franco Alexandre, Armando Silva Carvalho, Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Manuel António Pina, Luís Quintais, António Ramos Rosa, Pedro Tamen e A. M. Pires Cabral e Helder Moura Pereira foram os outros contemplados com o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava.

O júri deste ano foi constituído, como habitualmente, por quatro membros da direção da Fundação Luís Miguel Nava - Carlos Mendes de Sousa, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz e Luís Quintais - e por um elemento convidado, o poeta e ensaísta Fernando J. B. Martinho. [ionline.pt]

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.

 



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Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2013
Músico da semana: Gisela João

 

 

Gisela João é uma fadista portuguesa.Começou a interessar-se pelo fado com oito anos. Com 16/17 anos, Gisela foi cantar para a “Adega Lusitana”, em Barcelos. Foi para o Porto, em 2000, para estudar design mas rapidamente começou a cantar numa casa de fado.Em 2008 gravou o seu primeiro álbum a solo "O meu fado" - Estúdios Conquista. Em 2009 gravou um álbum com os Atlantihda. É depois um dos nomes convidados no disco de Fernando Alvim. Participou como fadista no filme "O Grande Kilapy" (2012).

É considerada uma das maiores revelações do fado no feminino dos últimos anos para o jornalista António Pires. [ler mais]

 

  

 

 

 

Gisela João é disco do ano

 

Gisela João é o disco do ano para o críticos do PÚBLICO. A fadista esteve na redacção do jornal para uma curta conversa e acabou por cantar dois fados a capella. Primeiro, para testar o áudio, cantou um excerto de Fado das horas e depois cantou Vieste do fim do mundo, que não chegou ao fim por causa da voz (Gisela ficara afónica na véspera). [publico.pt]

 

 

 

[BREVEMENTE NA BIBLIOTECA MUNICIPAL]



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Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013
Autor da semana: Maria Velho da Costa

Maria Velho da Costa, nasceu a 26 de junho de 1938.

Prémio Camões em 2002, Maria Velho da Costa licenciou-se em Filologia Germânica, foi professora no ensino secundário e membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Tem o Curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi membro da Direcção e Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, de 1973 a 1978. Foi leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College - Universidade de Londres, entre 1980 e 1987. [ler mais]

  

 

 

Prémio da APE a Maria Velho da Costa consagra uma obra que revolucionou a ficção portuguesa

Autora de Maina Mendes, Missa in Albis e Myra já tinha recebido o prémio Camões em 2002 e é consensualmente reconhecida como uma das mais inovadoras ficcionistas portuguesas.

 

O prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), no valor de 25 mil euros, foi atribuído à romancista Maria Velho da Costa. A decisão foi unânime e o presidente da APE, José Manuel Mendes, justificou a escolha sublinhando a “criatividade da escritora”, o seu “percurso pessoal e literário”, e ainda o modo inventivo como a autora, que já recebera em 2002 o prémio Camões, trabalha a língua portuguesa.

Nascida em Lisboa em 1938, Maria Velho da Costa estreou-se em 1966 com O Lugar Comum, é co-autora das célebres Novas Cartas Portuguesas (1972) e escreveu alguns dos mais significativos romances da ficção portuguesa posterior ao 25 de Abril, como Casas Pardas (1977), Missa in Albis (1988) ou o mais recente Myra (2008), que venceu os prémios PEN, Máxima, Correntes d’Escrita e DST. A sua obra, que vem sendo traduzida desde os anos 70 nas principais línguas europeias, revolucionou como poucas o romance em língua portuguesa.

Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa, Maria Velho da Costa tem ainda o Curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi professora no ensino secundário, funcionária do Instituto de Investigação Industrial, adjunta do Secretário de Estado da Cultura em 1979, no breve governo de Lurdes Pintasilgo, leitora de português no Kings College, Londres, na década de 80, adida cultural em Cabo Verde de 1988 a 1991, e desempenhou ainda várias outras funções públicas de carácter cultural, designadamente na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e no Instituto Camões. Entre 1973 e 1978, presidiu à direcção da APE.

Após o livro de contos O Lugar Comum, publicou em 1969 o seu romance de estreia, Maina Mendes, cujo experimentalismo narrativo e linguístico revolucionou a ficção portuguesa nesses anos que antecederam a queda do regime. E Novas Cartas Portuguesas (1972), a obra que escreveu com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, pode mesmo ter contribuído, se não para acelerar o fim da ditadura, pelo menos para comprometer ainda mais a sua imagem no exterior, já que o processo judicial que o regime moveu contra as “três Marias” teve grande repercussão internacional.

Quando a romancista ganhou o prémio Camões, em 2002, o júri salientou, a par da “inovação no domínio da construção romanesca” e do “experimentalismo sobre a linguagem”, a “interrogação do poder fundador da fala”, uma indagação que é já central em Maina Mendes, cuja personagem principal é uma mulher que perdeu a sua reprimida fala feminina para, nas palavras de Eduardo Lourenço, “inventar a fala, nem masculina, nem feminina, apenas autónoma e soberana, de que os homens usufruem sem riscos e desde sempre, por ‘direito divino’”.

Ainda antes do 25 de Abril, Maria Velho da Costa publica o ensaio Ensino Primário e Ideologia(1972) e Desescrita (1973), uma recolha de crónicas de imprensa.

Em 1976, edita um livro de textos de difícil categorização, Cravo, e no ano seguinte publica o ensaio Português; Trabalhador; Doente Mental e aquele que é reconhecidamente um dos mais originais romances portugueses contemporâneos, Casas Pardas, um livro que evoca os tempos anteriores e imediatamente posteriores à revolução de 1974 através da voz de várias protagonistas, cujos testemunhos são apresentados num registo próximo do do monólogo dramático.

Seguem-se dois livros de poesia em prosa – Da Rosa Fixa (1978) e Corpo Verde (1979) – e, já nos anos 80, a autora publica dois títulos centrais na sua obra ficcional, Lúcialima (1983) e Missa in Albis. Este último, cujo título evoca a missa do segundo domingo de Páscoa, tradicionalmente ligada à admissão na igreja dos recém-baptizados, tem como protagonista uma mulher oriunda de uma influente família ligada ao regime do Estado Novo, Sara, em cujo trajecto talvez possa ver-se uma metáfora do país.  

A apropriação de outros textos como desencadeadores da sua própria escrita é uma constante na obra de Velho da Costa, que mantém um diálogo particularmente recorrente e profundo com Luís de Camões. Neste mesmo Miss in Albis, uma célebre advertência do poeta é assim transformada: “Confundir é a regra que convém, segundo o entendimento que tiverdes”.

Entre as obras mais recentes de Maria Velho da Costa contam-se o volume de contos Dores (1994), a peça Madame (2000), sobre textos de Eça de Queirós e Machado de Assis, o romance Irene ou o Contrato Social (2001), vencedor do Grande Prémio da APE, que transforma em personagem a escritora Irene Lisboa, o livro de contos O Amante do Crato (2002), O Livro do Meio (2006), um diálogo com Armando Silva Carvalho, e o seu último e notável romance, Myra (2008).

O prémio Vida Literária foi atribuído pela primeira vez em 1992, a Miguel Torga, e conta, desde a sua criação, com o patrocínio exclusivo da Caixa Geral de Depósitos. Com periodicidade irregular, contemplou já os ficcionistas, poetas e ensaístas José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Óscar Lopes, José Cardoso Pires, Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Cesariny, Vítor Aguiar e Silva, Maria Helena Rocha Pereira e João Rui de Sousa. Maria Velho da Costa é a 12.ª premiada. A sua obra, diz José Manuel Mendes, "revela um poder de criatividade e inovação porventura incomparáveis". 
 
"Camões é um culto"
Sendo mais um prémio a uma autora habituada a ver-se premiada desde os anos 70, quando o romance Casas Pardas obteve o prémio Cidade de Lisboa e o Prémio Nacional de Novelística, esta consagração da APE tem, ainda assim, um significado particular para Maria Velho da Costa, dada a sua “ligação muito antiga” à associação, disse a romancista ao PÚBLICO. Tendo presidido à direcção da APE ainda antes do 25 de Abril, e também depois da queda do regime, até 1978, a escritora lembra que foi sob a sua presidência que se organizou o primeiro Congresso de Escritores Portugueses, em Maio de 1975. “O vice-presidente era o Ernesto Melo e Castro, que fez um grande trabalho, e essa direcção incluía escritores que infelizmente já morreram, e que eram amigos meus, como Orlando da Costa ou José Saramago”.  

O PÚBLICO quis saber se, à distância de quase 45 anos, não lhe parecia hoje estranho que aos trinta pudesse ter escrito um primeiro romance tão forte e tão inovador como Maina Mendes, mas o elogio em causa própria não faz o género de Maria Velho da Costa, que replica logo que “a Agustina começou mais cedo”, e que o que recorda da época em que escreveu o seu romance de estreia é que se sentia “muitíssimo insegura”. E adianta que muitos escritores a influenciaram, mas exclui Camões desse rol, porque “esse não é uma influência, é um culto”.

Aos leitores que ainda esperam que se tenha precipitado quando manifestou a convicção de que Myra seria o seu último romance, não oferece grandes esperanças: “É o que eu acho, mas pode-se sempre ter um acesso de demência senil e escrever-se o que não se deve”. Para já, garante que não está a escrever nenhum novo livro nem sente a tentação de o fazer. “Consigo não escrever com a maior das facilidades”.

Também não parece ter mudado de ideias na intenção de deixar os seus diários para publicação póstuma, mas não se mostra absolutamente peremptória: “É muito pouco provável que os publique em vida… teria que fazer uma tal triagem de materiais…”. [publico.pt]

 

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Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2013
Na mesa dos poetas

 

António Tomás Botto

(Concavada, Abrantes, 17 de Agosto de 1897 — Rio de Janeiro, 16 de Março de 1959)

Poeta português cuja obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época. Homossexual assumido (apesar de ser casado com uma Bejense, Carminda Alves Silva), a sua obra reflete muito da sua orientação sexual e no seu conjunto será, provavelmente, o mais distinto conjunto de poesia homoerótica de língua portuguesa. Morreu atropelado em 1959 no Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às perseguições homófobas de que foi vítima, na mais dolorosa miséria.

 

 

Anda, Vem

 

Anda, vem... por que te négas,
Carne morêna, toda perfume?
Por que te cálas,
Por que esmoreces
Boca vermêlha, - rosa de lume!

Se a luz do dia
Te cóbre de pêjo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.

Dá-me o infinito goso
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O arôma e o calôr
Da tua carne, - meu amôr!

E ouve, mancebo aládo,
Não entristeças, não penses,
- Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem peccado...

Anda, vem... dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;

Tenho Saudades da vida!

Tenho sêde dos teus beijos!

 

António Botto

In “Canções”

 

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Terça-feira, 17 de Dezembro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: Sonho de neve

Autor e ilustrador: Eric Carle

Editora: Kalandraka

Sinopse:

"Sonho de neve" é uma história invernosa e natalícia que se destaca logo à partida pela própria edição do livro: a capa acetinada contrasta com a rugosidade dos fragmentos têxteis nela colados, a imitar flocos de neve; entre as páginas do miolo vão-se também intercalando folhas de acetato, adornadas com manchas de cor branca, e que se sobrepõem às ilustrações, qual mantos de neve, cobrindo não só o agricultor, o protagonista da história, como também os seus animais domésticos. De salientar ainda é a intensidade das próprias ilustrações, bem ao estilo de Eric Carle em que o leitor é convidado a tocar-lhe.

 

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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Músico da semana: Silence 4

 

Silence 4 foi um grupo musical português formado em 1996, cujas canções eram cantadas maioritariamente em inglês. A banda, proveniente de Leiria, era constituída por David Fonseca (voz e guitarra), Sofia Lisboa (voz), Rui Costa (baixo) e Tozé Pedrosa (bateria). A banda acabou por desmembrar-se em 2001 e o seu cantor e principal compositor, David Fonseca, iniciou-se numa carreira a solo. [ler mais]

 

 

 

Silence 4 vão reunir-se para dois concertos em 2014

A banda irá juntar-se em palco, em Guimarães e Lisboa, no âmbito da ajuda à Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Na sexta-feira, David Fonseca publicara uma fotografia na Internet com as silhuetas da sua antiga banda, os Silence 4, com a legenda “2014”. Hoje, a agência Vachier confirmou o que muitos suspeitaram. Os Silence 4, um dos grupos portugueses mais celebrados do final da década de 1990, irão reunir-se. Não em estúdio, mas em palco. A banda agendou dois concertos para o próximo ano. Dia 29 de Março no Multiusos de Guimarães e 5 de Abril no Meo Arena, em Lisboa.

Os Silence 4, banda de Leiria formada em 1998, separou-se oficialmente em 2001, ano após o lançamento do seu segundo álbum Only Pain Is Real. Agora, 12 anos depois, anunciam dois concertos, tendo como principal impulsionadora a vocalista Sofia Lisboa.

A cantora, diagnosticada com leucemia, passou os últimos três anos em tratamentos médicos. Segundo o comunicado da Vachier, a superação de Sofia Lisboa face à sua condição foi a “situação catalisadora desta reunião”.

Quanto ao regresso da banda, David Fonseca afirma que o "reencontro é uma incrível celebração". "A comemoração do momento presente, da vitória imensa da Sofia face à adversidade que atravessou, é que inspirou esta reunião. Sinto-me honrado por poder tocar estas canções novamente, foi com elas que comecei o meu percurso musical e que pisei o palco pela primeira vez. Mas, acima de tudo, sinto-me feliz por estar a fazê-lo neste contexto. O convite da Sofia para reunirmos os Silence 4 acaba por significar algo maior do que as canções, um símbolo de esperança e vida que é urgente celebrar da melhor maneira possível." [publico.pt]

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2013
Autor da semana: Hannah Arendt

 

Hannah Arendt (nascida Johanna Arendt; Linden, Hanôver, Alemanha, 14 de outubro de 1906 – Nova Iorque, Estados Unidos, 4 de dezembro de 1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX.

A privação de direitos e perseguição na Alemanha de pessoas de origem judaica a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na decidir emigrar. O regime nazista retirou-lhe a nacionalidade em 1937, o que a tornou apátrida até conseguir a nacionalidade estadunidense em 1951.

Trabalhou, entre outras atividades, como jornalista e professora universitária e publicou obras importantes sobre filosofia política. Contudo, recusava ser classificada como "filósofa" e também se distanciava do termo "filosofia política"; preferia que suas publicações fossem classificadas dentro da "teoria política". [ler mais]

 

“Hannah Arendt” na biblioteca municipal

 

 

No âmbito da programação do Cineclube da Feira será exibido, na biblioteca municipal, a 15 de dezembro, pelas 21h30, o filme "Hannah Arendt" de Margarethe von Trotta.
 

Sinopse:
Hannah Arendt (1906-1975), filósofa e jornalista judia, exilou-se nos EUA em 1941, após a fuga do campo de concentração de Gurs, durante os anos negros da Segunda Grande Guerra. Em 1951, obteve cidadania norte-americana e nesse mesmo ano foi publicado o seu livro "As Origens do Totalitarismo". Esta obra tornou-se um clássico dentro da comunidade intelectual e lançou a sua carreira nos Estados Unidos. Em 1961, deslocou-se a Jerusalém para cobrir o julgamento do criminoso de guerra nazi Adolf Eichmann para a revista "The New Yorker" e o seu artigo, publicado em cinco partes, teve um enorme impacto mediático. As suas ideias foram alvo de críticas violentíssimas quer pela descrição dos conselhos judaicos, quer pela exposição da personalidade de Eichmann. Porém, a obra seguinte, "Eichmann em Jerusalém: Uma reportagem sobre a banalidade do mal", alcançou um lugar de destaque e grande respeito, ainda que sempre controverso, na maior parte dos debates acerca do Holocausto. Esse livro é hoje tido como uma das suas obras mais importantes.Este filme, realizado por Margarethe von Trotta ("A Honra Perdida de Katharina Blum") é o retrato de um génio incompreendido, de alguém que se atreveu a fazer uma reflexão sobre o Holocausto de um modo absolutamente inovador e que, mesmo sob duras críticas, se manteve fiel às suas convicções. [cinecartaz.publico.pt]

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



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Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2013
Na mesa dos poetas

Linda Inês

 

Choram ainda a tua morte escura

Aquelas que chorando a memoraram;

As lágrimas choradas não secaram

Nos saudosos campos da ternura.

 

Santa entre as santas pela má ventura,

Rainha, mais que todas que reinaram;

Amada, os teus amores não passaram

E és sempre bela e viva e loira e pura.

 

O Linda, sonha aí, posta em sossêgo

No teu muymento de alva pedra fina,

Como outrora na Fonte do Mondego.

 

Dorme, sombra de graça e de saudade,

Colo de Garça, amor, moça menina,

Bem-amada por toda a eternidade

 

Afonso Lopes Vieira 

In“Cancioneiro de Coimbra”

 

Titulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 10 de Dezembro de 2013
Sugestão de leituras

 

Título: O sonho de Mateus

Autor: Leo Lionni

Editora: Kalandraka

Sinopse:

Os ratos eram muito pobres, mas tinham grandes expetativas

para Mateus. Quando ele crescesse, talvez viesse a ser médico.

Então, teriam queijo parmesão ao pequeno-almoço, ao almoço

e ao jantar. Mas quando lhe perguntavam o que é que ele

queria ser, Mateus respondia:

– Não sei… Eu quero ver o mundo. 

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2013
Músico da semana: Kátia Guerreiro

 

 

Kátia Guerreiro nasceu a 23 de Fevereiro de 1976 na África do Sul mas a família mudou-se para a ilha de São Miguel era ainda criança. Nesta ilha descobre a sua vocação musical, apaixonando-se pela “Viola da Terra”, um instrumento típico do arquipélago dos Açores, que toca no Rancho Folclórico de Santa Cecília. Para estudar medicina, escolhe Lisboa, onde concilia o estudo com a banda rock, Os Charruas, de que é vocalista.
A sua carreira como fadista tem início em 2000, com a sua presença no concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa. Público e crítica rendem-se à sua interpretação de Amor de Mel, Amor de Fel e de Barco Negro, considerando-a a melhor fadista da noite. [ler mais]

 

 

 

 

Katia Guerreiro vai ser condecorada pelo governo francês

 

A fadista Katia Guerreiro vai ser condecorada pelo governo francês com as insígnias de Cavaleiro da Ordem de Artes e Letras a 20 de dezembro, escreve a agência Lusa.
De acordo com uma nota de imprensa da embaixada de França em Lisboa, a fadista será condecorada no dia 20 de dezembro, às 18h30, numa cerimónia no Palácio de Santos, pelo embaixador Jean-François Blarel.
«Ao distinguir Katia Guerreiro com este prestigiado galardão, o governo francês pretende homenagear uma das mais notáveis cantoras da sua geração e uma das maiores representantes da cultura portuguesa em todo o mundo», justifica a embaixada. […]

[tvi24.iol.pt/musica]

  

Kátia Guerreiro encerra cartaz da Festa das Fogaceiras em 2014

 

A voz inconfundível da fadista Kátia Guerreiro vai abrilhantar o grande auditório do Europarque,em Santa Mariada Feira, no dia 25 de janeiro, pelas 21h30, assinalando o encerramento do programa de animação da Festa das Fogaceiras em 2014.

Mais informações em www.facebook.com/fogaceiras.

 

Títulos, deste músico, disponíveis na biblioteca municipal.



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Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2013
Nelson Mandela: 1918 - 2013

 

 

Títulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.

 

Títulos , sobre este autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2013
Na mesa dos poetas

 

 

Afonso Lopes Vieira

(Leiria, 26 de janeiro de 1878 — Lisboa, 25 de janeiro de 1946)

Poeta português cuja poesia, próxima do saudosismo se inscreve num filão tradicional, fazendo de certa forma a transição entre a poesia neorromântica de fim-de-século e as correntes nacionalistas e sebastianistas do início do século XX, recuperando métricas, formas e temas tanto inspirados na literatura clássica como nos romanceiros ou na literatura popular.

  

Saudades de Portugal

 

1

Nunca como em Veneza
adoro a nossa pobreza
portuguesa;
as nossas casas caiadas,
as nossas praias salgadas,
os burricos berberes,
e na Batalha de pedras douradas
a saia pela cabeça das mulheres.

Ó Veneza oriental,
marítimo tesouro
de púrpura, de mármores e de ouro:
- em Portugal
rico só é o ceu que nos lá cobre.
Portugal teve o mundo - e ficou pobre.


2

Aquele romantismo de Veneza
ah! não, não acabou
enquanto um ruivo sol de dogareza
o Canal Grande todo iluminou.

Sirenetta d´Annunzio cobiçava
certa gôndola em flor;
e a sombra de Musset, no Danieli, lembrava
as cruezas de George, o amor e a dor.

Mas à varanda deste albergo Real
(diz lá, Poesia: onde é que moras tu?)
um hóspede contempla a luz ideal
sentado em almofada de cautchú.


3

Este lugar Anfitrite,
com seu capitão de Ílhavo,
que leva gasolina
a portos da Moirama
e às correntes mais vivas se abandona,
quanto mais me diverte
que o Roma e o Cap Arona!

Vamos na intimidade
do mar, com quem podemos conversar...
- Ó palaces horríveis p´ra viajar!
Coqueteiles de horror! Cadáveres pintados!
Banqueiros! Espiões de todos os Estados! -
Aqui vivo na tolda e ando salgado,
livre do mau-olhado,
e durmo sono fundo
sob as estrelas, té que rompa o dia.
Neste nosso veleiro
poderíamos dar a volta ao mundo
porque ia connosco a Ria
de Aveiro!...


4

Lavrador do Chão,
se semeio trigo
choro-me comigo
e não colho pão.

E se planto vinha
e trato o que planto,
que miséria a minha,
o meu vinho é pranto.

Lavrador do mar,
se semeio espuma
colho e ceifo bruma,
ponho-me a cantar!

Ó seara de vagas
em que os olhos ponho,
que bem que me pagas
em moeda de sonho!...

 

Afonso Lopes Vieira 

In “Onde a Terra se Acaba e o Mar Começa”

 

Titulos, deste autor, disponíveis na biblioteca municipal.



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Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013
Sugestão de leituras



Título: A locomotiva

Autor: Julian Tuwin

Ilustrador: Paulo Galindro

Editora: Qual Albatroz

Sinopse:

A Locomotiva é talvez a mais conhecida das obras para crianças do escritor polaco Julian Tuwim. É como uma onomatopeia gigante feita de palavras e expressões que imitam o som de um comboio que corre sonante pelos caminhos de ferro. Este livro foi Ilustrado pelas hábeis mãos de Paulo Galindro.

 

Títulos disponíveis na biblioteca municipal.



publicado por bibliotecadafeira às 18:20
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